Dia dos pais vai ser no domingo, né?
Dia 8/8
Esse dia para mim sempre foi uma janela fechada.
Nunca me prendi ao dia, a ausência me fez economizar no presente.
Vezinquando lembro de alguma coisa.
Hoje me lembrei que aqui em Bauru, na rua Batista de Carvalho, perto do Edifício Comercial.
Olha só....ninguém me contou, eu lembro e nem tinha 3 anos de idade.
Bem...ele fez eu pisar por cima do sapato preto dele para andar.
Eu ia andando junto feito aquelas bonecas que dançam amarradas no palhaço.
Nunca esqueci.
Foi uma única vez.
Percebem?
Não é a repetição.
Repetir é algoritmo.
A experiência de um sentimento são instantes.
Sempre estive atenta a instantes.
Tudo depende da eternidade de um instante.
Eu sempre soube sobre o tempo.
O tempo que arrasta as almas pobres até a cova.
Almas pobres, aquelas que nada aprendem.
Apenas acumulam.
Acumulam matéria e perpetuam hábitos caducos.
...e o tempo que revela os instantes.
Um amigo do meu pai me contou que ele dizia que a gente deveria nascer velho e morrer jovem.
Eu, nasci velha.
Sei que é estranho...mas essa velhice que me isolou na infância, hoje me rejuvenesce a todo instante.
Minha vida foi um muro, uma parede instagramavel.
Eu faço pose no meu passado e tiro fotografias nos instantes que ninguém testemunhou.
Dou de presente ao meu pai, minha idade de senhora com pés pequenos se equilibrando por cima do sapato preto lustroso e escorregadio.
Assim é até hoje.
Embora eu use salto alto, sinto a vida me segurando como ele me segurava, neste dia na rua Batista de Carvalho.
Acho que isso é fé.
Mantenho a janela dos instantes sempre aberta.
Estou dezenvelhecendo.
Vivi Ame...Viviane Mendes
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