domingo, 2 de maio de 2021
Preciso contar tudo, antes que o mundo acabe:Os primos tavam no carrinho de rolimã....tinha até uma mobilete que eles disputavam.Eu, sempre condenada à margem do rio.Ficava vendo minha avó ralar a espiga de milho.Ela dizia que o milho ralado era diferente do milho batido.O cardo virava pamonha, curau, sopa de milho com cambuquira e bolo de milho.Me lembro da forma rasa, grande, amassada e encardida.Aquelas crostas pretas de tanto ir pro forno que conferem um ar de autoridade para uma simples forma de alumínio fajuto.Queria ter ficado com a forma... devem ter dado fim.Se eu tivesse ela aqui em casa, eu ia tratar como obra de arte.O tacho de cobre, então?...foi-se.Fico pensando por quanto foi vendido....eu pagaria deiz veiz mais.Só pela lembrança que o metal guardava do dodileite que minha vó fazia.E o ralo????Sabe lata de óleo aberta, furada com prego e fixada numa tábua.Hoje, eu trocaria um quadro meu de deiz paus por esse ralo enferrujado.Ia fazer uma luminária...Na esperança de voltar a ser criança, onde qualquer vaga lume era um ser iluminado.Viviane Mendes
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