terça-feira, 9 de abril de 2019

Qual pano você é? Sou um pano de chão, surrado e carcomido pelo tempo. Esfrego minhas sujeiras e dores até elas não doerem mais. ...sou auto limpante. Trago para a luz toda bagaceira que me oprime. Tudo que se mantém obscuro, não é curado. Peço sabedoria para lidar com a sujeira do outro. Um pano macio não limpa crostas comportamentais. Um pano macio, tira apenas o pó da superfície. Porém um pano macio...é uma flanela, quase uma pele de pêssego que nos acaricia e consola. Nessa vida, somos todos pano de chão e flanelinha. Em toda boa faxina é necessário discernimento para não riscar a superfície frágil, e esfregar o que está grudado, a sujeira do cantinho é sempre a mais difícil de sair. Não estou mais para artifícios e nem alegorias. As ciladas e armadilhas que criei para mim, não funcionam mais. Eu visto toda carapuça que me serve. Se não serve, não é minha. Faz tempo que eu desisti de impressionar as visitas... Tirei o tapete da sala...quem entra pisa em solo limpo. Os tapetes decoram e escondem a sujeira, né? Mas, como boa dona de casa, eu sei que ela está ali...esperando eu me comprometer efetivamente com a limpeza. Creio que através dessa assepsia emocional e comportamental nós nos reencontraremos na pureza vital. A pureza acontece em ambiente limpo. Com as janelas abertas... O sol, o vento varrem as emoções enferrujadas. Nessa pureza, julgamos menos, condenamos menos e achamos menos. O nosso olhar está comprometido com nossa restauração interna. E...quando estivermos curados e perdoados a nós mesmos poderemos enfim beber da fonte da pureza vital. Fora isso, sem faxina interna, estamos todos nos entorpecendo mais e mais, não assistimos o filminho de terror da nossa vida. E toda noite cobrimos a cabeça para não ver o bicho papão. Evitamos o escuro, porque é lá que mora nossos fantasmas. Um equívoco infinito...disfarçado e manipulado pelo ego. Assim tem sido meu caminho...e nesse caminhar tenho afinidade com almas comprometidas com a coragem de se restaurar. Eu agradeço a todos que me esfregam e que me acariciam. Quero ser digna de beber água pura. Porque se meu interno estiver sujo ele vai sujar a água. E assim, vou chover no molhado...a limpeza e a pureza primordial da luz nunca irá se instalar no meu SER. Viviane Mendes

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