terça-feira, 28 de setembro de 2021

Não faço questão de ter a palavra final.
Que Deus me livre desse mal.

Ser aquele que retruca todo e qualquer sentir alheio.
Parece o Diabo dando seus pitacos.
Tenho pavor de me enveredar pelo caminho da reação. 
Meu mundo, meus olhos, meu sentir e meu agir.
Tudo meu.

Isso termina com ponto final.

Daí entra o outro voando pela janela.
Com todo agir, não age.
Apenas reage.
Retruca.
Quer ter a última palavra?

Eu, dou, facilmente.
Que a última palavra lhe acompanhe até o túmulo. 

O que me interessa é o meio.
Nele eu me movo, em vida.

O fígado intoxica a razão. 

Quer a última palavra?
Dou de graça no portão. 
Não me custa.
Não empobrece meu coração. 

Peque e faça sua última palavra ser seu mantra, seu pódio, seu cargo, seu samba ou seu leito.
Se cubra com ela, feito coberta.

Daí vem a vida com sua ventania.
O resto, não é segredo para ninguém. 

O mundo gira.

Achamos tão seguro a palavra final, que sentamos nela, feito criança na roda gigante.

O mundo tem uma velocidade estonteante.

Eu, tomo cuidado, com uma fatia de laranja e duas pedrinhas de gelo.

Vivi Ame...Viviane Mendes 

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sábado, 25 de setembro de 2021

Tenho medo de ficar uma pessoa feia!

Deus me livre de ter a feiúra de achar que tenho que dar o troco.
Acho feio, a falta de humildade, a falta de interpretação. e a falta de compreensão.
O Vingativo mimizento, é feio.
O covarde, o indiferente e o falso, são feios.
Muito feio tapa com ''luva de pelica'', me soa soberbo.
E eu acho a soberba feia.
Também não quero ser dona da última palavra, me soa arrogante.
E eu acho a arrogância feia.
Acho feio tentar impressionar alguém.
Acho feio, não mudar de ideia, não ter flexão mental e dramas.
Acho muito feio dramas... disfarçados ou não.
Nessa vida, quero correr risco de me sentir vulnerável, para observar como me comporto.
Quero dedos apontados, para testar a minha capacidade de pedir perdão.
Quero me sentir rejeitada para ter a noção exata do tamanho do meu ego.
Quero sentir todo desconforto de existir...
Ser heroína em minhas derrotas e vitórias.
Na totalidade, me conhecer.
Na vastidão, me contemplar.
No silêncio, me esvaziar.
Na busca, me encontrar.
E...se eu puder me amar, agradecer.
 Cuidando com carinho da minha energia para que ela seja bela como minhas obras.
Tenho coragem para me olhar no espelho.
Tenho vontade, muita vontade de não ser feia.
E, paradoxalmente, o que torna uma pessoa feia, é a vaidade ensimesmada que insiste em vestir um vestido de festa apenas para si mesmo.
Esgota, exaure e definha.
Vivi Ame, Viviane Mendes

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Dona Inês, lá de Timburi. 
Era minha avó mãe da minha mãe. 

O coração enferrujado era dela, uma forma de bolo.

Um dia minha mãe me trouxe.

Tava lá, jogada no enorme quintal da minha vó Inês. 
Herança desprezada pelo resto da família. 
...sem valor, né?
Antes da minha avó se casar ela fazia bolos para casamento.
Na roça,  no sítio, era massa de pão de ló em assadeira retangular com recheio de doce de abóbora. 
Doce de cidra?
...acho que não. 

Era o ganache da época. 

Mas casamento, pede pompa e circunstâncias...eis o coração em que crescia o bolo.
 Decorava as duas massas de pandeló
Gostoso falar assim juntando a palavra.

O coração virou um quadro na minha cozinha.
Eu tinha dois bonecos feito de pano, um casal de velhinhos, acomodei eles sentados como se o coração fosse um banco de praça. 
Achei tão assim....
" e foram felizes para sempre!"

A réstia de cebola, botei do lado.
Cebolas em toda sua totalidade.
Raiz e folhas.
Formam uma trança, me lembram do emaranhado da vida.

Do lado o pote de pó de café.

Do resto, vou bem, obrigada.
Minha mãe me deu o coração. 
Por ele vou fazer bolos.

Assim, misturando qualquer ingrediente, e assando na forma.

