Foi assim que aconteceu: O problema é que uso saia longa. Quando a terra treme, e a carne geme, é o momento de conhecer de qual barro se é feito. Deixei um rastro de incompreensão pelo caminho... Mas, foi assim que pude me parir. Nasci. Esse processo é solitário. Existem casulos que só se rompem, quando o sofrimento da clausura atinge seu ápice. Rastejar foi necessário. Lambi o chão de terra batida. Quando dei por mim, o espaço que eu estava, não me cabia. Essa foi a estupenda revelação. As asas foram forjadas e conquistadas na solidão. Relacionamentos são necessários para compreendermos a função deles. Algumas vezes, nossa melhor versão é um samba de uma nota só. O voo é solo. Estava quase afogando num mar revolto. Tentaram me ensinar a nadar quando eu estava submergindo ou nem perceberam meus gritos de socorro. Eram ondas e tempestades avassaladoras. Foi assim, que virei borboleta. Voei e gostei do ar. A melhor versão de mim, foi um presente de quem não me viu e que nunca me conheceu. Eu pude enfim me olhar nos olhos e fazer a minha escultura. Uma armadura, talvez... Mas eu gostei do eu na voz e o comigo no violão. Uma música nova, uma canção tímida, mas não desafinada. Sinto muito, sou grata e amo os salva vidas que eu recusei. Era necessário. O bicho da seda, só produz seda dentro do casulo, e...minha saia é longa. Não irei morrer trancafiada e desidratada dentro de mim. Boto ovos diariamente. E eles brotam me eternizando em todo passo que dou tentando alcançar o compasso do criador. Vivi Ame....Viviane Mendes

...sei lá, eu devia ter uns 16 anos, e me lembro perfeitamente. Acontecia um imbróglio familiar. Como duas facções criminais disputando a verdade dos fatos. Eu sempre me lembro das circunstâncias dos meus sentimentos. Eu estava na cozinha da minha mãe, chão de pastilhas coloridas e perto duma geladeira beje, ou seria azul? Minha memória, já não me acompanha na poesia. Entrou uma tia, feito um furacão, queria me arrancar do chão e me levar na razão dela. Disse que a outra tia tinha dito isso e aquilo de mim. Acusações graves. Eu não me lembro da cor da geladeira, mas me lembro que não acreditei. Vindo de quem vinha. E quem disse era muito mais chegada do que a outra. Comentei com minha mãe, ela com frieza e sabedoria, me disse: _Viviane, não importa o que falam. Tudo é o peso de quem diz. E a vida segue, seguiu. Da adolescência até aqui, muita água rolou. Hoje eu penso na nossa fragilidade. Como a opinião alheia tem tanto poder sobre nós? Lutamos para manter a soberania, mas................................ Somos frágeis como um cristal bem fininho. Um diagnóstico, nos tira o chão. Uma sentença, devasta nosso emocional. Um comentário aqui e outro ali... Somos muito imaturos ainda e precisamos constantemente de aprovação alheia. Somos vulneráveis demais da conta. Nosso, eu interno, guerreiro e senhor de si, muitas vezes é uma marica que vai com as outras. Nunca sabemos a energia que as palavras carregam. E nosso juízo de valor, nada é sem o bom e velho ''olhos nos olhos''. Quando eu, você e todo mundo, temer sentenciar o outro, o mundo se tornará mais leve. Um mundo justo, se faz com as próprias mãos. Andar armado, não significa uma pistola na cintura. Se mata pela boca. Relações se destroem pelo verbo. A palavra é facilmente manipulada. O confronto dos olhos nos olhos é o que muitas vezes tememos. E a crucial desconfiança do será?....terá a resposta. Olhos transbordam a mansidão do coração. O sangue nos olhos, muitas vezes não nos permite o alcance da visão. Mas, só perguntamos para pessoas que ainda vivem em nós. Na verdade, a gente já matou muita gente, e mata todo dia. Matamos moralmente e sem chance de defesa. ...e dormimos tranquilo. Eu mato e morro todos os dias! Vivi Ame....Viviane Mendes

Sobre hoje: A única coisa que não tem jeito, é a morte. Temos medo dela. E uma indignação: -Porquê se mata? Nunca encontraremos respostas. Se morre assassinado, se morre em acidente, se morre doente...numa cama. Muitas mortes acontecem numa cama. Não sabemos quanto tempo nos resta. Com a morte não se argumenta. Ela tem a palavra final. Enquanto estamos vivos, cabe a nós a difícil tarefa de reconciliação. Nós com nós mesmos... Eu era criança e li uma frase que me intrigou. Era assim: '' Sábio é o homem que passa a vida preparando sua morte'' Ninguém está preparado. Não é justo morrer com 8 anos de idade por bala perdida. Não é justo ser assassinada quando sai da academia. Não é justo, um pai com dois filhos pequenos morrer num acidente de carro. ( meu pai) Não é justo uma mulher bonita e inteligente morrer de câncer num hospital e não ter a chance de ver a neta recém nascida, linda ...loira de olhos azuis crescer. ( minha mãe) A morte não é justa. Um vagabundo mata, um carro mata, uma doença mata. Infelizmente, a justiça e o código penal, matam. Se mata alguém por palavras. Nos matamos quando desistimos de lutar. A vida é uma batalha. E perdemos muitas vezes... Entretanto, enquanto vivos, tratemos de nos comportar como almas. Ouvir, antes de julgar. Pedir desculpas, enquanto é tempo. Desapegar de nosso estado egoico, com lucidez. A vida nos chama sempre que alguém morre. Faça tudo que você tiver que fazer por você e por seus pais e amigos que te amam. Quando estiver na estrada e quiser chegar a 180 por hora, faça uso de seu livre arbítrio e lembre-se que se você se for, a dor vai consumir seus pais. Quando, tiver filhos, se comporte como um pai. Uma pessoa que tem filhos, tem parte de si pelo mundo. Se ama alguém, suporte a vida e as consequências dela. Quem te ama, te ama pelo que você é. Quem te ama, só te quer vivo. O amor, a morte não mata. Enfrente as batalhas diárias de cabeça erguida. Dobre o joelho para o alto. O resto são vermes... E muitos vermes são enterrados em porta joia. A pedra preciosa está em seu coração, e ele é inviolável. Seja forte. Renasça como uma fênix. Entre em combustão. Se queime, e das cinzas, renasça. A vida não espera. Ela nos chama. ...enquanto estamos vivos. Viva e ame-se. Só isso importa para quem te ama de verdade. Vivi Ame....Viviane Mendes

