quinta-feira, 30 de abril de 2020
...não o sei se ela vai viver ou morrer.A minha parte eu fiz.Repare.Viver, requer intimidade com a vida.Intimidade, nos torna permissivos.Aquilo que nos é íntimo, não necessita de disfarces.O viver é uma relação com a intimidade que se adquire com tudo que nos rodeia.Somente no respeito a intimidade floresce. O respeito aos ciclos alheios.A vontade do outro nos é íntima porque nos vemos em cada gesto.Se não tivermos intimidade com o viver em toda sua plenitude, não teremos olhos para o humano que vive em nós. A intimidade com o corpo e suas manifestações. A intimidade com nossos fluídos de desejo, de medo, de êxtase e de dor.Cada comida que se prepara, é um ato íntimo com o alimento.A intimidade com o tempo!O tempo de cada coisa que vive sob o sol.A intimidade com as interpretações alheias.Há de se viver. E cuidar do que se vive.Tudo que escrevo, é lição que faço em casa.Esse pé de romã é bem mimado. Uma muda, que virou árvore. Me presenteou com muitas romãs. Em troca decorei seu tronco com patchwork de crochê colorido.Pendurei espelhos para cintilarem a luz do sol.A árvore ficou estagnada com tantos mimos.Nem morria...Também não exalava vitalidade.Percebi que precisava fazer ela sentir dor....e doeu em mim.Fiz uma poda severa.E deixei ela livre.Fica comigo na porta da minha casa ou morre de vez.Aqui, tenho liberdade e intimidade com a vida e com a morte.Não sei o que a árvore vai decidir.Se ajudei a viver ou a morrer, eu ainda não sei.A mim, me basta saber que ajudei.Vivi Ame, por Viviane Mendes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário