quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Quero falar sobre onde jogamos nossas âncoras.
Ela serve para prender, fixar, não deixar a embarcação a deriva.
Um símbolo forte de segurança e apego ao mesmo tempo.
Onde e em quem estamos ancorados?
Algumas vezes esta âncora vela o passado.
E o passado não nos leva rumo ao sol.
O por do sol forma um tapete dourado sobre o mar.
E é por ele que devemos navegar.
Rumo a luz.
Meus amigos, o mais difícil é respeitar o livre arbítrio.
O nosso e dos outros.
Amar é respeitar a autonomia alheia.
Isso dói...pode ser que não estejamos nos planos do outro.
Penso nas relações onde o fraco é ancorado no mais forte.
E no mais forte que permite a âncora do mais fraco.
Os dois são dependentes.
Eu quero carregar minha âncora solta...presa a mim mesma.
Assim serei fiel a mim.
Sendo ancorada e amparada sem pseudo amarras.
Tenho pavor de me tornar um estorvo no cais do porto do outro.
Com ela solta, eu sigo submergindo no inconsciente.
E ciente que me ancoro onde me sinto segura.
No amor, na arte, nos animais e na lua.
Sendo sereia não tenho a intenção de enlouquecer marinheiros com meu canto.
...e arrasta-los impiedosamente para dentro do mar.
Quero é ensinar a mergulhar.
Não é preciso viver no raso...nem na borda e muito menos na periferia.
São mergulhos íntimos os mais sedutores.
Os contorcionismos da alma que me interessam.
Viviane Mendes

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