Eu só queria entender......... Não sei se algum dia eu tive um nome. ...e se eu tive porque não estão me procurando? Sou bom, manso e carinhoso, pelo menos, assim os humanos se referem a mim. Se fui abandonado, descartado, minha ficha ainda não caiu. Eu ainda acho que as pessoas são boas. Fui andando...desviando de carros e sábado eu cheguei no aeroclube. Lugar legal, tinha sombra para eu deitar, me ofereceram água e comida. Eu só estranhei o tal do avião. Como eu nunca tinha visto, lati para eles. Mas...nem assim notaram minha presença. Fui de mesa em mesa, feito pinguço que não quer voltar para casa. ...só que eu num para onde voltar. Tinha muita gente, olha, o tempo estava bom, fiquei lá o dia inteirinho... Eu num sei contar direito, mas... passou por lá quase 500 pessoas. Ninguém se importou. ...se eu estava triste. ...se eu estava perdido. ...se de noite, tomado pelo cansaço eu fosse para a rua, correr risco de encontrar gente malvada. Eu chegava perto das mesas, na esperança de alguém tirar uma foto minha e postar nas redes. Hoje, vocês fazem isso, né? Resolvem tudo pelo celular... Mas, ninguém se importou com meu pedido de socorro silencioso. Foi ficando tarde, e nada acontecia. Cruzei as patas. Imitei vocês todos que ficaram de braços cruzados, sem mover uma palha por mim. Em nenhum momento, vocês pensaram que eu queria um lugar quentinho para passar a noite? Será que é por preguiça? Ou medo de eu virar um estorvo na vida de vocês? Tem muita coisa que eu não entendo... Vocês são pessoas boas, porque me ignoram??? Eu não compreendo porque a única pessoa que eu não fui na mesa, foi quem me pegou no colo, me beijou, tirou foto e arrumou um lugar para eu ficar...até eu arrumar um lar. Eu nem olhei para ela, e no entanto ela não tirou os olhos de mim, nem por um minuto. Eu só queria entender...... E ela me disse que também não entende. Vivi Ame.........Viviane Mendes

Quem nunca? A gente que existia antes do facebook, tem uns questionamentos, né? Tipo, sair dissaqui. O conforto e o desconforto de uma rede social, depende de nossa postura. Eu, escrevo. Tem horas que penso em parar de expor meus pensamentos. Entretanto, existe um retorno afetivo que me encoraja. Pessoas que eu nunca imaginei que iam saber da minha existência, me leem e se identificam com meus escritos. E eu que achei que eram meus quadros, grandes, coloridos e com formas sinuosas que seria minha única forma de aparecer por aqui. Descobri que com palavras se pinta. Principalmente quando a palavra tem vida. ...e as letras tem cores. Falar sobre algo é espremer uma laranja. Envolve apertar a casca, e cuspir as sementes. Escrevo sobre o significado das palavras que eu aprendi além do dicionário. Sou fã de algumas pessoas... Não me refiro a artistas famosos ou políticos justiceiros. Eu sou fã de gente comum que, apesar da direção do vento, mantém as rédeas da sua vida. Essa arte me atrai por identificação. Aqui por esse viés existe a possibilidade real de uma aproximação virtual. E...olha só, muitas vezes estamos próximos de pessoas reais e a comunicação não acontece e não se estabelece. Depois que eu descobri que o mundo virtual é apenas um caminho, eu escolho por onde andar. Piso, descalça e com cuidado, como eu sempre pisei nos caminhos reais. A solidão existe quando a gente fala e ninguém escuta. Quando lemos um texto, algo se modifica e nos tornamos mais flexíveis a outros pontos de vista. Precisamos de alimento que nutra nossos anseios. Uma laranja pode ser só uma fruta. Tem laranja que num dá caldo. ...e pior, apodrece as outras laranjas do saco. A cor laranja, é a cor do por do sol...aquele instante fulcral de reflexão entre o dia que não é mais dia e a noite que ainda não é noite. Olha o poder e a extensão das palavras. Elas devem dar caldo, como as laranjas. Escrevo, porque me recuso a apodrecer no saco. Grata a todos, que bebem o suco. Vivi Ame.......Viviane Mendes

sábado, 21 de setembro de 2019

Ontem eu jantei o omelete que a Laura do bar Aero faz. Muito bom. Só com cebola e tomate...sem óleo, na chapa. Pedi uma dose de campari.....eu tinha comido pouco... Arrisquei pedir uma cumbuca de feijão. Comi...com campari. Que coisa, né? Campari & Feijão. Hoje, tava aqui.... A gente tem que comer, né? Tinha um raio dum vidrinho de leite de coco na geladeira. Difícil tirar de dentro, da vontade de quebrar o vidro. Ele endurece...foi um parto, mas consegui. Fiz um mingau com aveia. Eu tenho ojeriza a leite. Nem de pequena eu tomava. Sabe que com leite de coco ficou bom.... uma colher bem rasa de açúcar mascavo deu uma leve adoçada. E botei também um CD de piano pra tocar na vitrola....só piano. Minha amiga Bia que fez as composições. Daí tava aqui pensando......e ouvindo as músicas tão lindas. Tava pensando que eu acredito em Deus. Acho que ele é um maestro invisível... Ele orquestra encontros, orquestra despedidas. A gente aqui faz nossa parte. E num tem garantia de nada. Nem garantia de que ele existe. Eu, por exemplo, pinto quadros sem saber... Eu vou indo, me perco, me acho, e a obra se materializa. Na vida também...vou indo. Acho que aprendi a não discutir com Deus. Tudo que era possível acontecer...muitas vezes não aconteceu. Os'' impossíveis'' acontecem comigo. Então acho que eu num sei de nada. Só estou corajosamente disponível...pro tal maestro invisível. Acho que é isso. Viviane Mendes

21/09 Me lembro de todas elas. E por elas me vinguei. Não foi fácil... Mas o traço que me desenha foi o carvão preto. Esse, meus amigos, ninguém conseguiu apagar. Fiz o pior que eu poderia fazer. ...a que existia na pracinha perto da casa da minha mãe, era um ipê branco. Eu ficava fascinada...do nada tinha flor, e do nada as flores sumiam. Depois me apaixonei pela paineira do sítio...era gigante. As flores cor de rosa, e a paina do travesseiro, eu já estava apaixonada pela magia das árvores. Teve a sibipiruna da Rua Gustavo Maciel, onde morei, essa eu varria as flores amarelas...e as folhinhas miudinhas, um dia passei por lá, tinham cortado, parei o carro e chorei. Aqui , onde eu moro tinha um flamboyant do outro lado da rua, esplendorosa, com flores laranjas, um dia colocaram fogo. Eu assisti, impotente. Agonizei junto. Liguei para os bombeiros, falei até com o capitão, mas... Eles tinham outras prioridades. Chorei. Ela morreu e caiu diante dos meus olhos. Teve também um abacateiro, um pé de caju e um de goiaba que era da casa aqui do lado. Mandaram a escavadeira derrubar. Fui testemunha ocular, sozinha, sentada numa cadeira aqui no fundo de casa. Teve outras... Me lembro dos eucaliptos gigantes da avenida do cemitério de Timburi. Aquilo era mágico! No enterro da minha avó, descobri que o prefeito mandou cortar. Chorei...por dentro. Não tinha mais lágrimas. Eu carrego todas elas dentro de mim. Todas elas moram no meu ser, porque elas me tocaram, ...houve uma comunicação silenciosa. Eram minhas mães, minhas avós...todas essas árvores. Só elas sabiam que eu sentia a dor delas. Eu era diferente. Meio planta, meio bicho, meio gente. Hoje, eu ainda sou o que eu era quando criança. Me encanto. ...essa é a vingança. Meu encantamento!!! Vivi Ame.......Viviane Mendes ( hoje é dia da árvore)

Eu sei que vocês não estão interessados em saber como foi meu dia. ...mas vou contar mesmo assim. Ai gente, eu tô muito cansada. ...se deixar eu deito na cama e durmo. Botei um brócolis pra cozinhar, e agora tou mastigando quiabo com nozes. Gourmet, né? Tou cuma lata de Colorado que eu catei no posto, amódi eu sabia que no final do dia, estaria desfalecida...meio viva, meio morrida. Eu acho rima brega, detesto coisa brega...mas é mais forte que eu. Acordei bem cedo, abri a janela e senti um ventinho frio...pensei: -Louvado seja! Me enfiei num dins, catei minha gata, e fui phárua. Mas... Como sou boa dona de casa, deixei quintal limpo e roupa lavada. Essa gata se chama gata do Breno. Porque ela era do Breno que era meu vizinho. Bem, faiz bem mais que uns deizano que a bicha é minha. Minha idosa, mãe do Sonsinho, que morreu. E ela andou ismagrescendo...fui na doutora pra fazer unzezame. Minina do céu...cê tinha que vê eu abraçada com a gata pra ela ficar calma pra tirar sangue. ...coisa mai linda! Daí no almoço comi feijão orgânico que eu tinha comprado da muié na feira. Dona Maria, corre lá na feira de segunda que o feijão deu bão. De tarde garrei no quadro. Mai tô paixonada pela obra!!! Hoje eu fiquei desenhando grafismo indígena no rosto... Eu ainda não sei se é índio ou índia. Pelo andar da carruagem, acho que é índia. Tem tanta pena desenhada, colada...eu estou muito envolvida com a vida artística. Eu sei que dasveiz cêis acham que eu sou meio estranha, né? Eu tenho noção. Sabe, é que a arte é um mundo à parte. A gente reparte a vida aqui, né? Como se fosse história de quadrinhos... Eu num tenho filho pra postar foto do aniversário na escolinha. ...nem neto. Minhas amigas tem neto. Coidelôco isso. Eu tou querendo aprende bambolê. ...acho lindo que troço rodando na cintura. Nessa conjuntura, é minha próxima aventura. Boa noite. Agora é brócolis, banho, xixi e cama. E na cama fico ouvindo as partilhas do Trigueirinho. Ontem eu ouvi sobre cura extraterrestre. ...mas me abduziram antes de chegar ao fim. Recomendo.... Vivi Ame........Viviane Mendes

Muito se tem falado em tristeza, depressão e isso nos mata lentamente. Algumas vezes estamos imersos em eventos envolvendo dramas pessoais. Outras vezes, sofremos na expectativa de que a solução do mundo esteja nas mãos dos governantes. E outras, vezes...nada está acontecendo. E a tristeza se instala. Como se ela fosse necessária para percebermos a vida. Tantos entretenimentos existem para driblar esse estado de melancolia, remédios, drogas, e até um misticismo desenfreado a procura de cura espiritual. Tudo é válido. Mas...existe um tempo que nos chama para um regresso em algum ponto que a gente se perdeu. Por mais que sejamos alegres e bem resolvidos, existe um grito silencioso. Tentamos abafar com o travesseiro ou com o som alto da televisão. Entretanto, nada nunca calará esse som. ...é a nossa insatisfação com as coisas da matéria. Temos medo. Medo de ficar velhos solitários e dependentes. No fim, é isso. Cuidamos de tudo e queremos eternizar nossa passagem. O sofrimento vem do desejo do impossível. Só nos resta investir na ARTE. A arte de nos amar, apesar de tudo. A arte que num quadro ou numa poesia nos coloque de volta ao eixo. A arte de se estar presente mesmo querendo desaparecer do mundo. Arte, não é o que está confinado em galeria e museus. Aquilo é grito. Grito de artista. Todo mundo, um dia vai se render a arte...quando perceber que até com comida se pinta um colorido na vida. Arte, é harmonia. Arte, é o que nos proporciona a contemplação serena e instigante que nos faz pensar: -Como pode? -Parar tudo...e com batata, quiabo e feijão, no chão, escrever amor? TUDO deve ter amor. ...até na tristeza pela incerteza da vida. Não adianta fugir. Nós temos fome. Fome de arte, de amor e de harmonia. Um dia vamos desaparecer da matéria. Por essas e outras, eu pinto e celebro as desimportâncias. Vivi Ame...Viviane Mendes

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Se você vê uma pessoa mal vestida você fala para ela? Então..... Seguinte, cada um pensa dum jeito. Ela pode achar que não está mal vestida. Isso é um juízo de valor seu. Querer doutrinar, catequizar é desrespeitoso. Somos adultos. Sabemos em qual cumbuca enfiamos a mão. Cada um posta o que quer, como quer. Insinuando, sugerindo ou sussurrando seu candidato. E grita se quiser. Podemos excluir, bloquear...deixar de seguir a criatura. Eu acho covardia usar a postagem do outro como palanque. Quando você ver a postagem de alguém, aja como se você estivesse na casa dessa pessoa. Você está. Ali é o espaço do outro. Não queira impor sua vontade...isso parece coisa de homi que chega na casa dozoto e quer bater o pinto na mesa. Hellooouuuu??!!!! Coloque-se no seu lugar. Vivemos numa democracia. Precisamos respeitar o direito do outro de pensar de maneira diferente de nós. Isso é um bom exercício de cidadania. Uma maneira de demonstrar elegância e boa educação. Eu sei...a gente sofre. A gente quer gritar. Da uns comichão...a gente revira o zóio. Mas...nessa hora que coçar o dedo de vontade de invadir o espaço do outro, experimenta sair pra passear com o cachorro. Ou vai rezar. Vai lavar roupa no tanque. ...ou enfia uma garrafa pet no koo. Faça qualquer coisa! Mas, entenda, que se sua vida, se seu casamento e seu facebook são inexpressivos isso cabe a você resolver. Não tente querer aparecer na página do outro a qualquer custo. ...as pessoas percebem. O face não é a casa da mãe Joana. Ninguém invade sua casa pra dar palpite se você tá dormindo com seu marido ou sua esposa de comprido ou de atravessado. Pinte o muro da sua casa fazendo propaganda do seu candidato. Use boné, camiseta, adesivo no carro...seja criativo. Se tiver dinheiro espalhe outdoor pela cidade. Mas...por amor a Javé, entenda que a página pessoal duma pessoa é o espaço DELA se manifestar. Respeite seu coleguinha. Eu vejo gente tão mal educada que parece criança mimada que sente prazer em rabiscar o caderno do outro. Sabe...tente se controlar. isso acaba virando um vício. E...a página do outro num é ''biqueira''. Não marque bobeira. Defenda seu candidato da maneira que você quiser...menos no espaço do outro. Lembre-se...existe o outro que pensa diferente de você. Bom domingo! Viviane Mendes.

Eu acho que o Brasil vai dar certo! ...entenda meus motivos: Quanto mais o tempo passa, mais interessante eu acho a vida. Quando eu era criança, eu era tristinha. Passei da triste pra complexada. Quando eu era adolescente, eu era desengonçada. Passei da desengonçada pra gostosa. Fui muito insegura e rejeitada!!! Foi duro marcar território. Achava que eu num prestava pra nada. Tantas e tantas vezes me passava pela cabeça que eu num tinha dado certo na vida. Tanta necessidade de aprovação... Tanta necessidade de me sentir aceita num grupo. Sabe...foi phoda. Eu num era convidada pra nada. Minhas ''coleguinhas'' me viam como uma ameaça. Em qualquer lugar os olhos dos homens eram para mim e eu era uma presença ''non grata'' Eu num entendia... Achava que eu não era digna. Cêis nem calcula cada coisa que eu fazia pra que gostassem de mim. Quando, pela graça divina me convidavam pra alguma coisa, eu era aquela que invadia a madrugada lavando TODA a louça. Eu queria agradar...e judiavam de mim. Um dia num passeio numa ilha me mandaram ir lavar um tacho preto no rio. Eu fui. Eu não entendi que ''aquele'' tacho num ia limpar NUNCA. Fiquei o dia inteiro esfregando. Sai do rio com insolação. Se eu for entrar em detalhes...vai ser uma comoção nacional. Foi uma desgraceira. Nunca imaginei que depois dos 45 eu ia sentir tanto prazer em ficar sozinha. Em paz...porque estou comigo. Se eu tou aqui firme e forte, o Brasil também vai conseguir escapar dessa. Vamu pença + Tou otimista... Viviane Mendes

Estou no shopping esperando para começar a feira de orgânicos que acontece no estacionamento. Almocei com fome. Por mim, eu repetia o prato. Mas ...manter a silhueta ainda me causa mais prazer que o paladar. Almocei vendo mães e avós passeando em carrinhos do Mickey com seus filhos. A mãe filmava com o celular a avó sexagenária com o neto....imaginei que ia enviar para o pai. Na entrada da loja de esportes, um casal titubeante resolve entrar. Fiquei imaginando que eles resolveram começar junto alguma atividade física. Entro numas 3 lojas, nada me agrada. A moda não me convence. Parei para um café...em plena segunda e converso comigo mesma que isso não pecado. Eu posso e ninguém vai me despedir por isso. Agora aqui na minha frente, uma reunião de 3 homens, na faixa dos cinqüenta. Inevitavelmente, ouço um deles dizer que está estressado...pressão alta, que não aguenta mais o emprego . Me pareceu que ele quer convidar os outros dois para abrir um negócio. Fiquei imaginando... Do meu lado direito, dois senhores, aparentemente aposentados conversam sobre o calor... E eu escuto a ligação para o pintor recomendando dar 3 demão de tinta amarela na parede. ...Fiquei imaginando a casa do homi. Imagino tanto de tudo que parece que a vida é estranha. Tão estranha que a gente nem repara porque se acostuma. Passa uma mulher chamando o filho que corre com uma bola de sorvete. ...quase caindo. Ela grita: - Cleyson...volta aqui! O moleque sumiu e a mãe foi na captura. Fico imaginando se a bola de sorvete de morango foi pro chão...será? Vou pagar esse café é fazer minha sacolinha de orgânicos para a semana. Até que enfim eu parei de imaginar... Pelo menos a imaginação é di grátis . Se pagasse eu tava frita. Frita, quiném a coxinha que a Dayanne passou comendo agora do meu lado. A mãe falou: - Dayanne, mastiga devagar. Eu fiquei imaginando que era Dayanne com y e com dois enes. Vivi Ame....Viviane Mendes.

(...eu estava lavando meu carro dentro da garagem) Passou um homem, vestido com calça e camisa cor de café com leite adoçado com açúcar mascavo. Consegue imaginar a cor, né? Um beje meio amarelado. A calça estava amarrada com um cinto bem velho. A camisa amassada como se estivesse guardada dentro de uma garrafa. Ele tinha barba mal cortada e cabelo despenteado. Passou olhando para minha casa... Um olhar estranho. Tudo bem, as pessoas olham para minha casa. Eu fiz de conta que nem percebi. Até que ele parou no portão e disse: -Mas você mora num lugar tão romântico! Eu que neste momento lavava a calota do carro, parei e olhei para esse senhor. Tinha simplicidade no passo e saudade nos olhos. Nunca ouvi um elogio tão verdadeiro. O romance, é mais que um gênero narrativo. Esse senhor viu um enredo... Onde a ambientação, o tempo e os personagens, são coesos. Abençoados olhos desse senhor! Sou romântica. Desenho um coração em qualquer lugar... Em cada beijo que dou nos meus gatos. Na roupa que dipinduro no varal. Em cada folha caída no quintal... Sonho em amar...por inteiro. Nada pela metade me atrai. Tudo que ponho as mãos, faço em romantismo com a vida. Esse senhor nem viu que eu com a vap ligada, limpando a calçada...desenhei um coração para ele pisar. Vivi Ame....Viviane Mendes (ele foi embora falando que ficou olhando porque minha casa lembrava a Vila Sésamo que ele assistia na década de 70. ...e que era gostoso lembrar.)

