segunda-feira, 5 de outubro de 2020

A mulher entra com uma cachorra preta...eu estou sentada com minha gata esperando o soro.A cachorra faz movimento em minha direção.A mulher puxa a cachorra.Eu digo que num tem problema...A mulher diz que ela num tá bem, e que tem medo dela me morder.Eu vejo nos olhos da cachorra que não.A mulher me diz que ela estranhou a outra cachorra que mora junto, rosnou, mordeu, e até tirou sangue.Eu falo para a mulher que é isso que falta na minha vida.A mulher me olha assustada.Eu continuo....é isso, me faltou rancar sangue das coleguinhas.Por isso tou com a garganta inflamada, mas, a senhora sabe, sou gente, gente tonta...dessas que quer ir pro céu.A mulher:Adorei você.Quero ser sua amiga!!!E a cachorra preta se aproximou, me cheirou, na boa.A gata foi pro soro.E a vida com esses encontros leves, engraçados e inusitados.Vezinquando a garganta inflama.Coisa de gente que ama?Ou será culpa do Dalai Lama?A garganta junta pó.A garganta faz nó.A garganta judia sem dó.A garganta é profunda, lá dentro mora sapo engolido, gemidos escondidos e resquícios de espinho de peixe.Minha garganta é minha focinheira.Minha santa benzedeira.Que cuida de mim, machucando.Para eu não machucar as coleguinhas.Vivi Ame........Viviane Mendes

Nenhum comentário:

Postar um comentário