Uma forma, é justa.
Dali nada escapa.
Justamente, o que preciso.

Vivi Ame...Viviane Mendes

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Vida pobre.Tem gente que não desenvolveu hábito.Não sabe conviver com cachorro e não quer proximidade com gato. O filho vive pedindo um animal....a mãe faz a surda.O marido gosta de quintal cimentado....porcelanato ainda é o melhor?Alguns vasos pintados, e a planta recomendada pelo paisagista.Na ansiedade, imagina que o cão vai estragar a planta.Os filhos, sonham poder brincar no quintal de bolinha com o cachorro.Ganham um celular novo.Que vida pobre!A sala está arrumadinha.Um cachorro solta pelo.Já pensou se ele rasgar a almofada que custou 150 reais?Problema grave, almofada é vida.O cão vai querer experimentar o que você está comendo.Que transtorno!Aquela comida processada e descongelada no microndas, a vida deve ser facilitada nos mínimos detalhes.O filho vai aprender idiomas, vai na terapeuta, vai para Disney.Podendo pagar, tudo vale a pena.É que animal num é pra alma pequena.Casa sem bicho, é chata até para as paredes....apesar da decoração toda programada.Tendências e estilos alinhados com o bolso e a personalidade do morador, nunca vão ter um gato tomando sol na janela.Ou um cão deitado na soleira da porta.Uma casa pobre de convivência entre espécies. ...nem a planta tem afinidade vibracional com o dono.Lembra, ela foi escolhida apenas para compor o projeto.Vivi Ame...Viviane Mendes

Vida pobre.

Tem gente que não desenvolveu hábito.
Não sabe conviver com cachorro e não quer proximidade com gato. 
O filho vive pedindo um animal.
...a mãe faz a surda.

O marido gosta de quintal cimentado.
...porcelanato ainda é o melhor?
Alguns vasos pintados, e a planta recomendada pelo paisagista.
Na ansiedade, imagina que o cão vai estragar a planta.
Os filhos, sonham poder brincar no quintal de bolinha com o cachorro.
Ganham um celular novo.

Que vida pobre!

A sala está arrumadinha.
Um cachorro solta pelo.
Já pensou se ele rasgar a almofada que custou 150 reais?
Problema grave, almofada é vida.
O cão  vai querer experimentar o que você está comendo.
Que transtorno!
Aquela comida processada e descongelada no microndas, a vida deve ser facilitada nos mínimos detalhes.
O filho vai aprender idiomas, vai na terapeuta, vai para Disney.
Podendo pagar, tudo vale a pena.

É que animal num é pra alma pequena.

Casa sem bicho, é chata até para as paredes.

...apesar da decoração toda programada.
Tendências e estilos alinhados com o bolso e a personalidade do morador, nunca vão ter um gato tomando sol na janela.
Ou um cão deitado na soleira da porta.

Uma casa pobre de convivência entre espécies. 
...nem a planta tem afinidade vibracional com o dono.
Lembra, ela foi escolhida apenas para compor o projeto.

Vivi Ame...Viviane Mendes

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Coisa minha, liga não.

Num gosto de deixar ponta solta.
Comigo tem que ser bem alinhavado.
O ciclo, começo,  meio e fim é muito importante.
Dá paz na gente concluir as coisas.

Aliás acho que, isso poderia ser uma definição do viver.
Ir fazendo a costura dos dias, com um bom arremate no verso do tecido.
...e com o verbo em dia.
Falar o que tem que ser dito.
Fazer o que tem que ser feito.

Entre uma coisa e outra  um café. 
Ou uma cachaça. 
Um punhado de amendoim.

Eu ando meio exigente com os tecidos. 
Num suporto pano sintético,  sem caimento.
Desses, dou embora.
E num compro nunca mais.
Estou tão seda pura.
Algodão egípcio. 
Mas para ir pra cama, aceito um liganet , aquele tecido geladinho.  
Mas não qualquer um.
Depende da cor e do modelo.

Junto da pele, o tecido tem que me trazer prazer.
Junto do corpo, quero conforto.
Junto da alma, quero meu coração, nu e em paz.

Já me é difícil enfiar a linha na agulha.
Meter os pés pelas mãos é tombo certo.
O que me resta, é andar na linha.
...parecendo moça direita.
Com simpatia pela esquerda.