domingo, 15 de setembro de 2019

O que te importa na vida? Todos os dias eu visito minhas memórias do facebook. Hoje foi muito interessante... No ano passado eu falei dos olhos do Pirara me olhando. Eu sabia que ele estava morrendo. Mas abanava o rabo e me olhava com um olhar que me atravessava a alma. Em outro ano exatamente no dia de hoje, morria a Tina, minha fucinhuda, era da minha mãe e veio para mim de herança, ela cavava túnel no jardim e era cega. Tinha um tumor absurdo de grande crescendo no rosto, eu fiz uma cirurgia espiritual e...desapareceu!!! Repito: sumiu. Noutro ano eu cito um episódio dramático com 2 cachorros o Bob e o Biscoito...estavam perdidos, eu consegui pegar um e quando fui pegar o outro ele praticamente arrancou um pedaço do meu dedo. Eu mesma fiz o curativo. A pontinha do dedo num caiu por um triz. ...na hora minha pressão caiu mas eu resisti. E...por 3 dias fiquei rodando procurando por ele. Encontrei a dona. E enfim encontrei ele. Foi uma das maiores felicidades da minha vida. E...também teve o Menino, um cachorro branco com uma mancha no olho que eu levei para morar em outra cidade e botei uma plaquinha de identificação com meu telefone. Era cidadezinha pequena...ele dava umas escapada, o povo me ligava e eu controlava ele estando 150 km de distância dele. Todos esses episódios são recheados de dramas e superações. Cada um deles levou um pedaço meu. E me deixou uma mensagem. Hoje, eu vivo um outro episódio com um outro cachorro, mas sobre esse ainda é cedo pra contar. Moral da história: Conhecer alguém é conhecer o que importa para esse alguém. Nunca trate como desimportância o grito da alma do outro. Isso pode ser um muro em qualquer relacionamento. Viviane Mendes

Preste atenção! Não pense que você está bem. Isso é ilusão. Existem pessoas fantasmas. Seus corpos não andam junto. Compreender algo é uma congruência entre o corpo mental e emocional. A mente atinge um raciocínio. ...mas o sentimento não acompanha. Então não se absorve as palavras ditas. Fica o dito pelo não dito. Há de se investir no coração com o mesmo afinco com que se puxa ferro para enrijecer os músculos. Entretanto, o coração precisa se tornar macio e aconchegante. Eu diria, um coração plácido. Do contrário, viramos almas penadas. Toda energia emanada vem do coração que se carrega no peito. ...é isso que te torna bonito e saudável. Seu corpo é perecível. Acredite, é seu corpo emocional que atrai ou repele pessoas. Não pense que você esta bem porque corre na esteira. A vida se encarrega de nos dar algumas rasteiras. Só o coração te salva. Te salva das perdas. Te salva até de você mesmo. O coração é o único músculo que trabalha sozinho. Ele bate. E não se cansa. Não se cansa! Pensa na força do seu coração. Nele reside toda razão de se existir. As emoções são a inteligência poética do seu coração. A mente tenta te proteger de sua empáfia. A mente é argumentativa. Mas para ouvir o coração é preciso cessar a mente. Usamos muito pouco de nossa capacidade mental. O único que é ilimitado, é aquele que fica escondido, trabalhador incansável... Bate, bate, bate... Para você abrir a porta. Mas, sua mente ordena: -Abre não! ...pode ser ladrão. O coração, insiste...até o seu último suspiro. Vivi Ame...Viviane Mendes

DIREITA & ESQUERDA: Eu sei que posso chocar alguns. ...e decepcionar outros. Mas para mim, tanto faz como fez o presidente. Não se trata de alienação política. Eu convivo com todo tipo de gente. Vou nozcondominíos chiquetozos dos ricos. Vou nazfavela fedorenta dozpobre. Conheço a direita e a esquerda...de ouvir dizer. Eu sofro de déficit de lateralidade. Só sei com certeza o lado de cima e o lado debaixo. Minha noção espacial é limitada. Sei a razão dum e a do outro. Sou a cara e a coroa da moeda. Sei como é ser patrão e como é ser empregado. ...e como é ser desempregado. Conheço a fala erudita e conheço o vocabulário chulo. Para mim, tanto faz. Minha vida, minhas leis e meus valores não vão mudar. Não vou erguer bandeira pra classe artística. ...vou continuar pintando. Não defendo apenas meu território. Eu sou TODO mundo. Minha casa não tem muro. Eu sei exatamente a frequência que eu quero sintonizar. Estando na FM......meu radinho de pilha num vai ouvir AM. Independente de quem ganhar, eu vou continuar me governando. Tudo tem suas consequências... Consertar o Brasil não será atributo de um presidente. Se um ganhar, melhora um lado. Se outro ganhar melhora outro. Sempre vai ter os satisfeitos e os insatisfeitos. Quer saber? Tanta coisa pode acontecer. Essa eleição tá desafiando estrategistas...votar num pra evitar outro. São muitos cálculos a serem feitos, né? Eu vou votar. Meu critério será aquele que eu julgar mais evoluído espiritualmente. Sabe, eu nunca dependi de governo pra minha vida melhorar ou piorar. Nunca dependi de verbas...nem de patrocínios. Nunca esperei receber algo. Tou aqui, na miúda...na simplicidade. Eu sei que o discurso de um não me convence. Sei que a proza da outra carece de força. Eu queria ser criança e acreditar que existe um super herói. Mas não creio nesse poder. Putz... Me lembro que quando era criança, a heroína fui eu. Vou votar em mim. Sin Salabin...transforme isto em ouro para mim! Abracadabra...pelos pelos da cabra, que não ganhe nenhum chupa-cabra!!! Viviane Mendes

