domingo, 28 de fevereiro de 2021

Vai vendo...............................................Eu tenho um gato com necessidades especiais.Ele tem dificuldade para comer, para andar e para se lamber.Todo dia eu pego um algodão umedecido e limpo os olhos dele.Hoje eu passei um produto de fazer banho a seco nos pelos, passei pano umedecido, escovei.Interessante...eles sentem que estão sendo bem cuidados.Me olham com gratidão.Aproveitei e dei o tal banho seco nos cachorros também.Escovei todos, limpei as orelhas e não encontrei nem sinal de pulga e carrapato.Eu elogiava eles, dizendo que o pelo estava macio e sempre reparando no olhar deles.Interessante...todos gostam de sentir especiais e merecedores.Até um gato preto meu que é arisco ficou olhando, e pelos olhos eu percebi que ele queria ser escovado.Passei o dia assim...nesse cuidado e atenção com eles.Interessante...quando alguém nos elogia, nos presenteia ou nos faz um mimo qualquer isso proporciona um sentimento de acolhimento, de aconchego e de bem estar.Nos sentimos aceitos.Digo aceitos porque todos nós carregamos traumas, rejeições e complexos na nossa vida adulta.Nos comportamos como doutores da verdade e da alegria.Mas no fundo somos todos carentes de afeto.Afeto desinteressado.Fico pensando da onde surgiu essa nossa agressividade.Nos comportamos com indiferença em relação aos outros.Temos a empáfia como virtude.Convivemos com pessoas próximas e muitas vezes cultivamos a distância.Chego a conclusão que não somos muito diferente do meu gato com necessidades especiais.Queremos ser escovados...mas a condição de ser humano nos fez mestres na arte do disfarce e da simulação.No fundo...a gente só quer que o outro se importe.Sobre o outro se importar...nada nos resta a fazer.Cada um oferece de si o cuidado que tem consigo próprio.E muitas vezes, o outro vive numa penúria afetiva muito bem maquiada.Viviane Mendes

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