Moça direita é tão chata.
Tão sonsa.
Tão previsível. 
Quer agradar a família,  Deus e a Pátria.

Pensando bem, nem na linha vou andar.

Quero agradar só meu coração. 
Tá de bom tamanho.
Acho justo.

Vivi Ame...Viviane Mendes
Coisa minha, liga não.

Num gosto de deixar ponta solta.
Comigo tem que ser bem alinhavado.
O ciclo, começo,  meio e fim é muito importante.
Dá paz na gente concluir as coisas.

Aliás acho que, isso poderia ser uma definição do viver.
Ir fazendo a costura dos dias, com um bom arremate no verso do tecido.
...e com o verbo em dia.
Falar o que tem que ser dito.
Fazer o que tem que ser feito.

Entre uma coisa e outra  um café. 
Ou uma cachaça. 
Um punhado de amendoim.

Eu ando meio exigente com os tecidos. 
Num suporto pano sintético,  sem caimento.
Desses, dou embora.
E num compro nunca mais.
Estou tão seda pura.
Algodão egípcio. 
Mas para ir pra cama, aceito um liganet , aquele tecido geladinho.  
Mas não qualquer um.
Depende da cor e do modelo.

Junto da pele, o tecido tem que me trazer prazer.
Junto do corpo, quero conforto.
Junto da alma, quero meu coração, nu e em paz.

Já me é difícil enfiar a linha na agulha.
Meter os pés pelas mãos é tombo certo.
O que me resta, é andar na linha.
...parecendo moça direita.
Com simpatia pela esquerda.

Moça direita é tão chata.
Tão sonsa.
Tão previsível. 
Quer agradar a família,  Deus e a Pátria.

Pensando bem, nem na linha vou andar.

Quero agradar só meu coração. 
Tá de bom tamanho.
Acho justo.

Vivi Ame...Viviane Mendes

domingo, 19 de setembro de 2021

... chegava aqui sem avisar.Algumas vezes eu estava no banheiro. - direito meu, já que tenho banheiro em casa....sempre trazia umas coisas para eu consertar.Eu gosto de arrumar coisa quebrada....também me trazia uns presentinhos.Não que ela tivesse comprado especialmente para mim, eram coisas que ela não queria.( tinha uma outra que, com um salário gordo, me trazia, muito raramente, um vinho barato)Acho falta de educação minha dizer vinho ruim.Mas, vocês entenderam, né?Eu, sempre oferecia, no mínimo, um chileno.Coisa minha. Ahhh....me lembrei de outra, uma fofa, chegava depois das 22 horas, com fome e ávida para desabafar.Eu, num nego comida, nem ouvido.No meu portão de 1 metro e alguns centimetros, se chega fácil, antes do bar, se estacionava mais fácil ainda.Ôôô...passado glorioso. Eu, disposta, café e ouvidos na mesa.Eu era quase um oásis, sabe?Algumas vezes a pessoa dava sorte, eu tava arrumadinha, cabelo lavado e mão limpa.Até que um dia...Um dia...Eu pedi para avisar quando vinha.Marcar um horário. Sei lá...Me achei no direito de não ter que desligar o aspirador de pó. Não interromper o quadro.Não parar o banho dos cachorros.Assim...tipo:Almoçar até limpar o prato.Sair do banheiro até limpar a bunda.Poder usar o papel higiênico. Luxo.Nada de mais.O básico mesmo.Essas coisas que a gente gosta de concluir, na santa paz do Senhor.Ouvi que estava sendo EXIGENTE demais.Assim disse a pessoa que mora num condomínio com portaria e empregada na cozinha.⚠️⚠️⚠️Quem tá numa caixa confortável desconsidera a educação. Educação que nos faz iguais.Minha vida mudou quando eu quis igualdade.As pessoas não entenderam.Como assimmm???É isso... as pessoas não entendem.Eu permitia.Parei porquê?Educação.Só isso e, a partir disso, igualdade.As pessoas pararam de me achar legal.Vivi Ame...Viviane Mendes

