segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Foi assim que aconteceu: O problema é que uso saia longa. Quando a terra treme, e a carne geme, é o momento de conhecer de qual barro se é feito. Deixei um rastro de incompreensão pelo caminho... Mas, foi assim que pude me parir. Nasci. Esse processo é solitário. Existem casulos que só se rompem, quando o sofrimento da clausura atinge seu ápice. Rastejar foi necessário. Lambi o chão de terra batida. Quando dei por mim, o espaço que eu estava, não me cabia. Essa foi a estupenda revelação. As asas foram forjadas e conquistadas na solidão. Relacionamentos são necessários para compreendermos a função deles. Algumas vezes, nossa melhor versão é um samba de uma nota só. O voo é solo. Estava quase afogando num mar revolto. Tentaram me ensinar a nadar quando eu estava submergindo ou nem perceberam meus gritos de socorro. Eram ondas e tempestades avassaladoras. Foi assim, que virei borboleta. Voei e gostei do ar. A melhor versão de mim, foi um presente de quem não me viu e que nunca me conheceu. Eu pude enfim me olhar nos olhos e fazer a minha escultura. Uma armadura, talvez... Mas eu gostei do eu na voz e o comigo no violão. Uma música nova, uma canção tímida, mas não desafinada. Sinto muito, sou grata e amo os salva vidas que eu recusei. Era necessário. O bicho da seda, só produz seda dentro do casulo, e...minha saia é longa. Não irei morrer trancafiada e desidratada dentro de mim. Boto ovos diariamente. E eles brotam me eternizando em todo passo que dou tentando alcançar o compasso do criador. Vivi Ame....Viviane Mendes

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