quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Foi assim que aconteceu:O problema é que uso saia longa.Quando a terra treme, e a carne geme, é o momento de conhecer de qual barro se é feito.Deixei um rastro de incompreensão pelo caminho...Mas, foi assim que pude me parir.Nasci.Esse processo é solitário.Existem casulos que só se rompem, quando o sofrimento da clausura atinge seu ápice.Rastejar foi necessário.Lambi o chão de terra batida.Quando dei por mim, o espaço que eu estava, não me cabia.Essa foi a estupenda revelação.As asas foram forjadas e conquistadas na solidão.Relacionamentos são necessários para compreendermos a função deles.Algumas vezes, nossa melhor versão é um samba de uma nota só.O voo é solo.Estava quase afogando num mar revolto.Tentaram me ensinar a nadar quando eu estava submergindo ou nem perceberam meus gritos de socorro.Eram ondas e tempestades avassaladoras.Foi assim, que virei borboleta.Voei e gostei do ar.A melhor versão de mim, foi um presente de quem não me viu e que nunca me conheceu.Eu pude enfim me olhar nos olhos e fazer a minha escultura.Uma armadura, talvez...Mas eu gostei do eu na voz e o comigo no violão.Uma música nova, uma canção tímida, mas não desafinada.Sinto muito, sou grata e amo os salva vidas que eu recusei. Era necessário.O bicho da seda, só produz seda dentro do casulo, e...minha saia é longa.Não irei morrer trancafiada e desidratada dentro de mim.Boto ovos diariamente.E eles brotam me eternizando em todo passo que dou tentando alcançar o compasso do criador.Vivi Ame....Viviane Mendes

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