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

A bem da verdade, nem eu tenho saco para poemas.Eu mesma não teria saco para me ler.Saco define.Paciência e saco são diferentes.....Quem está no poder, tem uma arma chamada caneta.Um tiro, uma assinatura...interfere na vida de muita gente.Não precisa ter porte de arma de fogo....nem de arma branca.Geralmente é em azul que se assina.Ninguém assina em vermelho.Nem em preto.Justo o azul, uma cor tão permissiva. A liberdade é azul Bic.Com uma assinatura em azul num papel branco, uma granada explode.A liberdade de poder assinar estando no poder.Os motivos vão de vaidade, picuinha, vingança, interesses, poder.E a gente, assiste todo dia canetadas acontecer.Eu tenho medo de caneta.... ela assina.Ela valida o pensamento de uma cabeça. Não importa as cabeças que rolam.Caneta é a guilhotina moderna.Foi o tempo em que eu tinha medo da terceira guerra mundial.Estou ficando moderninha...mas me conservo romântica. Ainda acredito que uma caneta azul pode prender meus cabelos.E seduzir por pura poesia.Apesar de nem eu ter saco para poemas.O árido não é um lugar....são sentimentos.Vivi Ame...Viviane Mendes

Agradeço as mais de 400 curtidas e inúmeros comentários e mensagens de apoio de vocês. Foi uma cachorra vira lata que morreu.Fiquei comovida porquê vocês aqui já perceberam que os animais são minha família. A Xulica era um ente querido.O dia amanheceu cinza.A filha, que perdeu a mãe deitou ao meu lado.Percebi ela estranha, o rabo muito pra baixo, no meio das pernas, e o olhar cinza combinando com o dia.Ela tinha percebido que a sua mãe não voltaria para casa.Peguei ela nos braços, ela se aninhou, assim, no meu colo.Ficamos em silêncio. ...por muito tempo.Senti a tristeza e que ela tinha compreensão dos fatos. O café esfriou na xícara. Ficamos olhando para o nada.Faltava alguém no cenário. Guardei a vasilha de ração que ainda estava no chão. Varri os pelos cinza que ainda estavam pela casa.Senti o peso do dia seguinte.Teve nenhum latido.Foi um dia cinza.Saí para comprar flores....muitas flores coloridas para enfeitar a casa.Vivi Ame...Viviane Mendes

Minha cachorra morreu.

Lentamente, a veterinária aplicou aquele líquido branco na veia.
A pedido meu.
Ela foi indo sem resistir, no meu colo.
A respiração que estava ofegante cessou.
Meu coração descompassado também. 

O tumor que estava quieto, acordou.
Juntou água no tórax.
A respiração ficou curta.
Minhas noites longas e intermináveis. 
Um gemido profundo e silencioso, sinalizava dor.
Em mim, angústia. 
Ela sem comer.
Eu também. 

Ela não se aproximou de mim,
me olhava de longe.

Confiante que eu teria a solução. 
Da mesma maneira que ela me olhava no ponto de ônibus que tem aqui na rua.
De longe, humilde, grávida. 
Eu resgatei.
Se passaram 10 anos.
Agora eu devolvi.
Devolvi para a existência. 
A mesma que trouxe ela até meu portão. 

Ela era a que mais latia.
Implicava com os gatos.
Comia melão gelado num pratinho de porcelana branca.
Domingo ela não comeu.
Já estava com dor. 

A parte que me cabe, é essa, cortar a fatia de melão e dividir para as outras duas que estão aqui, vivas.

Meu coração?
Não sei dele.
Sinceramente...só a existência que sabe.
Eu, tinha que ser fiel ao olhar.
O olhar que de longe me pedia ajuda. 
Que me cobrava solução. 

 Xulica.
Sobrou a filha que tem o mesmo nome.
A gente foi feliz.
Tivermos um fim de semana muito feliz.
Eu olhei para ela.
Ela era tão agradecida.
...o tempo todo.

Acho que ela me agradece agora.
Pela coragem de obedecer a única lei suprema.
Amor.
Amor sem apego.

Vivi Ame...Viviane Mendes 
Amei uma cachorra que viveu comigo.
Xulica.
A existência existe além da morte.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Minha cachorra morreu.

Lentamente, a veterinária aplicou aquele líquido branco na veia.
A pedido meu.
Ela foi indo sem resistir, no meu colo.
A respiração que estava ofegante cessou.
Meu coração descompassado também. 

O tumor que estava quieto, acordou.
Juntou água no tórax.
A respiração ficou curta.
Minhas noites longas e intermináveis. 
Um gemido profundo e silencioso, sinalizava dor.
Em mim, angústia. 
Ela sem comer.
Eu também. 

