Foi assim que aconteceu:
O problema é que uso saia longa.
Quando a terra treme, e a carne geme, é o momento de conhecer de qual barro se é feito.
Deixei um rastro de incompreensão pelo caminho...
Mas, foi assim que pude me parir.
Nasci.
Esse processo é solitário.
Existem casulos que só se rompem, quando o sofrimento da clausura atinge seu ápice.
Rastejar foi necessário.
Lambi o chão de terra batida.
Quando dei por mim, o espaço que eu estava, não me cabia.
Essa foi a estupenda revelação.
As asas foram forjadas e conquistadas na solidão.
Relacionamentos são necessários para compreendermos a função deles.
Algumas vezes, nossa melhor versão é um samba de uma nota só.
O voo é solo.
Estava quase afogando num mar revolto.
Tentaram me ensinar a nadar quando eu estava submergindo ou nem perceberam meus gritos de socorro.
Eram ondas e tempestades avassaladoras.
Foi assim, que virei borboleta.
Voei e gostei do ar.
A melhor versão de mim, foi um presente de quem não me viu e que nunca me conheceu.
Eu pude enfim me olhar nos olhos e fazer a minha escultura.
Uma armadura, talvez...
Mas eu gostei do eu na voz e o comigo no violão.
Uma música nova, uma canção tímida, mas não desafinada.
Sinto muito, sou grata e amo os salva vidas que eu recusei.
Era necessário.
O bicho da seda, só produz seda dentro do casulo, e...minha saia é longa.
Não irei morrer trancafiada e desidratada dentro de mim.
Boto ovos diariamente.
E eles brotam me eternizando em todo passo que dou tentando alcançar o compasso do criador.
Vivi Ame....Viviane Mendes
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