quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Você ter dinheiro e ser muito esperto.
Mas preciso lhe dizer:

- Seu negócio pode prosperar e você se orgulhar de ter vencido na vida.
Mas...
Não se sobe uma escada pulando degraus.
A gratidão não é um tapetinho que você limpa a sola do sapato.

Não pense que ser grato se resume a dar de presente um vinho que não faz falta na sua adega.
Não é pagar a conta numa rodada de bar.
E nem soltar um:
" Valeu, obrigada, hein"

Se você pensa que ser grato é isso, te digo que você está subestimando a palavra.
Esses comportamentos são mecânicos e desprovidos de significado.
Mais ou menos como limpar o pé num tapete.
NÃO TE CUSTA NADA.

A pessoa grata no coração tem uma antena ligada o tempo todo.
Porque o sentimento de ser grato a alguém não prescreve.
E com esse sentimento real e latejante dentro do peito e antena na cabeça,  você nunca perde a oportunidade de retribuir quando o outro necessita. 

Mas...é tudo muito sutil. 

O ingrato não percebe.
Tudo se resume ao que não vai fazer falta para ele.
O tempo, o dinheiro, a atenção,  ele só dá se não for lhe fazer falta alguma.

A pessoa realmente grata age de maneira diametralmente oposta.
A pessoa grata se sente obrigada. 
E isso não é uma cruz.
Isso é uma libertação. 

A gente sente um prazer estranho.
Seguir com fidelidade,  o coração. 
Cada degrau da escada, se pisa devagar e com cuidado.
O ingrato, limpa o pé no tapetinho e sobe a escada.

Ele, o ingrato, não vai entender...
Seu único entendimento, são os planetas que orbitam o seu umbigo. 

A gente repara.
Eu reparo!
Não é o vinho caro.

É a necessidade do outro.
...e isso não tem preço.

Apesar de você ser rico e esperto, você não percebe a mosca na sopa.
E perde.
Perde a preciosa chance de retribuir a existência.
Acho tão pobre seu sucesso.

Vivi Ame...Viviane Mendes

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Eu estou procurando uma mulher.
Se alguém souber o paradeiro, me ajude.

...tenho tanta saudade da vida.
Me sinto presente no mundo, mas longe dele.
Sinto saudade de dormir e acordar como antigamente. 

A vida deve ser mais que tudo isso.

Não é grandes coisas, não. 
É vidinha simples, sem olhar para um irmão com desconfiança. 
Vidinha besta de quem paga as contas e para na praça pra tomar um caldo de cana.
...e comer um pastel sem culpa.

O existir num mundo em guerra velada é como andar sem saber se uma bomba vai explodir na esquina.
Um espião infiltrado pode estar ao lado.
E trincheiras são obstáculos pelo caminho.

Sinto saudade da vida.

Uma vida de educação e civilidade.
Uma vida de respeito a cultura.
Uma vida de vizinhos amigos.
Vidinha comum.

Parece que não, mas estamos isolados.
Queria muito uma escada rolante para o futuro.
Degrau por degrau não há joelho que aguente .

Estou subindo...
Não sei exatamente onde vai dar.

Tenho esperança de encontrar uma senhora simpática   com cara de avó e que diga:
- Vem Vivi, a comida está na mesa.
Lave bem as mãos e venha se sentar.

Eu:
- Quem é a senhora?
Eu te conheço?

E ela:
...limpando as mãos num avental xadrez, solta os cabelos, me abre um sorriso e diz:
- Meu nome é  Vida.

Eu preciso repousar na casa dessa senhora.
Vivi Ame...Viviane Mendes

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

O que você tem feito com sua amargura? Importante é a gente não se tornar igual a aquele que julgamos ser nosso inimigo.A amargura traz infelicidade.Estamos todos cansados, com dor na coluna.Batalha cansa.A briga externa, exaure.A luta interna, adoece.Estou exausta, mas remando com os dois braços. Precisamos ter sabedoria para não nos matar antes do tempo.Tenho estado vigilante.Sinto falta de alegria. Pequena que seja.Miudinha, vai...Aquele sentimento de alguma vitória. Eu me agarro as alegriazinhas do dia a dia feito criança que segura o paninho e a chupeta pra não abrir o berreiro.Essa semana terminei quadro, limpei a geladeira, emagreci 900 gramas, organizei as tintas, cortei a unha, fui educada com as pessoas e até dei um jeito no jardim.Com o peso do mundo, me seguro nas minhas verdades do mesmo jeito que seguro naquele pano para subir e fazer qualquer mera acrobacia no ar.Num caí, sucesso!Fiz a 30 cm do chão, mas fiz.A verdade é que tá bem fácil despencar.A amargura é um fel que nos envenena a cada gole, a cada tragada.Não percebemos e muitas vezes, nossa penúria é tão alarmante, que confundimos com prazer.Quando eu percebo que entrei na penumbra eu faço de conta que sou minha mãe e conto histórias para mim.Penso como é triste estar numa cama de hospital lutando pela vida.Logo, penso e faço a conclusão:Melhor remar com os dois braços e seja o que Deus quiser.Não tenho quem me acuda.Sou eu e o alto.Na travessia, não estou esperando o vento favorável. Numa dessa a embarcação pode virar.O momento é de turbulência em terra, mar e ar.Tô me segurando com a poesia, a arte, os bichos, algum bom senso, um tanto de lucidez e um fio de esperança. Vivi Ame...Viviane Mendes

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Não vejo salvação.

Sabe aquela pessoa que faz um post, ela mesma curte, passa 3 horas, tem a curtida da mãe e do filho?
Então...
Eu reparo nisso.

Em escalas proporcionais, é óbvio. 

Falamos para nós mesmos.
...feito gente feia que depois da plástica e da academia fica enamorado pelo próprio reflexo.

Entendo.
Eu com o colágeno no banco, seria insuportável. 

Não temos salvação porque procuramos fora.
Procuramos por espelho o tempo todo.
Tenho visto gente que transcende toda e qualquer noção de humanidade.
Se dizem porta voz de Jesus.
Olho os comentários...penso:
- Alguém vai dar um sacode, népussivi!!!!
Não. 
As pessoas concordam, aplaudem.

Deve ser bom.
Sensação de pertencimento. 
As palavras do pastor, ou da porta voz do céu estrelado onde os 3 dias de escuridão não eclipsaram o ego.
Entretanto, o que eu percebo é que essas pessoas são humaninhas da cabeça aos pés. 

Humaninhas da Silva Sauro.
Quiném eu.

Já se enganaram. 
Vixe Maria...sei de cada bafão!

O pertencer a algo como religião, partido, clube, sindicato, e por aí vai...dá aquele sentimento de
 "eu e minha turma".

Me parece gente adulta que mora na casa dos pais e nunca comprou um botijão de gás. 
Ou a criança mimada que faz birra por desconhecer o sentimento de frustração. 

Vejo tudo enguiçado. 
Eu mesma estou.

Frustrada sempre fui, mai meu butijão eu compro, carrego e troco.
Só devo satisfação a minha cervical e lombar.

 Não vejo salvação na pátria, nem no Deus da pátria e muito menos na família da pátria. 

Tá tudo bugado.

Pensando bem, nunca vi a salvação. 
A gente tem que ter autocrítica, discernimento e um pouco de bom humor para não travar a esperança. 

A parte boa, é que a tal salvação eu procuro da porta para dentro.
Cavucando com a mão. 
E é nessa liberdade que eu vivo.

E que o alto me salve se eu merecer.
Se não, num tem problema. 
Eu prezo por justiça. 

