EU NÃO SOU PARA TODO MUNDO.
Cada um consome o alimento que lhe nutre.
Arte para mim, é néctar.
Meu trabalho é fazer um pão.
Não esse pão sem nutrientes que estufa a pança.
Eu dou valor a fermentação natural, ao centeio e ao trigo ancestral.
Minha arte anda de mãos dadas com meu verbo.
Faço para nutrir.
Existe disponível todo tipo de alimento.
Há quem se alimente de decomposição.
Há quem compartilhe seu mundo em forma de vomito.
E existem aqueles que copiam um estilo, uma técnica e estacionam na vaga que encontraram.
Ali ficam.
Tem mercado para todo mundo.
Arte cada um faz com os ingredientes que tem, ou com a frequência que alcança.
A arte não é boa só porque é arte.
Da mesma maneira que um alimento pode ser veneno e adoecer o corpo.
Tem arte doente.
Arte insossa.
Eu não sou para todo mundo.
Quem consome minha arte tem fome de néctar.
Eu mastigo a realidade.
Várias mordidas nas camadas da sociedade, no respeito ao mundo do outro, cada um orbita numa constelação.
O que ofereço é o melhor que consigo fazer com minhas técnicas, meu talento e meu espírito.
Raramente eu vomito.
Sou muito seletiva no que consumo.
Mas quando isso acontece, vou para privada e não para tela.
Saber o lugar certo das coisas é o começo do respeito pelo outro.
Vivi Ame...Viviane Mendes
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