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

#sejemenas Isso mesmo, seje menas coisa. Precisamos respeitar o espaço do outro, o pensamento do outro e a postagem do outro. Entrar para discordar de uma postura exige cuidado e respeito. Cada um tem uma página para expressar seu ponto de vista. Comentar uma postagem é saber respeitar as diferenças. Não tem certo, não tem errado. Existem opiniões que se divergem. Porque achamos que nossa religião é melhor do que a do outro? Porque achamos que nossa alimentação é mais saudável do que a do outro? Quer beber coca-cola e postar foto? Seja feliz...cada um sabe de si. Porque cargas dágua achamos tanta coisa? Achamos que temos a fórmula. O que serve pra um não serve pro outro. Conheço evangélicos maravilhosos. Conheço espiritualistas péssimos. Sim, isso é uma opinião minha. Conheço vegetarianos que não percebem o outro. Conheço carnistas que percebem. Quer postar foto de picanha crua em cima da tábua? Poste....não tenho nada com isso. Sim, isto é uma opinião minha. Conheço rezadores...que não sabem orar. Conheço ateus...que a vida é uma oração. Sim, isto é uma opinião minha. Outro dia vi uma postagem de uma lésbica que quer ser respeitada como tal, claro ...apoio a causa, mas fica criticando gosto musical que é diferente do seu. Percebem? Quer ser respeitada mas não respeita. Isto é o suficiente para eu ser no mínimo cautelosa com minhas palavras. Generalizar é preconceito. Somos mais do que nossas escolhas religiosas, sexuais e alimentares. Somos gente. E gente erra. Gente acerta. E tem quem lucra com os erros dos outros. Tem quem se solidariza com os acertos. Cada um vive seu processo. Na ARTE, já vi: 1- Capsulas de purpurina pra deixar a merda brilhante. 2- Performance onde um enfia o dedo no cudoutro. 3-Bicho vivo confinado numa Bienal. Agora...A arte tem limites? O que é arte? Arte é que nem pecado. Só é arte aquilo que você acha que é arte. Só é pecado aquilo que você acha que é pecado. Artista acha que pode chegar chegando...abalando geral, causando e dane-se o resto. Olha, artista é uma gente vaidosa por demais...acostumada com aplausos e com muita inabilidade para lidar com criticas. Artista se acha acima do bem e do mal. E...o bem e o mal estão dentro do nosso olhar. Respeito para mim é respeitar sempre a escolha do outro. Impor, agredir, desconsiderar o olhar do outro não nos engrandece como artistas, apenas nos diminui como ser humanos. Cada um faz como pode. Quem pode mais, deveria perceber mais. Além do que achamos certo ou errado. O que é certo para um, é errado para o outro. Se queremos respeito, devemos respeitar. ...e perceber a existência ''do outro''. Devemos nos por um cabresto, a liberdade de um vai até onde começa a do outro. Respeito se faz respeitando. Seje menas...e estaremos sendo mais. Viviane Mendes

O que vocês fazem com os papeizinhos? 1-Recibos de água. 2-Contas pagas da CPFL 3-Carnês do plano de saúde 4-Multas 5-IPVAS 6-A via do cliente duma compra qualquer 7-Aqueles selinhos minúsculos de promoção do pão de açúcar 8-A receita que alguém anotou 9-O cartão que você nem lembra porque guardou 10-O B.O. da batida do carro 11-O contrato do aluguel 12-O certificado da conclusão do curso 13-O atestado de óbito da mãe 14-Os poemas que foram escritos no caderno da escola 15-A coleção de selos 16-As fotos...de gente que se foi, de gente que ficou mas não esta presente 17- A saudade dos bichos que morreram 18- O passaporte sem validade e cheio de carimbos 19- A cartinha escrita a mão pela amiga que não é mais amiga 20- A listinha com as datas dos aniversários dos parentes...que viraram serpentes. 21- As fotos novamente...da época que a gente não sabia fazer fotos. As fotos....da planta bocárnea que tinha meio metro e agora mede 4 metros de altura 22- A receita do médico com a anotação do endereço do sapateiro no verso 23-As fotos... novamente...das festas, dos natais...da minha sobrinha criança, da minha mãe pondo cerveja num copo pra mim quando eu fiz minha primeira tatuagem. O que a gente faz com nosso passado? Quando tudo esta misturado? Papel com mijo de gato, exame da minha tireoide junto com a nota do sapato? O ultrassom da mama junto com os exames do cachorro. Em que momento a vida embola? Quando é a hora de guardar, recordar ou jogar? Porque guardamos recibos, rancores e amores? Eu visitei meu passado hoje... De tudo, não tinha como ser diferente. Mas penso na árdua tarefa, caso eu morra de repente: Quem vai cuidar das coisas da gente? O que importa é o presente. Dei um limpa. Organizei. Chorei. Sacudi a poeira. Abri as gavetas...do armário, da escrivaninha e do inconsciente. Agora estou sabendo onde estão guardadas as memórias, caso eu precise um dia. Sei onde procurar o recibo, se alguém quiser cobrar duas vezes a mesma conta. Sei que a vida é breve...ligeira. E, aqui, é sempre uma surpresa. Vivi Ame....enquanto puder.

Sobre o amor:
Aprendi que não se conhece a raça humana, convivendo apenas do lado de uma pessoa.
O mesmo vale para os animais.
Eles tem personalidades distintas e estão em diferentes estados de evolução.
Não pode se dizer que não gosta de gato porque se conviveu apenas com um gato.
Eu observo eles...diariamente.
E afirmo:
Os gatos não são todos iguais, muito menos os cães.
Eles, assim como as pessoas nos cativam de maneira diferente.
Uns a gente aprende a gostar e respeitar com a convivência.
Outros...são amor a primeira vista.
E...quando a gente ama dessa maneira, sem explicação, se trata de almas que se reconhecem...de algum outro plano da existência.
Para mim, humanos e animais são iguais.
As trocas afetivas é que importam.
Todo mundo que a gente cruza no caminho deixa um rastro, uma impressão.
Algumas vezes, pode ser um equívoco.
Precisamos de um tempo para nos revelarmos.
Aprendemos e ensinamos...
Amamos e nos decepcionamos.
Não tem garantia, não existe segurança.
Nós, humanos, imersos em vaidade e banhados pelo ego, somos os mais ignorantes.
Os animais tem uma sabedoria na alma.
Os gatos transitam entre os mundos...são puro mistério.
Eles vão quando tem que ir, quando já cumpriram sua missão neste mundo.
Eles nos ensinam a amar sem dominar.
Os cães são diferentes...eles doam amor.
Eu aprendi algumas coisas com os humanos.
Aprendi muitas coisas com os felinos.
Mas...os cães me ensinaram o amor.
Os cães adestram minha alma.
Quando a gente ama, achamos que não existe nada melhor para nosso amado do que estar em nossa companhia.
E isso é uma armadilha...
Amar é aceitar o destino do outro...que muitas vezes não é ao nosso lado.
Amar é estar com energia para receber.
E...principalmente para deixar partir.
Viviane Mendes

