quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Eu sou meio besta.
Tem semana que eu gosto de brincar de fim de mundo.
Tipo:
Sivira coquetem.
Daí vou comendo coisa que nada combina com nada.
Fazêoquê???
Tenho essas esquisitices. 
Como num compro tranqueira, tenho sempre algo nutritivo.

Mas...ontem tava bem fim de mundo mesmo, sabe?
Era ração de cachorro, e molho ao pesto.
Resolvi interromper a brincadeira. 

Parei numa quitanda.
Em 1 minuto catei couve, mamão,  abacate, abóbora e...milho.
Pronto.
Danou- se.
Milho na minha mão vira creme de milho, que me obriga a fazer um arroz bem branquinho...
 Me lembrar da minha avó é dois pulinho.

Era minha comida preferida de Natal.
Fiz.
Comi.

Me lembrei que eu nunca me sentava a mesa na ceia.
Eu comia sozinha na cozinha.

Num me sentia bem com bicho morto sendo servido.
Escapava das priminhas frívolas e mimadas.
Me exilava das tias tontas e vazias.

Era eu sentada numa mesa retangular de fórmica em tom marfim, e minha avó de pé no fogão. 

Era uma comunhão que não cabia mais ninguém. 
Nunca coube.
Por mais que tentassem...ninguém nunca coube entre eu e minha avó. 
A gente fazia de conta...
Brincava de faz de conta o tempo todo.
Mas, o Natal, era eu e ela!
O resto era figurante.

Eles lutaram, mas foi em vão. 

Minha avó vive comigo.
Hoje, em pleno dia de Reis, a gente tava juntas, aqui na minha cozinha. 
 E eles, com tanta inveja, ciúmes que sentiam da gente, estão como sempre estiveram, longe...tão lá na sala de jantar.

Sabe, as pessoas da sala de jantar?
Ocupadas em nascer e morrer...

Vivi Ame...Viviane Mendes 
Obs.
Eu e minha avó Tatinha, nem a morte prestou para nos separar.

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