Ela não se aproximou de mim,
me olhava de longe.

Confiante que eu teria a solução. 
Da mesma maneira que ela me olhava no ponto de ônibus que tem aqui na rua.
De longe, humilde, grávida. 
Eu resgatei.
Se passaram 10 anos.
Agora eu devolvi.
Devolvi para a existência. 
A mesma que trouxe ela até meu portão. 

Ela era a que mais latia.
Implicava com os gatos.
Comia melão gelado num pratinho de porcelana branca.
Domingo ela não comeu.
Já estava com dor. 

A parte que me cabe, é essa, cortar a fatia de melão e dividir para as outras duas que estão aqui, vivas.

Meu coração?
Não sei dele.
Sinceramente...só a existência que sabe.
Eu, tinha que ser fiel ao olhar.
O olhar que de longe me pedia ajuda. 
Que me cobrava solução. 

 Xulica.
Sobrou a filha que tem o mesmo nome.
A gente foi feliz.
Tivermos um fim de semana muito feliz.
Eu olhei para ela.
Ela era tão agradecida.
...o tempo todo.

Acho que ela me agradece agora.
Pela coragem de obedecer a única lei suprema.
Amor.
Amor sem apego.

Vivi Ame...Viviane Mendes 
Amei uma cachorra que viveu comigo.
Xulica.
A existência existe além da morte.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

44 árvores cortadas.

Nasci aqui em Bauru.
Sempre morei numa região perto de um lugar chamado Praça Portugal.

Praça com muitas árvores.
Ontem eu vi elas no chão. 
Nem liguei.
Eu também estava no chão. 

Não tem nenhuma razão que impeça. 
Estou vendo o mundo prosperar.
Em nome do progresso, eles dizem.

O velho vai ficando sem utilidade.
A renovação se impõe. 
As decisões mudam de tempos em tempos nas mãos dos governantes.
Poucos se importam.

Eu mesma, estava tão dentro de mim, indo ao banco naquela região. 
Minha senha era número 44
...igual ao número de árvores condenadas a morrer. 

Eu e as árvores estamos morrendo.
Me sinto com a raíz exposta.

O progresso não está preocupado com sombra, qualidade de ar e ...olhar amoroso.

Todo dia eu morro um pouco junto com o mundo.
Todo dia sou lembrada que devo soltar das mãos do apego.

A modernidade exige que tenhamos engajamento. 
Todo dia produzir um conteúdo atrativo nas redes sociais.
Negociar com o poder, com a matéria é uma lei que não consegui obedecer com muita competência. 

Já chorei por muitas árvores na minha vida.
Ontem, veja só, nem liguei.

Vi motosserra, raíz de tudo quanto é tamanho secando ao sol, fora da terra.
Parecia que tinha estourado uma bomba.
Galhos cortados aos montes.

Sabe no que reparei?

Nas fitas plásticas preta e amarelo que contornava a Praça impedindo  acesso.

Na verdade, é meu único jeito de sobreviver, é não acessar essa realidade.

Eu estou tão árvore...
Vendo chegar homens armados com motoserra.
Botas pretas.
Andar pesado e mãos fortes.
Trator bufando.
Eu acho que todo trator é mal humorado.
Trator quando chega, não negocia.

Em nome do progresso, em nome Deus, em nome do poder, em nome de interesses vão revirar a terra.

Eu, minhoca ou cobra cega, vou tentar escapar do corte de uma enxada. 
Elas têm lâmina afiada.
Vão me cortar ao meio e nem vão sentir remorso.

Eu, alma, vou voar da copa das árvores quando elas tombarem.
Árvores altas que o pintor Vicent Van Gogh retratou tão bem.
Vou tentar, num pulo só chegar ao céu. 
Aquele céu espiralado.
Onde o sol e as estrelas podem me servir de leito.

Talvez algum anjo queira ouvir minha poesia.

Vivi Ame...Viviane Mendes

sábado, 4 de setembro de 2021

#simplesassim 
 A Vida é implacável. 
Tenho muito medo da vida.
Ela não perdoa desaforos.
Sinto um respeito imenso pela lei de retorno.
Sem a manutenção constante que lapide nosso falar,  agir e pensar, vem a vida.
Vem feito um caminhão desgovernado e faz essa lapidação. 
Tenho medo de caminhão. 
Procuro não insultar a existência. 
Cada vez mais me recolho no acostamento.
Porque a vida, sempre nos coloca no lugar adequado para aprender.
Um dia iremos precisar cuidar.
...e ser cuidado.
Não tem como escapar dessa ironia do destino.
Cuidar da própria vida, é cuidar de TODA a vida.
E vida, é via de mão dupla.
Quando você está indo. 
...tem alguém vindo.