Vivi Ame...Viviane Mendes

sábado, 17 de setembro de 2022

Eu acho que o Brasil vai dar certo!
...entenda meus motivos:
Quanto mais o tempo passa, mais interessante eu acho a vida.
Quando eu era criança, eu era tristinha.
Passei da triste pra complexada.
Quando eu era adolescente, eu era desengonçada.
Passei da desengonçada pra gostosa.
Fui muito insegura e rejeitada!!!
Foi duro marcar território.
Achava que eu num prestava pra nada.
Tantas e tantas vezes me passava pela cabeça que eu num tinha dado certo na vida.
Tanta necessidade de aprovação...
Tanta necessidade de me sentir aceita num grupo.
Sabe...foi phoda.
Eu num era convidada pra nada.
Minhas ''coleguinhas'' me viam como uma ameaça.
Em qualquer lugar os olhos dos homens eram para mim e eu era uma presença ''non grata''
Eu num entendia...
Achava que eu não era digna.
Cêis nem calcula cada coisa que eu fazia pra que gostassem de mim.
Quando, pela graça divina me convidavam pra alguma coisa, eu era aquela que invadia a madrugada lavando TODA a louça.
Eu queria agradar...e judiavam de mim.
Um dia num passeio numa ilha me mandaram ir lavar um tacho preto no rio.
Eu fui.
Eu não entendi que ''aquele'' tacho num ia limpar NUNCA.
Fiquei o dia inteiro esfregando.
Sai do rio com insolação.
Se eu for entrar em detalhes...vai ser uma comoção nacional.
Foi uma desgraceira.
Nunca imaginei que depois dos 45 eu ia sentir tanto prazer em ficar sozinha.
Em paz...porque estou comigo.
Se eu tou aqui firme e forte, o Brasil também vai conseguir escapar dessa.
Vamu pença + 
Tou otimista...
Viviane Mendes

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

EU NÃO SOU PARA TODO MUNDO.
Cada um consome o alimento que lhe nutre.

Arte para mim, é néctar. 
Meu trabalho é fazer um pão. 
Não esse pão sem nutrientes que estufa a pança.
Eu dou valor a fermentação natural, ao centeio e ao trigo ancestral.

Minha arte anda de mãos dadas com meu verbo.
Faço para nutrir.

Existe disponível todo tipo de alimento.
Há quem se alimente de decomposição. 
Há quem compartilhe seu mundo em forma de vomito. 

E existem aqueles que copiam um estilo, uma técnica e estacionam na vaga que encontraram.
Ali ficam.

Tem mercado para todo mundo.

Arte cada um faz com os ingredientes que tem, ou com a frequência que alcança. 
A arte não é boa só porque é arte.
Da mesma maneira que um alimento pode ser veneno e adoecer o corpo.
Tem arte doente.
Arte insossa. 

Eu não sou para todo mundo.
Quem consome minha arte tem fome de néctar. 

Eu mastigo a realidade.
Várias mordidas nas camadas da sociedade, no respeito ao mundo do outro, cada um orbita numa constelação. 

O que ofereço é o melhor que consigo fazer com minhas técnicas, meu talento e meu espírito. 

Raramente eu vomito.
Sou muito seletiva no que consumo.
Mas quando isso acontece, vou para privada e não para tela.

Saber o lugar certo das coisas é o começo do respeito pelo outro.
Vivi Ame...Viviane Mendes

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Parecia um dia comum.Perdi a dignidade, mas passo bem.... lembrei que o marido pediu pra deixar bike no jeito.Cedinho, liguei a vap.Daí pra frente, perdi a noção do bom, do mau e do justo.Foi um combo de ignorância, fissura e tesão .Comecei pelos tapetes.Fui para parede.Afinal minha casa é piquininha.Lavar as paredes, num custa, né?Noraqueuvi tava tirando o pó das folhinhas do pé de limão. Para aproveitar garrei na mão do sapólio e fui pras janela.Meu sapato de camurça ficou encharcado de andar e fazer barulho...parecia que tinha alguém se afogando dentro dele.Mas...catei a tesoura.Fui podar as plantas.Né???A gente num mede consequências. Entrou um espinho na mão. Que que é um peido quando a gente tá cagado?Resolvi pintar uma cadeira.Numa dessa, tirei a bota.Véio tem medo de friagem nozpéNuma dessa como num pegar o cortador de unha, e num dar aquele trato ignorante no pé???Como?Me responda.A gente tem que aproveitar que as cutículas tão mais mole que nenê em banho morno.Segui, descalça sem noção se era deizora da manhã ou duas da tarde.Pensei no feijão preto que tava pronto e na farinha de milho crocante que comprei ontem.Sabia que tinha uma Heineken no jeito...Mas...E o aspirador de pó?Quem chega onde cheguei precisa subir o Everest.Fui.E o fogão ligado...Respirei. Comi segurando no cabo da panela.De colher.Matei a Heineken. Ainda sobrou força. Vou me matar com o aspirador de pó. ...e passar cera na casa.Sou dessas que num larga o osso pela metade.Oremos.Tenho muita vontade.Pouca vergonha. Nenhum juízo. Que que é uma pinta pruma galinha de angola?Lembrei que tenho bom bril.Só paro na ora que acabar com o pacote.Vivi Ame...Viviane Mendes .

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Fiz a unha.
(se tratando de mim, um evento)

Desembaracei o cabelo e passei lanolina.
Comi couve, brócolis, rúcula, pepino, melão e atemoia.

Salpiquei um monte de gergelim preto pra fortalecer o rim.
Rim é o celeiro da vida.
É ele que manda prender e manda soltar.

Quero poder cuidar de todos que vivem comigo.
Inclusive eu.

A saúde mental, essa eu faço manutenção no meu quintal. 
...vendo minha roupa secando no varal e sentindo o cheiro da comida queimando no fogão. 

Meu gato me chamando no telhado.
Cachorro no meu pé 
Meu marido me esperando na cama.
Eu esperando que eles me esperem, sempre!
E eu com amor, servindo sempre.

Não me importa as novidades.
Quero o silêncio.

Quero andar a moda antiga.
Fazer minha própria comida.
Reclamar da dor da coluna.
Olhar no espelho e descobrir uma ruga, e falar para mim mesma que ainda dá tempo de acudir.
Como mãe dizendo para o filho que na volta a gente compra.

 Mesmo sabendo que não tem volta.
Quero ter acesso a ilusão.

Quero tempo de olhar para o céu. 
...e por nome no tom de azul.
Azul fitalocinina.
Azul turquesa. 
Azul anil.
Azul ceruleo.
Azul cobalto.

O céu não envelhece.
As cores também não. 
O que tem importância é o que nos surpreende. 
Hoje, descobri uma nova cor:
Lágrima de Vênus. 
É a cor do esmalte que pintei a unha. 
Vênus também chora.

Peço licença aos anos.
Não quero ser refém da vaidade.

O que quero é lucidez.
Senso do ridículo. 
E um pouco de vergonha na cara.

Vivi Ame...Viviane Mendes

quinta-feira, 30 de junho de 2022

Quero ser a primeira a apontar meus defeitos.
...e a última a proclamar meus feitos.

Dos meus pecados, peço que me chegue a consciência. 
Imploro por coragem!
...para por uma lente de aumento naquilo que devo mudar.

Dos meus feitos, que os outros falem.
E que falem o bem e o mal.
Somos feitos de circunstâncias. 

Me quero limpa.
Sem o pó da falsa humildade. 

Sem o viés político que tapa os olhos.

Me quero sã.
Sem o fel do radicalismo.

Me quero salva.
Salva de mim mesma e da vaidade disfarçada de altruísmo. 

Me quero confortável no sim e no não que escolho a cada esquina.
Sobretudo, me quero brilhando no meu lugar.

Abro mão do peso de ser opaca.
Alma desbrilhosa é um trem que não reconhece seu trilho.

Que sobre minhas costas pese minha consciência. 
E que meus olhos possam reconhecer meu caminho.
Sem tropeçar e nem forçar o que é meu ao outro.
Isso se chama respeito.

