segunda-feira, 12 de agosto de 2019

...na verdade eu num tinha pra quem dar o presente. Nessas datas ditadas pelo comércio e que a gente cai feito pato, eu queria mandar um abraço pros filhos de pais ausentes que não são presentes na vida dos filhos por vários motivos. Talvez por alienação parental , por alcoolismo, por morte, pela distância de sentimentos ou por canalhice mesmo. Eu fico pensando como esses filhos se sentem excluídos e constrangidos nessas datas. Eu me senti assim por muitos anos. Na escola eu era a esquisitinha órfã de pai que nem os professores e nem os coleguinhas sabiam como lidar no dia que as crianças preparavam o presente do pai. Eu reparava que as pessoas não sabiam como lidar comigo. Essas datas fazem a gente pensar muita coisa... Era constrangedor para mim na sala de aula. Eu num fazia o presente porque num tinha para quem dar. Todo mundo me olhava com um misto de pena e espanto. Eu sempre penso em quem lida com esses sentimentos... Só queria dizer que eu sei como é isso.

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