Vivi Ame...Viviane Mendes
⚠️⛔
.... te faço um PIX. 
Eu:
Pode me pagar de outro jeito?

O novo normal, está muito além da pandemia. 
O novo normal está do meu lado.

Se é que você me entende...

Está no desconforto que sinto quando o telefone fixo toca e quase nunca é agradável, o telemarketing é normal, necessário e gera empregos. 
Lidar com o novo, exige maleabilidade nas tripas.
Há de se ter um fígado sem fel.
...e um intestino com a macrobiota em dia.

O novo, nem sempre é bonito.
Indigesto, eu tenho certeza que é. 

Os avós que moram longe dos netos devem sentir o estranhamento de uma chamada por vídeo. 
Aquela coisa que vai do quentinho no coração e junta com a falta da realidade.
A realidade é constantemente interpretada.

Um marcador de realidade é o termômetro. 
Esse é o problema.
O ponteiro do meu, é diferente do meu vizinho.

Na política, na cultura, na saúde,  na educação, e no sucesso.
O sucesso?
Como se mede o sucesso?

A pergunta que me faço diariamente, é:
-Viviane, você está satisfeita?
...essa pergunta me desaloja.
E...numa resposta sincera, desembaçada e livre de testemunhas, me adapto ao novo.
Ou não. 

O telefone fixo está quebrado.
Um novo custa baratinho.
Penso em comprar.
Desisto.
Acho que seria bom.
Será?
Será mesmo?

O que eu queria é encurtar a distância entre os termômetros. 

Se é que você me entende...

Sabe...
Não tenho problema em dizer que não faço pix.
A gente sempre pagou nossas contas.
O que veio para facilitar, é novidade, sempre.
Entretanto, é moda.
As pessoas me olham como desatualizada.

Insisto em manter o uso das máscaras. 
A variante delta, já é o novo normal.
Está do meu lado esquerdo e direito.

Se é que você me entende...

Num precisa me fazer pix.
Me faz um favor.
Favor, nunca cai de moda.

Estou interessada no quentinho do coração. 

O resto, é saia balonê e manga bufante.
Aliás vocês perceberam que a moda da manga bufante voltou???
Ou já passou?
Estou por fora?
Num venha me dizer que a saia balonê é tendência  primavera/ verão. 

Pelamorrrr!!!!
Isso num vou suportarrrrr.

Tudo bem, primavera, é tempo de brotar.
Mas....
Nem sempre vale a pena botar a cara pra fora da terra.

...se é que você me entende.

O novo normal, é isso.
Ter discernimento entre a flor e a semente.

Vivi Ame. ..Viviane Mendes

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Sou como todo mundo.
Algumas vezes penso para levantar da cama.
Questiono todos os porquês da minha vida.
Mesmo estando tudo bem, um desconforto se instala.
Não seria o mundo minha morada?
Mas, cá estou.
Diante de inexorável constatação, o mistério não mais me importa.
Sei exatamente ao lado de quem quero e devo estar.
Não sei determinar o momento exato em que eu perdi o interesse em tentar provar e convencer as pessoas.
Talvez seja quando aprendi a me respeitar e a me amar.
Antes disso, era difícil.
Toda convivência é uma preciosa oportunidade.
Meus argumentos desceram pela ladeira.
E eu nem me importei.
Percebi que eu não era eles.
E nem vivia para eles.
Soltei.
Sobrou uma dança na alma.
Eu escuto um som, e ele é só meu.
Esse é o mais belo quadro que já pintei:
Derrotei as ilusões dos apegos.
Minhas doutrinas não são impostas e meus dogmas são mutáveis. 
Eu mesma não sou.
Apenas estou.
Não se trata de indiferença..
Faz tempo que, abastecida de mim, sigo na minha trilha e permito encontrar quem vem pela estrada.
Existem encruzilhadas...os desvios necessário permitem encontros.
Essa é a elegância do caminho.
Estamos aqui para evoluir.
...em caminhos separados.
Andar junto muitas vezes não permite o mais belo dessa vida:
O desconforto em existir.
Vivi Ame...Viviane Mendes
Alguém assim?

