sexta-feira, 11 de março de 2022

Eu sou esse homem carregando esse cachorro.
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Para mim a Ucrânia é o quarteirão do lado da minha casa.
Não sou patriota.
A terra tem fronteiras criadas pelo homem.
Meu partido é a humanidade.
Não tem como passar pano para o Putin.
Suas razões não tem legitimidade moral, nem ética. 
Minimizam a guerra, argumentando pelo número de mortos, pela mídia apelativa, pela resistência suicida da Ucrânia. 
Não existe respeito diante de uma cena dessas.
Dizem que era melhor a Ucrânia se entregar.
Evitaria um derramamento maior de sangue, evitaria ameaças nucleares.
Como pode alguém escolher como o outro deve morrer?

Há os que preferem morrer se defendendo.

Há os que são julgados como manipuláveis, influenciados pela mídia,  "aceitacionistas", eis a categoria que eu me enquadro.

Entretanto, não faço parte do fio de arame farpado da loucura apaixonada que une num abraço a extrema direita e a extrema esquerda que ideologicamente utilizam palavras ao invés de sentimentos.

Os extremos se alinharam.

São um só. 
Doa a quem doer.
Eles tem um vocabulário impecável, uma escrita gramatical invejável para olhar uma cena dessas e dizer:
Mas....
Porém...
Entretanto...
Todavia...

Eu sou esse homem carregando esse cachorro.

Eu sou a velha com 9 gatos que escolheu ficar e morrer para não abandonar.

Eu sou a mulher que está aprendendo a fazer o coquetel Molotov. 

Eu sou.
Vivi Ame...Viviane Mendes

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