terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Sentei pra cortar a unha....comecei ouvir os gritos.Do fundo da minha casa eu via ela berrando em cima da caixa d´água aqui do aeroclube.Achei que era zoeira de moleque.Fui ligar para polícia, mas alguém ligou antes.Aqui do lado tem 3 carros do corpo de bombeiro, samu, e umas três ou quatro viaturas da polícia Até agora não resgataram a moça.Não sei se ela ia pular...Ou se queria chamar a atenção.Conversei com o Chico que é professor do Aeroclube uns trocentos anos.Ele me contou que o pai dela é o engenheiro que construiu o hangar.Os policiais tão achando que ela é moradora de rua.Num sei o fim dessa história.Sei que a gente é despreparado e indiferente ao sofrimento alheio.Formou-se uma platéia de curiosos.Eu tinha ido pegar meu carro que estava no aero.Sabe o que me doeu?Percebi que lá no fundo eu tava indiferente.Não sei se é minha intuição que me sinaliza que a situação está sob controle.Tomara que seja.Não sei se moça é usuária de droga, se tem surto psicótico, se tem depressão...Sei que ela berrava alto.Meus cachorros latiam.Eu sentia desde do primeiro grito que ela não queria se matar.Queria chamar a atenção para alguma dor.Eu acho que a vida tem seus reverso e nessa hora não adianta prosa e nem verso.Tem grito!Escrevo para observarmos o que sentimos diante do assombro da fragilidade humana.(descobri agora que resgataram a moça.)Vou rezar por ela...e por mim que nada fiz e nada senti.Tomara que seja minha intuição que gritava bem alto na minha cabeça que TUDO ia acaber bem.Eu não quero ser platéia da dor de ninguém.Isso ficou muito claro para mim hoje.Quem sentir o que eu digo, além das palavras que eu escrevo, ore por essa moça.Que ela tenha paz e acolhimento na vida!Que assim seja.Vivi Ame...............Viviane Mendes

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