sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Eu explico as coisas para os cachorros...Tava pensando na fala.Sim...o ato de falar.A entonação da voz, o assunto, o olhar, as vírgulas e os pontos finais.O saber se expressar, narrando uma dor.Como isso é revelador.Gosto de conversas profundas em que o interlocutor desnuda alma.Sem preocupação de julgamentos.Sem filtro.Sem hora para acabar.Gosto de gente que enxerga a gente, que não dispersa o olhar.Gosto de molhar as palavras com a bebida.Sem embriagues alcoólica.Gosto de gente que vive.Gente que demonstra interesse no universo alheio.Gente que pergunta não para bisbilhotar, mas para se aproximar.Eu sinto a fragilidade do eloquente.Percebo a força e a verdade de quem se expressa com o coração.Em uma conversa a mente deve descansar...As palavras devem brotar do peito, sem ensaio, sem esboço, apenas permitindo uma troca de pontos de vista, de vivências e de um real interesse no mundo do outro.Sim, a fala deve ter bons costumes.Deve ter moral e dignidade.A boca suja que solta palavrões, que xinga é mais pura do que aquela que ensaia um discurso com gramática impecável.Discurso vazio que só convence aquele que fala.Tem gente que não fala para o outro, fala para si mesmo.A fala revela.Demonstra respeito.As palavras podem ser bonitas, porém é nas entrelinhas do discurso que a gente se entrega.A fala, fala alto e em bom tom.Falar não é um alinhamento de palavras.Falar é energia, sintonia, vibração e frequência.Viviane Mendes

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