Sou traço que com o tempo, se apaga.
Mas, rogo a Deus, que meu ego morra antes de mim.

Da porta para fora, que eu seja serena e atenta.
Da porta para dentro, que tire a poeira que embaça o discernimento.

Se a velhice me for permitida, peço silêncio. 

Que minha presença não tenha que ser tolerada.
...e que minha voz seja um canto de sereia para embalar meus sonhos.

Que assim seja!
Amém. 
Vivi Ame...Viviane Mendes

domingo, 26 de junho de 2022

Não me lembro com que idade fiquei menstruada.
...por volta dos dez, talvez.
⚠️🚫
TEXTO NÃO RECOMENDADO PARA PESSOAS RASAS.

Me lembro dos hormônios em ebulição.

O corpo tomando forma sinuosa.
Me lembro muito bem dos olhares masculinos de TODOS os homens que me olhavam.
De desconhecidos, velhos, amigos de meu avô, até os primos de treze anos.

A culpa não é da erotização infantil.
Na minha época malemá a gente assistia televisão. 

A melhor e mais atual definição escutei da boca de Maria Marruá:
" Homi, minha fia...é bicho que num presta."

 Vamulá...
Eu, a gostosa da escola e da família fui descobrindo como que funcionava.
Dos primeiros agarros e beijos, veja bem, eu não era uma biscate sem vergonha.
Eu era uma menina que descobriu que beijar era bom.
...a primeira vez que a " coisa quase aconteceu", foi com bicho homi de 13 anos.
Pedi para parar.
Ele me disse:
- " Se você gritar, vai vim tudo mundo aqui, daí quero ver você explicar..."

Ou seja, a culpa seria minha.
Felizmente consegui convencer esse, que hoje é um cidadão do bem, político e pecuarista a parar.
Parou.
Podia não ter parado.

A questão é que o assunto aborto desaloja a gente.
Temos sentimentos contraditórios. 

A culpa é da mulher, sempre!

Se ela mata o feto, é uma assassina desalmada .
A mulher é servil até quando é estuprada.
Poderia ser uma incubadora, né não?

Doar o filhote.
Vender, quem sabe?

Desconsideram a vontade do ser que é, em favor daquele que pode vir a ser.
O ser que é, a fêmea, tem mais que um útero. 
Tem vínculos mentais com tudo que envolve seu corpo.
E ela tem o direito de não querer que seu DNA siga por esse mundão de meu Deus misturado com o de um fiadaputaquarqué.

Então, cêis dá licença!

Cêis se resolve aí nas terapia, nas barras de acess, nas constelação, nos thetaling aí da vida.
Sério mesmo.
Tô zoano não. 
Cêis se arrezorve.
Amodi facilita a lida nessa vida maledeta.

Essa ferramentas citadas existem para auxiliar quem precisa delas.
Entretanto, nada vai pra frente, não existe chantagem emocional que desconstrua a culpa da mulher.

A mulher é culpada por menstruar.
A mulher é culpada por querer ser atraente. 
A mulher é culpada por gostar de sexo.
A mulher é culpada por acreditar no método coito interrompido. 
A mulher é culpada e ponto final.

O homi, bicho que num presta, foge.
Foge da paternidade.
Foge da responsabilidade. 
E a sociedade, a família,  a religião dá esse suporte.

Ele segue, com sua " fivela de respeito".
Segue fazendo filhos fora do casamento. 
Segue se orgulhando de sua vidinha de macho.

Concluindo...eu não sou leviana a ponto de não considerar as exceções. 
Alguns homens prestam.

Alguns homens fazem sexo.
A maioria cruza.
...e larga a ninhada.

Vivi Ame...Viviane Mendes

quarta-feira, 15 de junho de 2022

De vez enquando, eu só preciso chorar.

Foi um pecado todo choro que eu engoli minha vida inteira para não incomodar os outros.
Ninguém tem culpa disso.
Foi erro meu.
Erro que eu não quero perpetuar.
Entendo que ver alguém chorando, desaloja a gente.
Achamos que temos que fechar a torneira.
Da a impressão que a pessoa tá vazando.
Mas a natureza foi perfeita nesse sistema drenagem.
Sabe, lágrimas gordas que pulam dos olhos com força e vontade?
Daquelas que uma lágrima apenas tem a capacidade de lavar a cara da gente.
Esse choro é satisfatório. 
Choro fininho e contido é como espirro em lugar público. 
Não debulha as dores.

Acho que me faltou ninho. 
O lugar mais apropriado para chorar é no ninho. 
Comandando uma batalha, ninguém chora.
Mas, né?
Eu que deite na fama e na cama da guerreira forte e incansável que eu esculpi.
Foi obra de minha autoria.

Foi culpa de ninguém, esse mérito eu carrego.

Na infância,  não chorava porque eu ia ser uma lágrima a mais para encher o balde.
A família inteira chorava a morte prematura do meu pai.
Eu, acatei isso como meio de vida.
Minha amada vó ia me visitar na casa da minha mãe,  eu esperava a brasilia beje do meu avô dobrar a esquina para ela não me ver chorar agarrada com as duas mãos na grade baixa do portão da garagem.
A rua era de paralelepípedo. 
Conforme o carro se afastava, meu desespero aumentava.
Tinha medo que ela soubesse o quanto eu era infeliz numa casa com um padrasto que nunca me direcionou um olhar fraterno.
Muito pelo contrário. 

Assim, emponderada dessa miséria existencial, fiquei adulta e continuei lendo a cartilha que eu mesma escrevi.

Minha mãe com câncer,  eu vestida com a armadura de Joana darc, chorava até a esquina.
Engolia.
Erguia meu estandarte da vitória!
Me certificava que meu olho já tinha passado do campari para o dry Martini, e entrava na casa dela feito uma sirigaita feliz, perguntando se tinha café. 
Sabendo que o câncer avançava, apesar da quimio.

Fiquei boa nisso.
Afinal, a prática leva a perfeição. 
 E as pessoas não sabem o preço desse represamento lacrimal.

Quando eu achei que enfim chegou minha vez de chorar sem me sentir culpada, minha melhor amiga  chamou minha atenção porque eu tava chorando a morte do MEU cachorro no portão da MINHA casa.
...e as pessoas iam ver.

Desnecessário, né?
Afinal, amodiquê , uma artista conhecida na cidade passar no débito uma vegonha dessa.

Só queria ter esse direito.
Reiniciar minhas lágrimas...

Não foi justo comigo.
Eu só quero chorar sem me preocupar se o outro vai sofrer ao me ver chorar.
O direito às lágrimas não prescreveu.
Sinto que preciso desaguar.
Quando e onde eu quiser.
Lágrimas internas geram poças dentro da gente.
Água pede movimento.
Fluir.
Ser saudável emocionalmente, é colher o beneficio e o alívio das lágrimas. 
Me faltou isso na vida.
Foi um pecado...
Um crime o que eu fiz comigo!

A Vivi Ame, é humana.
Viviane Mendes.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Ralei o parmesão sentada.
...fiz um spaguethinho bem fininho.
Tinha um molho maravilhoso que eu fiz com tomate beeem vermelho.
Cansada até pra ficar de pé...mas ralar sentada num presta, a gente num tem força. 
Mai foi sem força mesmo.

Deixei bem  "al dente".
Uma taça de tinto.
Taquei tabasco.
Bati um prato fundo.
Parecia que minha vó que tinha feito pra mim.
Glória Deus!

Muito de vezinquando, me trato feito visita.
Faço azcoisa cheia das terceira intenção...
Faço pra me agradar.
Só faltou eu me chamar:
-Vem que tá na mesa!

