Vou morrer todo dia:
No fim a gente se se sente tragado.
Nesse caldeirão de opiniões, chega uma hora que a gente quer vazar...escapar por qualquer buraco como fumaça que precisa seguir seu destino e se dissipar no ar.
Peço desculpas, se minha poesia irrita alguns.
...eu mesma talvez me irritaria.
Pra falar a verdade, a poética me é irritante.
Mas ela vaza pelos meus poros.
Não se trata de alienação...tampouco ignorância.
Existem os fatos...e a interpretação dos fatos.
No meio disso, considerando tudo que habita no nosso inconsciente, creio ser impossível a imparcialidade.
E...meu discurso não é político.
Eu falo do meu vizinho...do meu irmão...e dos meus amigos.
Tudo que acontece passa por nosso filtro.
E...meus caros, esse nosso filtro muitas vezes está mais poluído do que uma bituca de cigarro.
Independentemente de religião, de posturas políticas e de condição social...somos todos um filtro.
Aspiramos, tragamos e exalamos.
Temos nossas crenças, culturas, hábitos enraizados no nosso DNA e defendemos nosso ponto de vista.
Putz...e é só um ponto.
Somos apegados a esse ponto.
Não queremos nos livrar dele, como se esse ponto nos livrasse de algo.
E...a tábua de salvação existe se pudermos ligar esses dois pontos...aí sim, construímos uma linha.
Uma linha de raciocínio que considera o universo alheio com a mesma legitimidade que o nosso.
Meus amigos, não escrevo isso como indireta para apaziguar esse momento político.
Escrevo para mim mesma.
Observo minhas relações familiares, minhas amizades e meus vizinhos.
Me defendo...defendo minhas convicções muitas vezes com um facão na mão.
Não acho que sentar e conversar resolve.
Desculpe, mas nem sempre as palavras dizem o que precisa ser dito.
Acho que até que o mundo tá dando certo!
...considerando nosso primitivismo, nossa capacidade de dissimulação, nosso pensamento hostil e limitado, somos todos vitoriosos...
Deve existir uma fonte que cuida de nós...
Caso contrário estaríamos extintos.
Nossa imaturidade beira a burrice.
Destruímos nosso planeta.
Trabalhamos para pagar contas.
Envenenamos nosso corpo.
Poluímos nossas emoções.
E...defendemos nosso ponto de vista...ficamos beeem agarradinhos a ele.
Lutamos por ele com unhas e dentes.
Já pensou que o desapegar que tanto falamos inclui o desapego até do nosso ponto de vista?
Eu, aqui...só quero me curar.
Me curar de tudo que eu construí.
Eu construí alguns medos oriundos de traumas.
Construí muros em algumas relações.
E...no fim, de tudo a cura está em mim.
Quero nascer de novo todo santo dia.
Acho que assim encontraria a fonte da juventude.
Encontraria a plenitude.
Vou morrer todo dia!
Todo santo dia, quando eu for dormir, vou pensar que posso não acordar.
Nisso, vou avaliar tim tim por tim tim que mala vou carregar.
Quero ela levinha...
Quero ela só com o que tiver sintonia com meu ser interno.
Acho que carregamos peso demais da conta.
Quero renascer em mim.
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