Detesto quem conversa comigo como se eu fosse uma consumidora.
Gosto do carteiro que me chama de Viviane.
Gosto do lixeiro que me chama de querida, e me dá bom dia.
Gosto dos caixas do banco que já decoraram meu CPF.
Gosto das caixas do supermercado que me chamam de Vivi.
Não ando na moda.
Nunca andei.
A moda não me atrai.
Modismo parece ser atual, mas é obsoleto por ser momento.
Momento passa.
Um monte de gente repetindo um comportamento por modinha me causa aversão.
Passageiro, efêmero, cansativo.
Enjoativo.
Moda, sem real conexão com a questão, me soa vazio.
Isso serve para tudo.
A tendência, outra palavra utilizada para moda, me soa estranho.
Como se pudéssemos prever um padrão temporário que visa lucro.
Detesto isso.
Faz a gente se sentir uma mercadoria.
A gente recebe ordens de onde sentar, quanto consumir, o que vestir, onde ir e na real, isso é desumanizante.
Andar na moda, é comodo para muita gente.
Causa uma sensação de pertencimento.
No fundo a gente busca isso.
Entretanto, esse comportamento é extremamente volátil.
Não abastece.
Logo aparece outra vitrine mais atraente.
E assim seguimos, insatisfeitos, lutando para se encaixar no padrão.
Eu, quero conforto.
Só isso.
Onde eu estiver quero conforto.
Com quem eu conversar, quero conforto.
Detesto ter que escolher palavras para impressionar ou me defender.
O conforto me hidrata.
A moda, me subtrai, ela é árida.
A moda escolhe onde, como e porquê chover.
...tudo premeditado.
O conforto é simples, simplório, não existe ezibideza.
( tava louca para falar essa palavra)
Bolo bom, num precisa de muito glacê.
Manga bufante, laço gigante num faz milagre.
Querer ser não é o mesmo que ser.
Viver para lucrar, não é o mesmo que ganhar.
Algoritmo elevado de curtidas, não significa sucesso.
Vivi Ame...Viviane Mendes
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