Gosto de fazer de conta que eu não sou eu.
Fingi que num fui eu que limpei a casa.
Dei pão de fermentação natural pra Tchutchuca. 
No chão,  virou aquele monte de migalha esparramada pra tudo lado.
A Lisinha, a gata resolveu brincar com os farelos,  virou uma anarquia.
Mas como eu não sou eu, faço quiném aquelas que deixa o serviço pra empregada.

Eu, eu mesma teria comido menos macarrão. 
Teria feito sopa de legumes.
Pensaria na equação calorias/ nutrientes.
Seria mais um dia como todos.
Mas dei folga para mim.

Até eu preciso descansar de meus domínios. 
É chato todo dia a gente sustentar nossos hábitos e costumes.

Eu, eu mesma teria ficado de pé para ralar o parmesão. 
Ainda iria lavar o ralo.
Mas como fui visita, me dei ao luxo de fazer sentada.
E visita, na minha casa, num lava louça. 

Me lembrei duma cantina bem cantina italiana, e o garçon ralava o queijo na hora em cima do prato.
Eu, esganada pedia para ele ralar mais.
...e mais um pouquinho. 
A questão é que eu fiz de conta que a  minha cozinha era a cantina.
...taquei parmesão. 
Fiz de conta que nem era eu que tinha comprado. 
Esbanjei.
Afinal dinheiro dozoto é capim.

Eu sou toda comprometida com a logística das idas ao mercado e com a higienização do ambiente.

Mas hoje, sou aquela funcionária safada que deixa pão no chão pras barata comê que elas também são fiadedeus.

Amanhã quem sabe, eu apareço na minha vida.
Vivi Ame...Viviane Mendes

domingo, 22 de maio de 2022

Carrego o peso de ser a filha mais velha.

Eu e todos que vieram primeiro.
A gente foi vítima e herói ao mesmo tempo.
Fomos vítima da inexperiência de nossos pais.
Fomos heróis porque preparamos o terreno para os irmãos. 
Nós,  os filhos mais velhos assistimos brigas, sofrimentos e somos a única testemunha viva do passado desde que duas pessoas resolveram juntar as escovas de dente.

Não nos subestime!
Muitas vezes calamos para preservar a inocência dos pintinhos amarelinhos.
Apesar do peso do nosso passado, somos feito uma galinha velha que abre a asa para proteger os irmãos. 
Nós, os mais velhos, temos a chave do imbróglio familiar no qual vivemos.

Nos acostumamos a calar.
Não por mérito, mas por solidão.

Entretanto temos o dom da anunciação. 
Carregamos o canto do galo, eternamente.
É só a gente abrir a boca...e o resto baixa a crista.

Ser o filho mais velho é ser um eremita.
Assistimos o inventário da nossa existência com firma reconhecida no cartório. 
Nossa certidão de nascimento, velha, ainda não digitalizada  é uma prova incontestável, daquelas que até o juízo final nos absolve.

Acreditem, nossos pais desabafaram com nós. 
Preservaram os mais novos.
Nós, os mais velhos sabemos de coisas que pesam mais do que nosso RG.

Carregamos o peso das sombras!
Vivi Ame...Viviane Mendes

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Deve ser muito bom encher o pulmão de ar e dizer com um enorme ponto de exclamação no final a frase:

-Eu não preciso de você!

Nunca tive essa coragem.
Não consigo nem imaginar como deve ser.
Frase forte, toda emponderada.

Eu não tenho alvará para tanto poder.

Eu preciso.
Preciso emocionalmente.
Preciso mentalmente.
Preciso afetivamente.
Preciso financeiramente. 

Para ter esse tom, eu precisaria nascer novamente.
O que eu sou não chega aos pés dessa proclamação de liberdade.
E... logo eu que busco a liberdade em cada ato, em cada palavra, percebo que precisar é uma prisão. 

Não posso usar essa medida para ser a fita métrica do sucesso na vida.
Obviamente eu concluiria que, até aqui, minha vida foi um fracasso por precisar. 

Vivo presa no precisar.
...desde que eu nasci.

Vivi Ame...Viviane Mendes

sábado, 16 de abril de 2022

Eu sou rodeada por restaurantes. 
Num tem casa aqui perto.
Lado esquerdo, lado direito, na esquina...
Bons restaurantes. 

Afamados, diria minha avó. 

E eu, de pé cascando alho.
Eu sei que é descascando, mas gosto de falar cascando.
Na panela, uma cebola roxa que eu cortei em rodelas finas, dourando no azeite extra virgem.

Lua cheia no céu. 

No fogão,  o tomate que foi bem apurado no fogo lento para virar molho.
Eu, de pijama, me lembrando do molho ao sugo da minha avó. 
Ela guardava num vidro na geladeira.
Eu amava comer pão com molho.
Era divino.

Eis que o marido se aproxima, e sussurrando no meu ouvido diz:
... sua panela tem o melhor cheiro do quarteirão!

Senti que cheguei perto do tempero da minha avó. 
Ela dizia:
-Vivi, depois de comer, joga azeite por cima, assim ele dura mais tempo.
Eu, esganada, queria devorar tudo.
Era um pecado aquele molho acabar.
Comia como se fosse ouro.
...e era.
Um tesouro que descubro que tenho guardado na memória. 
A herança mais rica foi nossa convivência sem testemunhas.
Eu e minha vó. 
...o resto, era o resto de comida que sobrava no prato.
Eu e ela eramos o prato principal, sempre.

Na minha panela, a simplicidade das mãos da minha avó e a petulância de ser o melhor cheiro do quarteirão. 

São momentos assim,  que eu sinto felicidade.

Opção para comer, eu tenho.
Mas meu paladar tem o requinte da saudade.

Vivi Ame...Viviane Mendes

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Toda vez que eu vou fazer arroz eu lembro do meu avô sentado escolhendo arroz para minha vó. 

...o  jornal do lado, o véio com óculos, catando os grãos que não estavam no padrão  branco, hetero e cristão. 

Toda vez que eu vou picar cebola eu lembro da minha mãe dizendo:
-Beeeeeemm picadinho!
Eu não escolho arroz e nem pico cebola beeeem picadinho.
Minha avó fritava o arroz junto com a cebola e um dente de alho esmagado com a faca.
Eu meto a louca, faço do jeito que dá. 
...e gosto do meu arroz.

Estou falando de arroz e suas memórias. 
Eu acho que junto com um simples arroz, vem todos os antepassados e seus costumes.
Cabe a nós, todo santo dia decidir o que fazer com o arroz nosso que estais no céu. 

Me lembro do bolinho de arroz da Isabel faxineira que ia de quarta feira na casa da minha avó. 
Amava.

... dos primo que matava uma galinha para misturar com arroz e fazer galinhada.
Detestava.

...do arroz verde da minha mãe, que aproveitava o arroz que tinha sobrado da marmita, batia um ovo com cheiro verde, misturava e metia no forno com um pouco de parmesão por cima.

...tem semana que num boto um grão de arroz na boca.
Justo o arroz, que nos fez acreditar ser obrigatório na mesa.

A vida, sem receita, sem hábitos,  é uma demência a menos pra curar.

Vivi Ame...Viviane Mendes

quarta-feira, 30 de março de 2022

Acordei de ovo virado.
Meio triste, meio lúcida.

Saudade de ouvir o telefone tocar e ouvir uma voz que tinha algo a dizer.
Agora o celular fica no silencioso porque se tocar é alguém querendo vender algo que a gente não quer comprar.

Que ponto chegamos!

Queremos aparecer para que não nos esqueçam. 
Não atraímos simpatia expondo nossos fracassos normais.
...era normal acordar de ovo virado.
Agora somos desafiados a seguir um padrão de mercado.
O padrão fotoshopado se transforma em realidade na moda e nos padrões estéticos.
...a gente influencia e é influenciado o tempo todo.
Precisamos nos manter antenados nos meios de comunicação. 
Eles mudam numa velocidade que se a gente não acompanha, a gente perde a voz.
Estamos nos transformando nos robôs que a gente ouvia falar quando era criança. 