09/09/2019 Sentei com meu advogado. Ele disse que o juiz mandou o recado, que meu traje não era adequado. Entrei na igreja, o padre me disse que vestido longo é permitido, mas que mulher direita não anda com as costas de fora. Sem missa, sem justiça. fui dançar na rua... A polícia mandou parar, louco tem que internar. Fugi, me escondi na floresta. Lá, entre plantas flores e insetos, pude rodar a saia e sentir o vento nas pernas, o perfume das flores e o brilho do sol. A natureza que existe em mim, exige a oração. Girando feito o girassol! A simplicidade do coração é a chave. De pé, na dança...pois minha alma é de criança. De costas nuas, pois a pele é a parede que abriga meu corpo, me veste como um cobertor, me aquecendo na dor, e me despindo para o amor. O corpo, me é sagrado, e com ele tenho cuidado. Nas matas, Oxóssi me permite. Nas águas, Iemanjá, me carrega. No vestido vermelho, Xangô, me reconhece. Xangô me reconhece! Essa é minha prece. Que a proteção se faça. Que a justiça se cumpra. Que a paz se estabeleça. Que a energia catalizadora desta tormenta, transmute Todo peso que não é necessário. Nada tenho a oferecer ao mundo,além de minha alma transparente que me permite ver constelações no horizonte. Nada tenho a pedir. Tenho minha alma despida para sentir. Tenho a retidão como meu guardião. Tenho a dança como fiança. Me foi concedida a liberdade de orar, sem precisar me ajoelhar. Que assim seja. Vivi Ame......Viviane Mendes

domingo, 8 de setembro de 2019

E se eu te dissesse que sou mulher de feitiço? ...daquelas que nem o Diabo quer arrumar enguiço? Converso com a pimenta malagueta...e nem faço rima com buceta. Faço oração no pé de limão. Sou de fogo brando na panela de barro... Sou capaz, acreditem, de louvar o chuchu. Fatio a batata, com calma. A batata é deveras, sensata. Não se indispõe com ninguém. Veja se tem cabimento, o repolho roxo, tem inveja da couve. Mas, eu sou mulher conselheira, explico que o violeta é o raio da transmutação. Olha que perigo meu coração: Quero saber se as galinhas que botam esses ovos, se vivem livres e se são felizes. No extra virgem do azeite, meu deleite. As ervas de Marseille, acordam minha saudade da França. Antes que eu me esqueça: Sou mulher que cozinha com trança no cabelo. E, pior, com gato na janela! Sabe, esse tipo, de mulher vagabunda, que usa o paninho de pia cor de rosa, como toalha para taça de cerveja? Sou eu. De filtro de barro e colher de pau. Que na pia bagunçada, me encontro. Sem música tocando. No silêncio absoluto. Só o borbulhar da panela e do meu coração...como um som de violão. Escapa pela porta o aroma do manjericão... E, nessa oração, Deus se faz presente. O Diabo, que vive ao lado, me manda recado: Moça, desisto de você!!! Por mais que eu procure, não encontro lugar para me instalar. Mas...eu amo até o Diabo. E, apesar de hoje não ter quiabo, eu lhe sirvo um prato: Meu tempero é quente e picante. Minha alma é serena. Escolhe. Vê o que você faz com isso, meu amigo. Eu não tenho inimigo. Renda-se. ...como eu me rendi. Eu até choro lendo o que eu escrevi. Mas, sobretudo, sou grata pelo que aprendi. Vivi Ame...Viviane Mendes

sábado, 7 de setembro de 2019

Livre arbítrio: Até que ponto somos livres? Pensamos que podemos escolher...entretanto somos tragados pelo inconsciente coletivo. Somos reféns de comportamentos de nossos antepassados. A liberdade é uma conquista diária. Todo minuto precisamos identificar o que queremos escolher. ...e não permitir que escolham por nós. Essa é a revolução interna! Obviamente, tem suas consequências. Um preço muito alto para alguns...a sensação de se pertencer a um partido, um time, um sindicato, um sobrenome, uma tradição...tudo isso proporciona um certo conforto. Afinal, todo grupo cultiva alibis que justificam o que muitas vezes é injustificável. Seremos livres se soubermos o que é liberdade. Liberdade de escolha! Livres...para não querer nada e nem ninguém que macule a liberdade. Livres do desejo por prazer. Livres do sentimento de competição. Livres...para falar com a boca, o grito do coração. E...principalmente, deixar o outro livre. Respeitar o livre arbítrio alheio é uma maneira de exercer o amor. Toda escolha tem consequências. ''O plantio é livre'' ...o amor e a compaixão são obrigatórios. Em algum lugar do passado, fomos o outro. Precisamos estar atentos ao que somos. Estamos todos acorrentados a formas pensamento. Com urgência precisamos saber o que queremos nos tornar. ...e agir para isso. Que façamos uso de nosso livre arbítrio com respeito a nós mesmos, e que sejamos, no mínimo, elegante com o livre arbítrio do outro. ...ele é do outro. Viviane Mendes ( escrito por mim, ou através de mim, mas...escrito)

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

E te digo mais: O que trava a evolução é a limitação das pessoas. Enquanto a medicina alopática, homeopática, ortomolecular e sideral não derem as mãos, nós tamu é fú. Enquanto a religião católica, evangélica, umbandista, e a porra que se quiser seguir,não se aceitarem, nós tamu é fú. Enquanto a música clássica, erudita, popular, rock se acharem mais bacanudos do que o som que rola no morro, tamu fú também. É necessário aceitar o mundo do outro. Entender a legitimidade do contexto onde outro está inserido. O preto, o branco , o índio, o nórdico ....é tudo gente. O gay, o trans, a sapatona, a hetero, e a girafa, cada um sabe onde enfia seu pescoço. A gente cresce, aprende as coisas...carrega o ranço genético dos antepassados e sai aí solto pelo mundão.... Nóis já tamu tudo véio gentarada. O mundo precisar mudar. A gente vive torcendo pro raio do meteoro cabar com samerdatoda. Vamu arregaçar as mangas.! A gente precisa dar as mãos....juntar um pouquinho do que eu sei, com um tiquinho do outro, mais um cadinho do vizinho.e fazer um bem bolado. A gente é tudo ignorante. Vivemos montados numa vaidade cultural ultrapassada. O universo é infinito. Nóis tamu aqui preso pela força da gravidade numa bola. Não adianta mais ficar agarrado naquilo que você se sente seguro. Num tem segurança nesse mundo. Cê paga as contas direitinho, cuida da aposentadoria, faz teus examinhos de sangue...é bem comportado no leito. Quiqui contece? Páááhhhh.....cê infarta ou teu filho sofre um acidente, ou sua muié ruma outro homi, percebe? A vida ranca a gente da zona de conforto. E daí? Phudeu, né? A coisa sai do roteiro. Hoje eu penso que é vital a gente desaprender umas coisas, abrir uns espacinhos na cachola. Sabe...tem muita coisa no mundo. Muitas medicinas, muitas formas de falar com Deus, muitas formas de amar e de expressar afeto. Pessoas com todos os espaços cheios, sem tempo e nem interesse para estudar algo novo, aprender, arejar, se desafiar, se superar fica desinteressante. O cérebro fica embolorado, o coração empedrado e o verbo se torna morto. A pessoa fala, vive, e sente, agarrada em conceitos de milnovecentos....e Garrastazu Médici . Nêgo pensa que tá abalando a sapucaí e num sabe que tá lá....preso num passado arcaico. Té otro dia tinha escravidão. Té otro dia as muié num votava. Té otro dia........é muito pouco tempo. Penso que precisamos nos tornar pessoas mais bonitas.................aos olhos de Deus. Não sei quem é Deus. Mas, estando aqui acredito ser primordial deixar um rastro. E...esse rastro não é ficar andando na trilha de terra batida que anta faz. Eu falo em desbravar caminhos.....com um facão. Existem muitos caminhos. .............................e muitas moradas. Vive Ame Viviane Mendes

