terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Eu respiro...e o ar não enche meu pulmão.
Respiro mais profundamente.
Não enche.
Como um pneu murcho de bicicleta, tento rodar.
O esforço é gigante.
Puxo o ar com tração nas 4 rodas...é em vão.
Tem um vazamento.
A dor é um buraco,
Pingo 2 gotas de rescue sublingual.
Respiro profundamente...mas falta ar.
Escuto uma voz:
-Põe uma música...
Obedeço, mas a tortura continua.
Sei que na trilha sonora na terceira faixa vai rolar:
''Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar''
Falta ar.
Tento continuar o teatro, lavar o pano de chão no tanque, assim o choro se mistura com a torneira aberta.
Vou respirando tão profundamente, que parece que o umbigo cola com a costela.
Tudo parece igual.
Só falta ar.
A dor nos deixa como uma bexiga vazia.
Nessa sobriedade insana, me vejo numa festa.
Sóbria, sem beber nada que me desvie do alvo a ser conquistado:
Fazer o próprio sangue se transmutar num faixa preta.
Uma alquimia insana até encontrar a pedra filosofal da idade média em pleno século XXI
Preciso fazer o chumbo pesado que me atingiu como uma bala de fuzil se transformar em ouro.
A dor tem cor...
Cor de buraco de cerca.
Um vazio que só a cerca conhece.
Vivi Ame.

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