Nosso comportamento é cada vez mais viciado.

Basta um acontecimento e lá vamos todos nós dar opinião e garrar ranço por quem pensa diferente.
Não percebemos a rede de pesca camuflada na água. 
Sucesso e felicidade é um padrão tóxico exposto diariamente para tornar nosso caminho um pouco mais árduo. 
Algo nos impulsiona a voltar, a plantar abóboras e viver seguindo o ritmo do homem simples, comum e que não é tendência de mercado.

Mas a força da enxurrada no impulsiona ou para a areia, ou para alto mar e exige habilidade para nadar em podcast, youtubers, impulsionando o número de alcance, patrocinando algum conteúdo que tenha interesse para alguém mastigar enquanto tem algum sabor e depois cuspir no lixo.
...até que apareça algo mais atraente.

Acho que não estou nem lá e nem cá. 

Do passado me despeço e vou.
E o futuro não sei onde encontro.
E nem se me encontro.

Enquanto isso, sigo juntando as cores, os pedacinhos de bijuteria quebrado que um dia foi o colar de alguém,  misturo com rendas do que era um vestido antigo, e crio um universo para me resgatar do que a gente chama de mundo.
Sou minha tábua de salvação.

A arte permite esse mergulho.
Eu sei da rede.
Mas faço de conta que não sei.

Escrever ou pintar é oferecer uma fatia de bolo para a visita.
Para mim, vocês são visitas.
Sejam bem vindos ao meu mundo real.

Vivi Ame...Viviane Mendes

sexta-feira, 11 de março de 2022

Eu sou esse homem carregando esse cachorro.
.
.
.
Para mim a Ucrânia é o quarteirão do lado da minha casa.
Não sou patriota.
A terra tem fronteiras criadas pelo homem.
Meu partido é a humanidade.
Não tem como passar pano para o Putin.
Suas razões não tem legitimidade moral, nem ética. 
Minimizam a guerra, argumentando pelo número de mortos, pela mídia apelativa, pela resistência suicida da Ucrânia. 
Não existe respeito diante de uma cena dessas.
Dizem que era melhor a Ucrânia se entregar.
Evitaria um derramamento maior de sangue, evitaria ameaças nucleares.
Como pode alguém escolher como o outro deve morrer?

Há os que preferem morrer se defendendo.

Há os que são julgados como manipuláveis, influenciados pela mídia,  "aceitacionistas", eis a categoria que eu me enquadro.

Entretanto, não faço parte do fio de arame farpado da loucura apaixonada que une num abraço a extrema direita e a extrema esquerda que ideologicamente utilizam palavras ao invés de sentimentos.

Os extremos se alinharam.

São um só. 
Doa a quem doer.
Eles tem um vocabulário impecável, uma escrita gramatical invejável para olhar uma cena dessas e dizer:
Mas....
Porém...
Entretanto...
Todavia...

Eu sou esse homem carregando esse cachorro.

Eu sou a velha com 9 gatos que escolheu ficar e morrer para não abandonar.

Eu sou a mulher que está aprendendo a fazer o coquetel Molotov. 

Eu sou.
Vivi Ame...Viviane Mendes

terça-feira, 8 de março de 2022

Gritavam:
- Gostosa!
- Quero te comer!!!
A menina seguia pela calçada na rua de paralelepípedo, intrigada.

Não entendia nada.
...me comer?
Como?
Não sou comida.

Com as pernas grossas, recebia olhares masculinos dentro de casa.

Na escola, tinha vergonha do corpo sinuosos.
Um corpo convexo e côncavo. 
Destoava das magrelinhas de perna tipo " armação de marmita"

Eu era a comida.
E comida farta, quente, recém preparada.
Passei pelo desejo masculino e pela inveja feminina. 

Biscate, diziam.

Nada tinha feito.
Que inferno.
Que peso ser mulher gostosa!
Virgem.

Recebia correio elegante com a frase:
" ...sua b* deve ser uma floresta."

Foi exaustivo.
A virgindade para mim, foi um peso.

No mundo masculino que eu vivia, ser mulher gostosa aos 13 anos, foi um fardo que eu precisava me livrar.
Queria entender aqueles olhares, piadinhas, insinuações. 
Ou pelo menos merecer o título de biscate.

E, julgar se ser biscate era bom.
Nem isso eu sabia.
Elogio ou ofensa?

Eu, menina, era mulher.
 A mulher em mim, acolhe a menina.
A mulher que serei, velha senhora, acolhe todas as minhas escolhas.

Não conheci os homens.
Conheci o pensamento masculino.

 Eu mudei, de menina, adolescente, mulher...sou quase uma senhora distinta!

O pensamento masculino, não mudou.
Tá lá,  naquela rua de paralelepípedo.
E olha que até a rua evoluiu para asfalto.

Vivi Ame...Viviane Mendes

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Meu nome é Viviane, muito prazer.

Todo dia eu aprendo um pouco.
Converse comigo como gente, não me trate como cliente ou tente me convencer do seu sucesso.

Tenho interesse no seu fracasso.
Me sinto mais próxima nas fragilidades, mais presente na ingenuidade e muito mais de verdade nas vulnerabilidades expostas.

Estou aprendendo o tempo todo.
Peço desculpas a alguém, me perdoo e recalculo a rota.
Me examino com lupa para não ser subserviente e nem arrogante.
A intuição que não se torne soberba!
O fio que separa é de linha invisível, pode unir sem parecer a costura.

Não acho possível abandonar meus afetos em nome do sucesso profissional. 
Se eu sumir e for plantar cenouras, meu sucesso vai comigo.
A vida é muito curta para viver longe de quem a gente ama.
Não creio em aplausos por sacrifício.
A vida não é uma coleção de títulos e medalhas.
Tampouco uma vida acadêmica espremida num universo medíocre.
Sucesso é não precisar ter sucesso.
Nunca acreditei nesse absurdo de fazer prova para passar de ano.

Nos enganaram o tempo todo.

Fizeram a gente acreditar que dar certo na vida é ser o orgulho da família. 
Quase acreditei que os convites que eu recebia era só um convite.
Não. 
Convites são uma carta de interesses.
Hoje, me relaciono melhor com as pessoas.
Ainda não plantei cenouras.
Cultivo a possibilidade de plantar para colher.
Sempre.
Passou o tempo de ostentar acabamento.
O mundo não se resume ao alcance dos nossos esforços e dos nossos olhos.
Não se ilumina nada sem apagar o ego.

Viviane é o meu nome, um dia vou ser poeira.

Meu nome vai permanecer em algumas obras.
Se alguém sentir saudades, é porque me conheceu além da minha assinatura. 

Vivi Ame...Viviane Mendes

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Escutei um gato miar.Levantei de madrugada...Nada de mais.Tudo certo.Tudo muito certo.Percebi que eu tinha me religado.Ontem passei o dia inteirinho procurando uma tomada.Uma tomada para encaixar meu peso, meu desejo, meu medo, meu eu vazio.Na minha casa não encontro essa tomada.Ela não existe.Tem dias que o peso das mortes pesa sobre nós.O ar fica pesado.A lua, quase cheia, parece que pesa.Acho que ela vai despencar do céu feito banana madura.Ontem lavei todos tapetes da casa.Limpei como se a vida dependesse disso.Ao cuidar do chão, ouço o pulsar da terra.E ela pergunta:O que faz sentido para seu coração?Dormi no chá de lavanda.Cuidei dos pés.São eles que pisam descalsos nos meus tapetes.Fiquei com medo de meus pés sujos de realidade contaminar meus tapetes imaculados.Para mim, eles são sagrados.Talvez você não acredite.Mas...Meu chão é coberto por tapetes voadores.Vivi Ame...Viviane Mendes.

