terça-feira, 8 de setembro de 2020

E se eu te dissesse que sou mulher de feitiço?...daquelas que nem o Diabo quer arrumar enguiço?Converso com a pimenta malagueta...e nem faço rima com buceta.Faço oração no pé de limão.Sou de fogo brando na panela de barro...Sou capaz, acreditem, de louvar o chuchu.Fatio a batata, com calma.A batata é deveras, sensata.Não se indispõe com ninguém.Veja se tem cabimento, o repolho roxo, tem inveja da couve.Mas, eu sou mulher conselheira, explico que o violeta é o raio da transmutação.Olha que perigo meu coração:Quero saber se as galinhas que botam esses ovos, se vivem livres e se são felizes.No extra virgem do azeite, meu deleite.As ervas de Marseille, acordam minha saudade da França.Antes que eu me esqueça:Sou mulher que cozinha com trança no cabelo.E, pior, com gato na janela!Sabe, esse tipo, de mulher vagabunda, que usa o paninho de pia cor de rosa, como toalha para taça de cerveja?Sou eu.De filtro de barro e colher de pau.Que na pia bagunçada, me encontro.Sem música tocando.No silêncio absoluto.Só o borbulhar da panela e do meu coração...como um som de violão.Escapa pela porta o aroma do manjericão...E, nessa oração, Deus se faz presente.O Diabo, que vive ao lado, me manda recado:Moça, desisto de você!!!Por mais que eu procure, não encontro lugar para me instalar.Mas...eu amo até o Diabo.E, apesar de hoje não ter quiabo, eu lhe sirvo um prato:Meu tempero é quente e picante.Minha alma é serena.Escolhe.Vê o que você faz com isso, meu amigo.Eu não tenho inimigo.Renda-se....como eu me rendi.Eu até choro lendo o que eu escrevi.Mas, sobretudo, sou grata pelo que aprendi.Vivi Ame...Viviane Mendes

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