quarta-feira, 20 de maio de 2020

Estou tentando uma conexão com o WI-FI do além.Queria escrever uma carta para um defunto.Talvez por esse meio seja inadequado...Mas pela falta de outra ferramenta, vou apelar:Mãe:Inda bem que cê morreu.Acho que se você visse essa foto, você iria cair dura, seca e arreganhada.Mas, aí nos cafundó onde cê tá num deve de ter esse problema.Só tô querendo dar notícias da banda de cá.Com resquícios de seu bom humor para disfarçar minha emoção.Olha mãe, você escolheu bem o tecido desse vestido.O pano durou quase 50 anos.Sei que foi você que costurou....e você costurou bem.Num tem um descosturado!Cê também foi porreta pra escolher o modelo.Ele nunca cai de moda.Eu dei tudo suas coisas quando cê foi aí pressas bandas. Fiquei com algumas memórias.E...como não ficar com esse vestido?Seu vestido de casamento.O chapeuzinho de feltro em tom marfim, eu acabei dando fim.Casou de mini saia, hein, mãe?Queria achar uma fotinho que eu guardei num sei onde para mostrar pra Maria.Aliás, mãe, eu passei a guarda do vestido para ela.Faz tempo que você num vê ela.Mãe, falei só pra te irritar.Procê me corrigir:-'' num é vê ela, parece viela...de vila''O correto é:Faz tempo que você não a vê.Mãe, se você não reconheceu, essa é a Maria Eduarda MendesE ela amou o vestido.Do resto, a coisa tá tomando um rumo.Nóis tamu seguindo nessa toada.E...a vida tá sendo melhorada.Até um dia.Viviane Mendes, que adora escrevinhar do jeito que sifala as palavra.( obs. Mãe, eu escrevo no face e o povo gosta dos meus textão, eles pede preu escrever livro, cê acredita?)

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