segunda-feira, 12 de outubro de 2020
Valha -me Deus...Mais de 4 décadas tirando o pó dessas bonecas!!!Pior...sem saber o motivo.A última vez que vi a pessoa que me deu, eu tinha 3 anos de idade.Elas eram vestidas de noivas.Sempre detestei.Sempre soube que eu não iria vestir um vestido branco para me casar.Poderia ter jogado fora.Poderia ter dado para alguma criança carente.Não.Mandei uma competente modista vestir de damas antigas.Não pelo recato, longe de mim.Gosto da luxúria do veludo carmim.Gosto do espartilho afinando a cintura.Percebo no olhar delas, um ar de falso recato.Tipo mulher que se veste para se despir.São bonecas que nunca brinquei.Aliás, nunca fui de bonecas.Procurei o homem que me deu esse presente.Fiz a crucial pergunta:-Porque guardei essas bonecas?-Qual fio invisível me fez manter elas assim, limpas e restauradas?-Por qual motivo????Ele, me respondeu:-''Viviane, quando eu te dei, foi com uma intenção, passar um carinho, um amor, que eu me senti na obrigação de passar para você na ausência do seu pai.''Hoje, eu entendi.Foram muitos anos emudecidos.Nunca nos falamos.Mas, a boneca toca música e gira.Feito bailarina de caixinha de música.Os anos ficaram guardados no som inocente da dança da boneca. Interessante...A intenção dele, de afeto e amor, foi o que manteve esse fio invisível bem esticado.Não são duas bonecas.Para mim, foi a intenção....continuarei tirando o pó desses vestidos.Nunca precisei de bonecas.Sempre precisei de afeto e carinho.Percebem?Não é o presente.O que conta é a intenção do coração.Agora, vou mandar esse texto para ele:José Bolívar Bretas.Vivi Ame, Viviane Mendes
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