Escutei um gato miar.
Levantei de madrugada...
Nada de mais.
Tudo certo.
Tudo muito certo.
Percebi que eu tinha me religado.
Ontem passei o dia inteirinho procurando uma tomada.
Uma tomada para encaixar meu peso, meu desejo, meu medo, meu eu vazio.

Na minha casa não encontro essa tomada.
Ela não existe.
Tem dias que o peso das mortes pesa sobre nós.
O ar fica pesado.
A lua, quase cheia, parece que pesa.
Acho que ela vai despencar do céu feito banana madura.

Ontem lavei todos tapetes da casa.
Limpei como se a vida dependesse disso.
Ao cuidar do chão, ouço o pulsar da terra.
E ela pergunta:
O que faz sentido para seu coração?
Dormi no chá de lavanda.
Cuidei dos pés.

São eles que pisam descalsos nos meus tapetes.

Fiquei com medo de meus pés sujos de realidade contaminar meus tapetes imaculados.
Para mim, eles são sagrados.
Talvez você não acredite.
Mas...
Meu chão é coberto por tapetes voadores.

Vivi Ame...Viviane Mendes.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Temos o livre arbítrio. 
Faça bom uso.
A vida é dinâmica. 
Agir é coragem.
Esperar é igualmente corajoso.
O discernimento entre o que é prioridade na vida, hummm....isso depende de cada coração. 
O momento ideal, a roupa perfeita, são ilusões. 
Melhor acordar para realidade.
Ela bate na porta.
Os únicos que não nos decepcionam são os animais.
O resto, é tiro, porrada e bomba.
Parente num tem obrigação de gostar da gente.
Amigo se vai.
O que vale é sua presença no mundo.
Ela é leve?
...serve para algum propósito além de seus interesses?
Ou pesa nas sua próprias costas?
Livre arbítrio é um bom aferidor de pesos e medidas.
Ir ou ficar?
Acolher ou ignorar?
Ser ou apenas aparecer?
A força é se olhar sem filtro.
Só assim alcançamos a plenitude sem cair do salto.
A plenitude é voz do coração. 
Não se argumenta. 
Se obedece em silêncio. 
A consciência grita duas razões. 
Chega uma hora que se fazer de surdo, é falir na linguagem.
Não existe disputa.

Se obedecer o coração, tudo fica leve.
Mas...tem gente que só sabe lidar com peso.
Pesando para si e para os outros.

Vivi Ame...Viviane Mendes

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A Lisinha, minha gata cega de um olho toma comprimido que é uma beleza.
Vai castrar na semana que vem.

O quadro das chaves está quase pronto.
Mas essa noite os gatos deram um corre aqui no quintal e derrubaram um monte de chave no chão. 
...achei um ratinho morto.
Acho que foi a Lisinha.
A bicha é ligeira.

A casa tá mais ou menos em ordem.
Eu estou combinando com a casa.

Me faz mal deixar ponta solta.
Trabalho começado e parado.
Eu sou do começo, meio e fim.

Nisso eu incluo relações.
Gente que para uma conversa no meio, é ponta solta.
Conversa no ar, sem olhar nos olhos, é rato morto.
Não serve pra nada.
Nem adubo.
Mesmo sendo o rato, eu não mato.
Ele tem seu direito.

Acho que a beleza é a elegância de ser.
E ser é estar no mundo além de nossos interesses.

Até um rato é interessante para um gato.
Nós, na verdade, somos desinteressantes pra muita gente.
Principalmente quando elas percebem que não temos nada para oferecer.
Nada que seja do interesse delas.
Maturidade, meus amigos, é essa a chave para seguir abrindo e fechando portas.

Estou com umas 650 chaves aqui.
Todas juntas, elas pesam.
Pesam muito.
Tento não envelhecer no coração.
Maturidade não é juntar mágoa e ressentimento.

Maturidade é liberdade para jogar todas as chaves fora e escapar do cativeiro da razão.

Vivi Ame...Viviane Mendes

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Era uma vez...na cidade de Bauru, interior de São Paulo. 

Uma casinha que vivia perdida na Alameda Doutor Otávio Pinheiro.

Os prédios cresciam, se alimentavam do sol e ferozes disputavam a atenção feito macho querendo acasalar.
Seguem imponentes, aceleram o motor.
Vários prédios, parecem uns robôs.
São altos, mas tem janela pequena.
Muitas janelinhas.
Me parece gente de mente limitada.
Como pode sem varanda?

E a casinha lá, sentada feito senhora humilde no banco da praça.
O telhado de cerâmica antiga, segue protegendo feito chapéu de palha em dia de sol.

Ela tem charme.

A floresta particular cresceu e se derrama para todo lado.
Os vizinhos assistem o verde escorrer pelo muro do comércio deles feito dona de casa olhando o leite derramado no fogão. 
Tiram uma casquinha das flores da primavera, do sapatinho de judia, da árvore de flores amarela do corredor, até a jabuticabeira sempre com frutos convidam os passarinhos para compor o dia.
Os beija flores são feito um laço de cetim envolta da casa.

Quem passa na rua quase tropeça na trepadeira que gentilmente oferece florzinha minúsculas chamada
 "amor agarradinho"

E os pilotos?
Eles que lutem.
Que façam manobras para desviar do galho de primavera que segue feito flecha apontando para o céu. 
As plantas daqui de casa, tem garra.
Seguem firmes feito fêmea no cio.
Conhecem seu poder.

Domingo de manhã, poucos carros.
As pessoas passam feito insetos voando.
Uns de bicicleta na ciclovia, outros no passo apertado da caminhada.
Na disputa, a casinha de 1937 ainda dá um bom caldo.
Os olhares são de paquera.
Os prédios do outro lado da avenida, até tentam.
Mas, verdade seja dita:
Quem nasceu para rainha, não perde a majestade!

Como que vocês conseguem viver numa casa com muro branco, uma piscina sem nenhuma planta hidratando o árido dos dias?
Malemá um vaso de cimento apertado sufocando a raíz duma planta que você num sabe nem o nome.

O verde não é uma cor.
...é uma energia.
Nas plantas moram guardiões. 
Repare no antes e depois.
Era uma casa.
Eu transformei em floresta.

Vivi Ame...Viviane Mendes

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Apesar de toda boa intenção...CARTA REGISTRADA. Tem um tipo de comportamento que é péssimo em qualquer relacionamento:Tentar fazer o outro se encaixar na sua realidade.As pessoas tem histórias de vida diferentes, hábitos distintos.Serve para você?Ótimo. Eu tenho outro tamanho...de corpo e de alma.Se um tipo de rotina faz você sentir desdém por alguém, eu acho que você não sabe nada além de você. A vida é tão grande, tão generosa, tão cheia de gatilhos e degraus.Você escolhe subir ou descer.Toda vez que você julga sua realidade sendo mais interessante, melhor ou mais prática do que a do outro, você só evidência uma coisa:Sua vida não é modelo. Vida é respeito pelo universo que você desconhece.Se você acha seus métodos perfeitos, são porque eles contribuem para sua caixa funcionar.A minha caixa tem outro ritmo, outra modulação e outros entraves que não cabe na sua caixa.A vida vai te ensinar.A vida, apesar de nosso egoísmo, é linda.Ela pode lhe ser útil se seu interesse for molhar as canelas.E também pode ser útil se sua alma preferir mergulhos.A vida é minha caixa favorita.Apesar de meus limites, e eles são muitos, a vida é um lugar confortável para mim.Você é feliz com suas escolhas.Eu, tenho um caminho onde me preocupo com minha epigenetica.Sabe, hábitos que devem morrer para a genética celular se renovar?Menina...nem te conto.Mas eu, só tenho eu.E carrego minhas escolhas.São elas que vão me ajudar quando as luzes se apagarem.Ninguém sabe o medo que outro tem do escuro.E meus olhos precisam de muita luz.Você nem imagina o tamanho do meu breu.Obs.Escrevi isso para registrar, e eu pelo menos tentar evitar fazer qualquer pessoa caber na minha caixa.RESPEITO.Todo mundo gosta, né?Vivi Ame...Viviane Mendes

Apesar de toda boa intenção...
CARTA REGISTRADA. 
Tem um tipo de comportamento que é péssimo em qualquer relacionamento:
Tentar fazer o outro se encaixar na sua realidade.