TRAGO NOTÍCIAS: ...que não interessam a ninguém! ( Descurpa eu, mai tou quinêm azmuié que quer contar a vida pra quem tiver no ponto de ônibus) No fim do dia consegui sair com a matilha e pegar os últimos raios de sol. Queria contar que consegui acordar beeem cedinho pra fazer um exame. E que num sou muié que tem medo de agulha. Gente...eu CONSEGUI terminar aqueles 3 quadros enormes e coloridos que eu tava fazêno. Queria contar que no meio da tarde eu estourei pipoca taquei um monte no chão. E chamava ozcachorro quiném a gente chama azgalinha. Meu marido me ligou a modi o lance dos tiros. Disse preu toma cuidado. Eu: -Cuidado com quê??? Ele: -Cos bandido! Tava no meio duma consulta com uma homeopata e cai na risada. ''Cuidado cos bandido''....parecia meu avô falanô. Ahhh....eu amo esse tipo de cuidado. Mas...tem mais uma coisa queu queria contar: ...é sobre minha janta: Cêis reparam no barulho que faz dentro da cabeça nora que morde uma macadâmia? ...eu fico tarada camacadâmia. Fiz uma gororoba gourmet. Cozinhei uma batata doce. Taquei macadâmia. Um punhado de goji berry Um fio de melado de gengibre... Uma pitada de sal. Gente...é uma mistura de sabor e de textura tão inusitado e surpreendente. A batata toda derretida...macia e quentinha. O melado de gengibre...tando aquela pegada. A louca da macadâmia fazendo barulho obsceno dentro da minha cabeça. E aquele vermelhinho de sabor incomparável do goji? ...gozei no final. Minhas papilas gustativas tão afim de aventuras. Viviane Mendes

Faça mil favor!!! Me lembro que namorei um afrodescendente. Pai negro e mãe branca. Eu me arrumava para sair com ele e ouvia dos tontos dos meus primos: - Tá se arrumando para sai com aquele macaco? Pausa para eu respirar. Meus avós se dirigiam ao empregados negros como: Negrinho. Negro num tem nome. Meus parentes, eu sei de cor e salteado os ''feitos'' deles. Sei muito bem dos meus deslizes, culpas e erros. Ninguém é melhor do que ninguém!!! Vocês traem seus parceiros. Sonegam impostos. Você aí que é dazespiritualidade, sei que tem vida dupla. E você, cara engravatado, quicêpensa queé??? Fica cantando a secretária e chega em casa apaga as mensagens. Pensa que me engana? Você que é empregado, né santo não! Espera o patrão virar as costas e sidipindura no whats. ...e você, encostado que vive de herança? Kikicêsabedavida? Tou ligada no mundo! Anda de carrão. manda os filhos pra disnei chata do caraio, se veste com as marca de roupa granphina , e num paga o décimo terceiro do funcionário. Desdenha da mulher. Nunca limpou a fralda cheia de bosta do filho e ainda da uns cata na empregada na lavanderia. Você não sabe o que é passar vontade! Perdeu a virgindade com a nêga da zona. Não sabe o que é passar vergonha. Não sabe como sangra o coração de um pai, vendo o filho ser discriminado na escola. Você é rico. Branco. Você, seu fiodaputa, nunca vai saber o que é ser pobre, negro, num país cheio de gente como você. Ser vítima de racismo é doído. Um crime que viola a dignidade humana por conta da cor da pele. PELE. Repito: COR DA PELE!!! Tem noção de quantos negros sofrem discriminação? Não, você não sabe o que é ser barrado na entrada de um lugar por causa do cabelo pixaim. Você pode dever no banco, dever para o agiota, fugir sem prestar socorro, pode roubar a empresa do seu sócio, pode dar um desfalque na firma, mas você, seu desgraçado, nunca vai precisar roubar um chocolate de 2,99. Você pode roubar a tranquilidade de seus pais. Pode roubar a juventude de sua mulher. Pode roubar o sossego do seu vizinho. Pode roubar, a paz numa noite de Natal... Mas você nunca será chicoteado por roubar um chocolate no mercado. Atire a primeira pedra. ...pois o chicote é uma herança dos nossos antepassados. Vivi Ame....Viviane Mendes, e eu já roubei ki suco no mercadinho da esquina.

Preciso de um banho: ... queria fazer valer um pacto entre a Viviane que escreve e a Viviane que delira. A que delira, é a que te descreve a vontade da que escreve. Queria tomar um banho. Banho de rio. Como se eu fosse um bicho. ...se esquecendo que eu moro dentro de mim. Sem sabão, sem proteção, e principalmente sem ilusão. Preciso de um banho. Para sentir a pele limpa da alma esfolada. Onde somente os animais pudessem me ver como sou. Entregue, ingênua e desprotegida. Queria beber o suco das frutas recém colhidas na floresta. ... para matar a sede de sempre e que nunca teve nada. Preciso sentir a cachoeira penteando meus cabelos molhados como se rezasse um rosário sagrado. Talvez, a cachoeira me vendo com os olhos serenos, tivesse vontade...de puxar meu cabelo do lado e... apenas verter um óleo na minha nuca e observar ele descer pela coluna. Descendo como água que escorre das montanhas, sem nenhum obstáculo. Descendo na pele morena, um caminho dourado, como o por do sol que se reflete no lago. Minha tribo foi extinta. O óleo sagrado das árvores não mais existe. Sou apenas saudade. Do ar puro que eu respirava. Das lutas que eu enfrentava. Dos pactos de sangue que eu fazia com as plantas de poder. Sinto falta do mistério das cavernas que me convidavam a entrar...apenas com uma poça de água de chuva na entrada, como se fosse um tapete. Entrar no desconhecido mundo do amor. Onde o óleo é ungido, apenas pelo destino. Especialmente preparado para as almas que não recusam a dor. Da minha tribo, só sobrou o sinal de fumaça, que agora transformo em palavras para me comunicar. Vivi Ame...Viviane Mendes