sexta-feira, 27 de setembro de 2019

...sei lá, eu devia ter uns 16 anos, e me lembro perfeitamente. Acontecia um imbróglio familiar. Como duas facções criminais disputando a verdade dos fatos. Eu sempre me lembro das circunstâncias dos meus sentimentos. Eu estava na cozinha da minha mãe, chão de pastilhas coloridas e perto duma geladeira beje, ou seria azul? Minha memória, já não me acompanha na poesia. Entrou uma tia, feito um furacão, queria me arrancar do chão e me levar na razão dela. Disse que a outra tia tinha dito isso e aquilo de mim. Acusações graves. Eu não me lembro da cor da geladeira, mas me lembro que não acreditei. Vindo de quem vinha. E quem disse era muito mais chegada do que a outra. Comentei com minha mãe, ela com frieza e sabedoria, me disse: _Viviane, não importa o que falam. Tudo é o peso de quem diz. E a vida segue, seguiu. Da adolescência até aqui, muita água rolou. Hoje eu penso na nossa fragilidade. Como a opinião alheia tem tanto poder sobre nós? Lutamos para manter a soberania, mas................................ Somos frágeis como um cristal bem fininho. Um diagnóstico, nos tira o chão. Uma sentença, devasta nosso emocional. Um comentário aqui e outro ali... Somos muito imaturos ainda e precisamos constantemente de aprovação alheia. Somos vulneráveis demais da conta. Nosso, eu interno, guerreiro e senhor de si, muitas vezes é uma marica que vai com as outras. Nunca sabemos a energia que as palavras carregam. E nosso juízo de valor, nada é sem o bom e velho ''olhos nos olhos''. Quando eu, você e todo mundo, temer sentenciar o outro, o mundo se tornará mais leve. Um mundo justo, se faz com as próprias mãos. Andar armado, não significa uma pistola na cintura. Se mata pela boca. Relações se destroem pelo verbo. A palavra é facilmente manipulada. O confronto dos olhos nos olhos é o que muitas vezes tememos. E a crucial desconfiança do será?....terá a resposta. Olhos transbordam a mansidão do coração. O sangue nos olhos, muitas vezes não nos permite o alcance da visão. Mas, só perguntamos para pessoas que ainda vivem em nós. Na verdade, a gente já matou muita gente, e mata todo dia. Matamos moralmente e sem chance de defesa. ...e dormimos tranquilo. Eu mato e morro todos os dias! Vivi Ame....Viviane Mendes

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