A pandemia nos roubou.
Acho que nunca estivemos tão superconectados e isolados.
A conexão, se não for interna é solidão.
Já o isolamento pode ser companhia.
Vivemos de passado.
Num presente tão insosso, o passado pode servir de alimento.
Mas é frio.
Se mantém conservado a baixas temperaturas, por isso se conserva.
Para não passar fome, sem energia e sem gás, a gente come comida gelada.
O futuro, tão frágil é comida que se prepara no dia.
Estamos a beira do fogão, sem exceção.
Ou, na iminência da fogueira.
Todos cozinhando seu alimento.
Se morre e se mata por inanição.
Somos tão criativos, né?
Vestidos de auto importância para disfarçar nossa inabilidade em relacionamentos, sentimentos e emoções.
Que paradoxo padecer no presente.
Para quem gosta de comida quente, é bom aprender a cozinhar.
Olhar para a panela ao lado.
Reparar se na pressão, a batata num vai derreter.
E...se virar pasta, aprenda a fazer purê.
Comida queimada, vai para o lixo.
A pandemia nos roubou brilhos externos.
Agora, cabe cavucar a mina com as próprias mãos para encontrar qualquer tesouro que valha a pena.
Para quem segue a vida como se nada tivesse acontecendo, esse texto não tem voz.
Aliás nenhuma voz, gemido, grito ou sussurro é capaz de tocar quem está completamente enamorado de si.
A paixão é faca cega, surda e amolada.
Vivi Ame...Viviane Mendes
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