terça-feira, 21 de setembro de 2021

Coisa minha, liga não.

Num gosto de deixar ponta solta.
Comigo tem que ser bem alinhavado.
O ciclo, começo,  meio e fim é muito importante.
Dá paz na gente concluir as coisas.

Aliás acho que, isso poderia ser uma definição do viver.
Ir fazendo a costura dos dias, com um bom arremate no verso do tecido.
...e com o verbo em dia.
Falar o que tem que ser dito.
Fazer o que tem que ser feito.

Entre uma coisa e outra  um café. 
Ou uma cachaça. 
Um punhado de amendoim.

Eu ando meio exigente com os tecidos. 
Num suporto pano sintético,  sem caimento.
Desses, dou embora.
E num compro nunca mais.
Estou tão seda pura.
Algodão egípcio. 
Mas para ir pra cama, aceito um liganet , aquele tecido geladinho.  
Mas não qualquer um.
Depende da cor e do modelo.

Junto da pele, o tecido tem que me trazer prazer.
Junto do corpo, quero conforto.
Junto da alma, quero meu coração, nu e em paz.

Já me é difícil enfiar a linha na agulha.
Meter os pés pelas mãos é tombo certo.
O que me resta, é andar na linha.
...parecendo moça direita.
Com simpatia pela esquerda.

Moça direita é tão chata.
Tão sonsa.
Tão previsível. 
Quer agradar a família,  Deus e a Pátria.

Pensando bem, nem na linha vou andar.

Quero agradar só meu coração. 
Tá de bom tamanho.
Acho justo.

Vivi Ame...Viviane Mendes

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