Ia ser só uns galhos.Foi uma manhã cuidando do jardim.Ia ser só uns dentes da alho. Foi quase uma cabeça para temperar o quiabo.Ia ser só dois dedinhos de vinho do Porto.Ia ser só mas um dia.Foi Páscoa. Foi o dia inteiro descalça. Foi sem coelho.Foi sem mesa posta.Foi sem ovo.Mas...as plantas estão felizes.os bichos estão em paz.O chão foi varrido.A roupa, lavada.Meu gato no colo.Não estou em casa.Estou na vida.A vida que espera...Renascer!Em cado ato, uma gestação silenciosa do que virá. Em cada escolha, a vida me acolhe.Ou me cospe.A responsabilidade, eu comi aos poucos.Palavra comprida.Degustei crua.A consciência temperei com manjericão do jardim.A fé?Palavra tão curtinha.Essa engulo feito comprimido num shot matinal. Aproveito e pingo própolis.Ressuscitando... feito a muda de flor que eu arranquei sem perceber.Quando eu menos merecer, talvez ela me ofereça seu perfume.Sigo descalça. No meu quintal, ando dando voltas ao redor da casa.Casa pequena.Mas eu chamo de Castelo.Vivi Ame...Viviane Mendes