quarta-feira, 17 de julho de 2019

Eu presenciei uma briga de vizinhos na favela, onde um mandou o outro ''tomanocú'' no mínimo umas 45 vezes. Isso me instigou a seguinte reflexão: Das veiz...isso pode arrezorvê muita coisa. A gente muitas vezes num dá uma dessa pelo verniz social que nos mantém refém dos bons costumes e boas maneiras. Se alguém presenciar uma cena dessa vai denunciar que me ''falta Deus no coração'' ou que tô com o Demo no corpo. Ou que pessoas inteligentes conversam, argumentam e debatem suas diferenças. Sei não... Acho que muitas vezes o preço por não armar um barraco é caro demais. Engolimos os desaforos e o revés disso é doença manifestada no corpo físico. Mantemos a ''linha'' á custa de lexotan e rivotril. A cena que presenciei aconteceu a poucos metros de distância, me abstraí do ''assunto'', não julguei nem me assustei. Apenas ouvi: ''VAITOMANOCÚ" ''VAITOMANOCÚ" ''VAITOMANOCÚ" Ad infinitum....... fiquei pensando: Será que aliviou o cara? Independente dos meios utilizados, o papo foi direto e reto. Não falou pelas costas. Não deu indireta no facebook. Foi olho no olho. Não botou Deus no meio da parada. Pra falar a verdade, achei digno. Libertador.... Não estou incentivando a todomundo mandar todomundo ''tomanocú'', mas...a repensar como a gente lida com o alinhamento de nossas diferenças. A autenticidade me causa mais encantamento que a educação. A trilogia '' bonzinho-educadinho-religiozosinho'' sempre me surpreende pela capacidade de mandar ''tomarnocú'' de maneira vil, covarde e egoísta. Papo direto e reto, independente de ter o ''cú'' no meio é coisa pra gente grande. Gente que não se esconde na falsa moral e nem descansa na sombra de uma religião. Viviane Mendes

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