Tem a mulher selvagem, guerreira que ...
" corre com lobos "
Eu, sou sedentária.
Fico sentada com um gato no colo e uma xícara de café na mão. 

Tem a mulher que se cura de dentro pra fora e de fora pra dentro.
Eu tomo um torsilax, e vida que segue.

Tem mulher que conquistou uma vibração tão alta que já se sente imune ao vírus. 
Eu, num tenho nem blusinha para vestir numa vibe dessa.
Das vacinas, qualquer uma.
Por mim, experimento todas...
Terceira dose?...Quem vamos?????
Sabe,  para ter uma opinião formada no assunto.
Qual cai bem com gin, qual combina com chá, e um cebion goela abaixo.

Tem mulher poderosa, deusa de sua beleza.
Emponderada no rimel, no batom e no útero. 
Eu, fico meio preocupada se tem uma salsinha grudada no meu dente.
...um pedacinho de ricota escondido no dente do lado.
Vivo nessa insegurança tonta.
Sou meio barata, finjo de morta para escapar.

Tem mulher que leu "O segredo".
Pensou, realizou!

Eu, fia...num sei nem pensar direito.
Falo demais, me culpo.
Falo de menos, me culpo.

Tem a mulher que viaja sozinha, faz compra on line e num vive sem GPS.
Eu, tenho medo de me perder dentro da cidade onde moro, e me apavoro com máquina de café com mais de 2 botões. 

Sigo assim, tentando a vida, entre o conforto e o desconforto das minhas escolhas.
No meio disso eu nem luto.
Tenho preguiça. 

Vou andando com formigas.
Trabalhando, vezinquando encontro uma distração pelo caminho.

Todo dia a gente "tem que" alguma coisa.
Daí um dia vida acaba.
Eu num me acostumo com essa "dinâmica"
A gente tem que ficar se atualizando todo minuto, as regras, o sistema, a velocidade...

Trocar a senha, decorar a senha, num confundir a senha, não ser óbvio na senha.
Muita coisa, né?

Vivi Ame...Viviane Mendes

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Setembro, mês de consciência da reciprocidade. 
Flores, são sementes que foram plantadas.
#FicaADicaPraTodos 
O mundo é um dar e receber incessante. 
Tem alguma coisa errada quando você faz algo por alguém e, esse alguém tendo oportunidade,  não retribui.
Sinto uma estranheza quando é só:
 " venha a nós o vosso reino"
E, ao vosso reino, niente.
Tem coisa que é muito natural para quem é generoso.

Eu comecei a reparar.

Quem se importa, não te deixa no vácuo. 

Sabe o que é vácuo?
É visualizar uma mensagem e não responder.
É falar que vai dar uma resposta e não dar.
É agir sem considerar sua existência, seus momentos, seus altos e baixos.
Vácuo é sem ar.
Tipo:
Se morrer, morreu,  tô nem aí. 
Dane-se o que você vai pensar.
Existe um egoísmo  e uma desconsideração explícita. 
Tem gente que só quer falar com você se for no tempo dela.
O horário dela é mais valioso que o seu.
O que ela tem pra te dizer, é o que importa.
A rede social dela, óbvio, segue o mesmo padrão comportamental.

Esse reparar, é muito dolorido.
Cai uma ficha que dispara um gatilho...e a gente nunca mais é a mesma pessoa.
A reciprocidade é  uma prática. 
A falta dela mata relacionamentos. 

Não acho que o outro tem que estar disponível.
Todos nós somos falhos e ocupados

Esqueceu um dia, dois dias, uma semana???
Passou um mês e nada?
Se liga.

Você não é importante na vida daquela pessoa.

A ausência de expectativas é uma faca perigosa. 
A gente se machuca.
Mas consegue sobreviver. 

Não temos a importância que achamos que temos na vida de algumas pessoas.
Um dia seremos só um retrato, ou um perfil desativado.
Teremos uma legião de admiradores saudosistas que hoje nos desconsideram em gênero,  número e grau.
Onde é feito apenas a sua vontade, não cabe a terra e nem o céu. 
As flores de setembro são flores porque no vácuo a semente não brota.
Vivi Ame...Viviane Mendes