As pessoas tem histórias de vida diferentes, hábitos distintos.
Serve para você?
Ótimo. 
Eu tenho outro tamanho...de corpo e de alma.
Se um tipo de rotina faz você sentir desdém por alguém, eu  acho que você não sabe nada além de você. 
A vida é tão grande, tão generosa, tão cheia de gatilhos e degraus.
Você escolhe subir ou descer.
Toda vez que você julga sua realidade sendo mais interessante, melhor ou mais prática do que a do outro, você só evidência uma coisa:
Sua vida não é modelo. 

Vida é respeito pelo universo que você desconhece.

Se você acha seus métodos perfeitos, são porque eles contribuem para sua caixa funcionar.
A minha caixa tem outro ritmo, outra modulação e outros entraves que não cabe na sua caixa.
A vida vai te ensinar.
A vida, apesar de nosso egoísmo, é linda.
Ela pode lhe ser útil se seu interesse for molhar as canelas.
E também pode ser útil se sua alma preferir mergulhos.
A vida é minha caixa favorita.
Apesar de meus limites, e eles são muitos, a vida é um lugar confortável para mim.
Você é feliz com suas escolhas.
Eu, tenho um caminho onde me preocupo com minha epigenetica.
Sabe, hábitos que devem morrer para a genética celular se renovar?
Menina...nem te conto.
Mas eu, só tenho eu.
E carrego minhas escolhas.
São elas que vão me ajudar quando as luzes se apagarem.
Ninguém sabe o medo que outro tem do escuro.
E meus olhos precisam de muita luz.
Você nem imagina o tamanho do meu breu.
Obs.
Escrevi isso para registrar, e eu pelo menos tentar evitar fazer qualquer pessoa caber na minha caixa.
RESPEITO.
Todo mundo gosta, né?

Vivi Ame...Viviane Mendes

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Nunca subestime o poder da arte na vida de vocês. 
Uma imagem invoca sensações.
Sensação é realidade.
Realidade é o que te adoece.
A cura existe em vários níveis. 
A arte é um recurso para alma.
Ao contemplar um quadro não são seus olhos, não é seu corpo e nem sua casa.
A arte é uma janela entre dois mundos.
Uma fenda que une passado, presente e futuro.
Uma obra nunca é decoração.
Para isso existem belos tapetes, vasos, sofás que trazem conforto.
A arte não faz esse papel.
A arte te tira do lugar.
Te transporta para um nível além da decoração. 

Vivi Ame...Viviane Mendes 
*consulte minhas obras disponíveis.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Faz de conta que você tá aqui na minha frente, e eu tou contando o dia.

Sabe, tenho mania de dormir com uma caixa de cânfora do lado da cama.
Acho que eu respiro melhor e acho que espanta pernilongo. 
Acho.
Num tenho certeza. 
Tinha acabado e fui na farmácia. 
Aproveitei e comprei uma pasta de dente ayurveda. 
Eu falo pasta de dente.
Meu marido fala creme dental.
...acho chic.
A questão é que eu não gosto do gosto da pasta.
Daí compro umas diferentes para mim.
Num tinha um real na bolsa.
Fui pagando no cartão. 
Bem...tava entrando no carro, um moço se aproximou e perguntou se eu tava melhor.
Era o cara que viu meu gato atropelado. 
Respondi que sim, graças a ele, pois é muito angustiante um animal desaparecer e a gente num saber o que aconteceu. 
Mas morto, tá morto, né?

Tava dando partida no carro, ele falou que era aniversário dele.
Putz...
Falei:
-Moço, num tenho nada pra te dar.
Ele:
-Você tem sua humildade.
Você conversa olhando no olho.
...num esconde sua bolsa e nem seu celular.
Você me cumprimenta na rua  e isso para mim, é  muito.

Respirei fundo.
Falei:
- Olha, vou te dar sudaqui que comprei no mercado:
1 bandeja com tomate.
1 cerveja Belga.

O moço ficou me olhando...eu continuei:
Falei pra deixar a cerveja beeem gelada.
Fazer uma saladinhade tomate, espremer um limão, jogar um sal por cima....e...Feliz Aniversário!!!
O moço tinha os dentes tudo estragado.
Podre mesmo.
Mas ele ficou rindo dum jeito tão lindo.
E eu fui embora feliz.

Foi simples.
Foi tudo de coração. 

Vivi Ame...Viviane Mendes

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Trago notícias para os escolhidos de Deus:
...o povo achou que pandemia tinha acabado.
Viajou, aglomerou, tirou máscara, tirou fotinha com rosto colado.
Tal negócio, né?
Egoísmo aliado a ignorância. 
Os profissionais de saúde, mais uma vez carregando nas costas a irresponsabilidade das pessoas. 
Mas...e daí,  né?
Você num é nem médico e nem enfermei.
Muito menos coveiro.
Que mal tem?
 O povo diz que num toma vacina porque ela não imuniza.
Não entendem que, mesmo vacinado, pode contrair a doença,  mas que de forma branda, não satura o sistema de saúde. 
Evita respirador.
Evita mortes.
O povo não entende!
Daí vem um espiritualizado good vibes e fala que a vacina é coisa do demônio. 
Ainda se orgulha por nunca ter vacinado os filhos.
Dizem que é uma questão de afinidade...
Que se manter a frequência do campo enérgico, o vírus  nem chega perto.
O povo acredita, e propaga a ideia. 
Sei lá...
A pessoa se mete a viajar num cruzeiro marítimo.
Aquele monte de gente junto, achando que é rica por poder desfrutar de um all incluse.
Tudo bem, querer ir.
Tudo bem querer se sentir.
Quem nunca, né?
Mas num é o momento.
Tem que sossegar o facho.
Teve muita falta de senso comunitário nesse fim de ano.
Um tal de se juntar para confraternização, pra comemorar Natal, e Ano Novo, minhanossinhora!
Sinceramente?
Feliz ano novo, a gente nem deseja mais.
Caiu em desuso.
A bola da vez é mudar a atitude para que algo novo aconteça de bom.
Do resto, tamo aqui, patinando nessa incerteza.
O povo doente.
Sistema de saúde em colapso.
E unzioto aí esperando o momento de ser resgatado pela nave.
Acham que vão ser reconhecidos por não terem o implante do medo no braço. 
Desconheço fraqueza maior que a soberba.
Desconheço demônio pior que o egoísmo. 
A nova era, que muitos aguardam, é um estado de consciência. 
E consciência, infelizmente não tá no pacote pago em 10 parcelas no Visa.
Consciência é um passaporte silencioso.
Eles, lá da nave, te reconhecem pela sua utilidade.
E, tem gente que é tão protagonista de sua órbita que vai ser levado, tenho certeza.
Esse povo vai ascencionar. 
Vai estrelar um filme em Orion, Sirius, quem sabe nas Plêiades?
Um filme de um homem só. 
Sem roteiro, sem direção e sem atores pra contracenar.
Esse povo, acha feio o que não é espelho.
Só funcionam ensimesmados e auto centrados no trono do seu umbigo. 
Eu nunca vi na minha vida inteira tanta gente equivocada.
Será uma nave para cada um!
Imagina eles tudo junto num busão espacial?
Não, eles vão ter nave particular com ET pilotando. estres existem para ficar de babá cósmica de gente sem consciência grupal.
Valha - me Deus!!!
A pessoa num sabe o que é ética planetária e acha que é um escolhido.
Tá. ..
Ahamm...vai nessa.
Ser útil só para si, te faz ser descarte.
Quando você perceber a nave, ela será um roholograma de sua vaidade.
Vivi Ame...Viviane Mendes

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

"(...)Acho que a gente tem que baixar a bola, sabe?
Num dianta muito querer parecer bom, e num ser bom.

