quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Eu estou procurando uma mulher.
Se alguém souber o paradeiro, me ajude.

...tenho tanta saudade da vida.
Me sinto presente no mundo, mas longe dele.
Sinto saudade de dormir e acordar como antigamente. 

A vida deve ser mais que tudo isso.

Não é grandes coisas, não. 
É vidinha simples, sem olhar para um irmão com desconfiança. 
Vidinha besta de quem paga as contas e para na praça pra tomar um caldo de cana.
...e comer um pastel sem culpa.

O existir num mundo em guerra velada é como andar sem saber se uma bomba vai explodir na esquina.
Um espião infiltrado pode estar ao lado.
E trincheiras são obstáculos pelo caminho.

Sinto saudade da vida.

Uma vida de educação e civilidade.
Uma vida de respeito a cultura.
Uma vida de vizinhos amigos.
Vidinha comum.

Parece que não, mas estamos isolados.
Queria muito uma escada rolante para o futuro.
Degrau por degrau não há joelho que aguente .

Estou subindo...
Não sei exatamente onde vai dar.

Tenho esperança de encontrar uma senhora simpática   com cara de avó e que diga:
- Vem Vivi, a comida está na mesa.
Lave bem as mãos e venha se sentar.

Eu:
- Quem é a senhora?
Eu te conheço?

E ela:
...limpando as mãos num avental xadrez, solta os cabelos, me abre um sorriso e diz:
- Meu nome é  Vida.

Eu preciso repousar na casa dessa senhora.
Vivi Ame...Viviane Mendes

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