Qual pano você é?
Sou um pano de chão, surrado e carcomido pelo tempo.
Esfrego minhas sujeiras e dores até elas não doerem mais.
...sou auto limpante.
Trago para a luz toda bagaceira que me oprime.
Tudo que se mantém obscuro, não é curado.
Peço sabedoria para lidar com a sujeira do outro.
Um pano macio não limpa crostas comportamentais.
Um pano macio, tira apenas o pó da superfície.
Porém um pano macio...é uma flanela, quase uma pele de pêssego que nos acaricia e consola.
Nessa vida, somos todos pano de chão e flanelinha.
Em toda boa faxina é necessário discernimento para não riscar a superfície frágil, e esfregar o que está grudado, a sujeira do cantinho é sempre a mais difícil de sair.
Não estou mais para artifícios e nem alegorias.
As ciladas e armadilhas que criei para mim, não funcionam mais.
Eu visto toda carapuça que me serve.
Se não serve, não é minha.
Faz tempo que eu desisti de impressionar as visitas...
Tirei o tapete da sala...quem entra pisa em solo limpo.
Os tapetes decoram e escondem a sujeira, né?
Mas, como boa dona de casa, eu sei que ela está ali...esperando eu me comprometer efetivamente com a limpeza.
Creio que através dessa assepsia emocional e comportamental nós nos reencontraremos na pureza vital.
A pureza acontece em ambiente limpo.
Com as janelas abertas...
O sol, o vento varrem as emoções enferrujadas.
Nessa pureza, julgamos menos, condenamos menos e achamos menos.
O nosso olhar está comprometido com nossa restauração interna.
E...quando estivermos curados e perdoados a nós mesmos poderemos enfim beber da fonte da pureza vital.
Fora isso, sem faxina interna, estamos todos nos entorpecendo mais e mais, não assistimos o filminho de terror da nossa vida.
E toda noite cobrimos a cabeça para não ver o bicho papão.
Evitamos o escuro, porque é lá que mora nossos fantasmas.
Um equívoco infinito...disfarçado e manipulado pelo ego.
Assim tem sido meu caminho...e nesse caminhar tenho afinidade com almas comprometidas com a coragem de se restaurar.
Eu agradeço a todos que me esfregam e que me acariciam.
Quero ser digna de beber água pura.
Porque se meu interno estiver sujo ele vai sujar a água.
E assim, vou chover no molhado...a limpeza e a pureza primordial da luz nunca irá se instalar no meu SER.
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