quinta-feira, 27 de maio de 2021
Ela morreu e eu nunca agradeci.Ela, cansada, passou a noite toda sentada na cozinha. Sem reclamar...colou brocal dourado na estrela....e lantejoulas no véu azul.Ficou a noite toda preparando a fantasia.Acho que precisei dessa varinha de condão para fazer meus milagres.Minha mãe sabia das coisas...Eu não entendia.Eu sempre fui só de mim.Tão sem brilho que nem a cabeça eu conseguia endireitar.O mundo era uma realidade dura e eu comia crua e sem talher.Eu me encolhia.Minha alma era um bicho da seda que silenciosamente me envolvia e me tecia com fios de coragem.Quando dei por mim, tava aqui.Agora, eu consigo manter a coluna ereta. ...mas, num foi fácil. O fardo invisível era pesado.Mas...tive a estrela dourada na mão. E foi assim que a luz do coração se ascendeu.Obrigada mãe. Quando eu precisar, vou pedir para essa fada me ajudar.Ela foi firme.A estrela colada na ponta da varinha de bamboo não estava tão firme.Lembro que a cola não secou direito.Mas segurei firme, sem tombar. Tombei a cabeca, mas era falta de certeza.Agora, com minhas mãos, alcanço as estrelas.Vivi Ame, Viviane Mendes
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