Querer parecer bom para os outros e se entupir de coca cola, torresmo, bacon, bolo, leite condensado e cerveja o dia inteiro é sinônimo de desamor.

O auto cuidado é exalado pelos poros.
Num se trata de vaidade.
É tipo, você se olhar e agir com bondade para si mesmo.
Ser mais e parecer menos.
Querer causar o tempo todo, cansa, desgasta  esvai.
Acho um luxo gente que é.

Sabe, mostrar as armas, os dentes,  o conhecimento, a retórica toda duma vida, é uma faca de 2 legumes.
Você convence num primeiro momento.
Mas se corta com a lâmina que você mesma amolou.

E os legumes, que diabéisso?
Nem cenoura e nem beterraba. 
Tu corta é tua vaidade maquiada por carência de aplauso.

Descer do pedestal é um alívio, viu gente.
Estufar o peito e encolher a barriga,  cansa.
Cuidar da saúde é louvar a Deus.
É honrar um mecanismo que nos põe em pé todo santo dia.
Eu não acredito na bondade de quem se entope de lixo.
Virtual ou alimentar. 
E tenho dito!
Vida é outro patamar.
É reconhecer onde tem vida.
E sobretudo, reconhecer onde tem dor " 

(Viviane Mendes.....maravilhoooosa)
Eu sou meio besta.
Tem semana que eu gosto de brincar de fim de mundo.
Tipo:
Sivira coquetem.
Daí vou comendo coisa que nada combina com nada.
Fazêoquê???
Tenho essas esquisitices. 
Como num compro tranqueira, tenho sempre algo nutritivo.

Mas...ontem tava bem fim de mundo mesmo, sabe?
Era ração de cachorro, e molho ao pesto.
Resolvi interromper a brincadeira. 

Parei numa quitanda.
Em 1 minuto catei couve, mamão,  abacate, abóbora e...milho.
Pronto.
Danou- se.
Milho na minha mão vira creme de milho, que me obriga a fazer um arroz bem branquinho...
 Me lembrar da minha avó é dois pulinho.

Era minha comida preferida de Natal.
Fiz.
Comi.

Me lembrei que eu nunca me sentava a mesa na ceia.
Eu comia sozinha na cozinha.

Num me sentia bem com bicho morto sendo servido.
Escapava das priminhas frívolas e mimadas.
Me exilava das tias tontas e vazias.

Era eu sentada numa mesa retangular de fórmica em tom marfim, e minha avó de pé no fogão. 

Era uma comunhão que não cabia mais ninguém. 
Nunca coube.
Por mais que tentassem...ninguém nunca coube entre eu e minha avó. 
A gente fazia de conta...
Brincava de faz de conta o tempo todo.
Mas, o Natal, era eu e ela!
O resto era figurante.

Eles lutaram, mas foi em vão. 

Minha avó vive comigo.
Hoje, em pleno dia de Reis, a gente tava juntas, aqui na minha cozinha. 
 E eles, com tanta inveja, ciúmes que sentiam da gente, estão como sempre estiveram, longe...tão lá na sala de jantar.

Sabe, as pessoas da sala de jantar?
Ocupadas em nascer e morrer...

Vivi Ame...Viviane Mendes 
Obs.
Eu e minha avó Tatinha, nem a morte prestou para nos separar.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Olha, eu acho o Facebook um lugar maravilhoso. 
Acho mesmo.
Rápido e eficiente. 
Perfeito para desconstruir a imagem de santidade e benevolência das pessoas.
Como diziam os antigo, " de primero" nóis custava a acreditar que ídolos peidavam fedido.
Agora nóis sente até o chero.
O face é bão demais.
A pessoa agradece a Deus e enfia a faca com uma normalidade invejável. 

Sobre o que se propaga ao mundo, muito será cobrado.

Influenciamos pessoas e somos influenciados o tempo todo.

Seu alimento é seu combustível.
Seu pensamento faz parte de uma engrenagem.
Amar não é verbo.
Verbo, é humano.
Amar é divino.
Aquele que ama, chove.
Chove sua compaixão por todos os seres.
Começando por si.
A demência auto destrutiva de nossa raça é o prato do dia.
Especialidade da casa.
A vida é mais que nosso vocabulário. 
A vida tem fome de consciência. 

Vivi Ame...Viviane Mendes

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Tá vivo?
Cuida.
A vida é cuidar.
Detalhes fazem o todo.
Calibra o pneu do carro.
Um hemograma é sempre bom.
A roupa não usada deve ser doada.
Passa uma tinta na parede.
Planta num vaso maior aquela muda que já cresceu.
Quer emagrecer?
Pensa no que te dá mais prazer. 
Seu corpo ou seu prato?
Se for o corpo, comece com atitudes.
Manere no sódio e no álcool. 
Sabe, a pessoa inchada num se sente bem.
Fim de ano, virou passaporte para excessos.
O rosto se transforma num edema.
Aliás cuidado com o botox.
...parece edema também. 

A gente é sobrevivente nessa pandemia. 
Se cuida.
Arruma as gavetas.
Num segue a maioria.
Nem se compara com os outros.
Muita gente num sabe nem fazer o O com o copo.
O auto cuidado é muito além da moda estética que o Instagram nos apresenta.
O mais difícil é começar. 

Eu, vou começar pelos papéis. 
Das contas pagas, dos recibos que devem ser guardados e dos livros que devem ser doados.
Uma limpeza de pele básica. 
Comecei a por óleo de coco no café. 
Tem dia que eu almoço só abacate.
Tem noite que eu recalculo a rota.

Não tenho vergonha de perguntar o caminho.

Se você anda com muita vontade de comer açúcar acho bom investigar.
Tumor adora açúcar. 
Verme também. 
Açúcar é caloria vazia.
Num presta pra nada.
Te dá quilos a mais, te dá candidiase, e tapa tua carência por 1 segundo.
Fica com o zóio aberto.

Se você vê um animal e pensa em bacon, torresmo, costela, acho bom você se avaliar de maneira fria e calculista.
Teu paladar é maior que seu coração,  eu acho isso extremamente nocivo.

Fazer o bem, é amar a criação de Deus.
Começa pelo seu corpo.
Sua mente, suas emoções e sentimentos precisam ser examinados com lupa.

Você ama alguém?
Dirige com cuidado para não se acidentar.
Come direito para não adoecer. 
Usa máscara. 
Se ame.
Toma um vinho bom.
A gente precisa se amar e honrar diariamente a vida.
Evite fofoca.
Evite aglomeração. 
Evite ser como aquele que você critica e julga silenciosamente. 
Seja grato.
Seja aquele que você espera.
Se apaixone por você mesmo.

De todo encontro, repare se você saiu maior ou menor.
Tem gente que te subtrai.

Tem fome que a gente morre mas num sacia.
O buraco é invisível. 
Há de se perceber a nossa real carência. 
...fica mais fácil da gente não se sabotar, não se iludir e não se auto aplaudir.
Consciência, coragem e justiça é um tripé para sustentar o amor.

O resto, é caricatura para postar em rede social.
Vivi Ame...Viviane Mendes