segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Eu respiro...e o ar não enche meu pulmão.Respiro mais profundamente.Não enche.Como um pneu murcho de bicicleta, tento rodar.O esforço é gigante.Puxo o ar com tração nas 4 rodas...é em vão.Tem um vazamento.A dor é um buraco,Pingo 2 gotas de rescue sublingual.Respiro profundamente...mas falta ar.Escuto uma voz:-Põe uma música...Obedeço, mas a tortura continua.Sei que na trilha sonora na terceira faixa vai rolar:''Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar''Falta ar.Tento continuar o teatro, lavar o pano de chão no tanque, assim o choro se mistura com a torneira aberta.Vou respirando tão profundamente, que parece que o umbigo cola com a costela.Tudo parece igual.Só falta ar.A dor nos deixa como uma bexiga vazia.Nessa sobriedade insana, me vejo numa festa.Sóbria, sem beber nada que me desvie do alvo a ser conquistado:Fazer o próprio sangue se transmutar num faixa preta.Uma alquimia insana até encontrar a pedra filosofal da idade média em pleno século XXIPreciso fazer o chumbo pesado que me atingiu como uma bala de fuzil se transformar em ouro.A dor tem cor...Cor de buraco de cerca.Um vazio que só a cerca conhece.Vivi Ame.

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