quinta-feira, 9 de abril de 2020

Tudo que eu sabia era que ia subir na escada.
Iria no sapateiro, na costureira, no poupa tempo...e até o passaporte eu iria renovar.
A coisa desandou ribanceira abaixo.
Foi dia de polir.
Comecei com os espelhos...fui pras bijou.
Tenho peças lindas de alpaca, prata e cobre.
Esfreguei uma pedra azul especial para dar polimento em metais que comprei dum hippie em Ilha Bela com uma flanela.
Ficou tudo tinindo...
Perdi o horário do banco.
Fui procurar outras peças para polir.
Na gaveta, encontrei as cartas de amor de minha mãe para meu pai...e meu pai para ela.
Deixei reservado.....................um tesouro.
Eu ia varrer o chão.
A pá e a vassoura ainda estão na sala.
Fui plantar a arruda, o alecrim e a alfazema.
Um caso de amor com as plantas...sempre.
Depois eu ia subir na escada para consertar um furo no teto.
Não deu.
Quando eu percebi estava me polindo...
Mas...em todo caso, tinha amor envolvido.
Tem muito amor envolvido.
Tem no que tenho vivido...
Tem onde não foi resolvido.
Eu num subi na escada...mas escalei meus pontos mais vulneráveis.
Olhei para mim...e vi amor em toda parte.
Não varri o chão da sala.
E ...também não varri minha vulnerabilidade para baixo do tapete.
Senti...o dia inteiro, do começo ao fim.
No silêncio em mim, eu sempre encontro o amor.
Viviane Mendes
...................

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