sexta-feira, 14 de agosto de 2020
Quase meia noite....meu plano era levar um presente para meu irmão que fez aniversário dia 9.A visita que nos meus planos era um copo de água e meia hora se transformaram em 2 garrafas de vinho.E uma infância desarquivada.Reviramos o baú das lembranças.E das histórias que minha avó Dona Inês contava.Lembramos do imenso casarão e do medo de assombração. A casa foi construída por um padre na década de 30.O padre desencarnado deve estar por lá, até hojeEu num durmo naquela casa nem morta.Casa linda.Lindíssima. Piso hidráulico e uma escada caracol de madeira.Cinematográfica. Mas a gente escutava barulho dos morcegos descendo a escada.Tinha janelas imensas...e ventos uivantes.Tinha poço. Tinha pescoço de galinha na sopa.Tinha uma vida que ia da pamonha para o medo de subir a escada sozinha.A memória é uma clausura.Nos prende pela saudade.Lembramos que minha avó contava que um dia pegou uma cobra coral na mão achando que era a fita colorida que tinha caído do cabelo dela.Minha cunhada, nessa altura e assombrada com as histórias estava com o olho arregalado e solta:- Nossa! ...sua vó era roots, heinnnn.Pronto.Voltei para o presente.O passado é uma janela igual desse enorme casarão.Janela alta e grande.Do banheiro eu via o Paranapanema. Do quarto eu via uma casa de esquina abandonada e cheia de fantasma.Hoje da janela do presente eu vejo um passado que deve ficar bem amarrado como o saquinho de pamonha que minha avó fazia.A vida no passado é inexistente....como os fantasmas que existiam na minha mente.A vida é para frente.Mas minha avó era roots.
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