Vamos combinar...
Nem só de poesia vive o homem.
Eu preciso assistir o cheiro da panela de feijão.
O alho e as folhas de louro, gemendo dentro da panela.
O aroma vai invadindo a sala.
Eu fico em silêncio, assistindo o espetáculo.
Daí chove.
Sabe uma chuva educada?
Daquelas em que os pingos caem reto.
Feito chuveiro.
Tem chuva que sabe chover.
Num faz drama, só chove.
A panela de pressão é dramática.
Grita e geme alto.
Um escândalo de acordar os vizinhos.
Mas, eu preciso de algo mais que um poema.
Enchi uma caneca com caldo bem quente de feijão.
Fui na janela olhar a chuva.
Bebi até a chuva me penetrar...
e os poros exalar o aroma da panela.
Fiz molho de pimenta, só para quebrar o clima.
Aprecio a realidade nua e crua.
A vida é ardida.
Vivi Ame...Viviane Mendes
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