sábado, 21 de setembro de 2019
21/09 Me lembro de todas elas. E por elas me vinguei. Não foi fácil... Mas o traço que me desenha foi o carvão preto. Esse, meus amigos, ninguém conseguiu apagar. Fiz o pior que eu poderia fazer. ...a que existia na pracinha perto da casa da minha mãe, era um ipê branco. Eu ficava fascinada...do nada tinha flor, e do nada as flores sumiam. Depois me apaixonei pela paineira do sítio...era gigante. As flores cor de rosa, e a paina do travesseiro, eu já estava apaixonada pela magia das árvores. Teve a sibipiruna da Rua Gustavo Maciel, onde morei, essa eu varria as flores amarelas...e as folhinhas miudinhas, um dia passei por lá, tinham cortado, parei o carro e chorei. Aqui , onde eu moro tinha um flamboyant do outro lado da rua, esplendorosa, com flores laranjas, um dia colocaram fogo. Eu assisti, impotente. Agonizei junto. Liguei para os bombeiros, falei até com o capitão, mas... Eles tinham outras prioridades. Chorei. Ela morreu e caiu diante dos meus olhos. Teve também um abacateiro, um pé de caju e um de goiaba que era da casa aqui do lado. Mandaram a escavadeira derrubar. Fui testemunha ocular, sozinha, sentada numa cadeira aqui no fundo de casa. Teve outras... Me lembro dos eucaliptos gigantes da avenida do cemitério de Timburi. Aquilo era mágico! No enterro da minha avó, descobri que o prefeito mandou cortar. Chorei...por dentro. Não tinha mais lágrimas. Eu carrego todas elas dentro de mim. Todas elas moram no meu ser, porque elas me tocaram, ...houve uma comunicação silenciosa. Eram minhas mães, minhas avós...todas essas árvores. Só elas sabiam que eu sentia a dor delas. Eu era diferente. Meio planta, meio bicho, meio gente. Hoje, eu ainda sou o que eu era quando criança. Me encanto. ...essa é a vingança. Meu encantamento!!! Vivi Ame.......Viviane Mendes ( hoje é dia da árvore)
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