domingo, 8 de setembro de 2019
E se eu te dissesse que sou mulher de feitiço? ...daquelas que nem o Diabo quer arrumar enguiço? Converso com a pimenta malagueta...e nem faço rima com buceta. Faço oração no pé de limão. Sou de fogo brando na panela de barro... Sou capaz, acreditem, de louvar o chuchu. Fatio a batata, com calma. A batata é deveras, sensata. Não se indispõe com ninguém. Veja se tem cabimento, o repolho roxo, tem inveja da couve. Mas, eu sou mulher conselheira, explico que o violeta é o raio da transmutação. Olha que perigo meu coração: Quero saber se as galinhas que botam esses ovos, se vivem livres e se são felizes. No extra virgem do azeite, meu deleite. As ervas de Marseille, acordam minha saudade da França. Antes que eu me esqueça: Sou mulher que cozinha com trança no cabelo. E, pior, com gato na janela! Sabe, esse tipo, de mulher vagabunda, que usa o paninho de pia cor de rosa, como toalha para taça de cerveja? Sou eu. De filtro de barro e colher de pau. Que na pia bagunçada, me encontro. Sem música tocando. No silêncio absoluto. Só o borbulhar da panela e do meu coração...como um som de violão. Escapa pela porta o aroma do manjericão... E, nessa oração, Deus se faz presente. O Diabo, que vive ao lado, me manda recado: Moça, desisto de você!!! Por mais que eu procure, não encontro lugar para me instalar. Mas...eu amo até o Diabo. E, apesar de hoje não ter quiabo, eu lhe sirvo um prato: Meu tempero é quente e picante. Minha alma é serena. Escolhe. Vê o que você faz com isso, meu amigo. Eu não tenho inimigo. Renda-se. ...como eu me rendi. Eu até choro lendo o que eu escrevi. Mas, sobretudo, sou grata pelo que aprendi. Vivi Ame...Viviane Mendes
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