sábado, 14 de março de 2020
Isso num interessa pra ninguém...mas eu vou escrever.Tô precisando esperar a batata assar....e passar o tempo.Sou daquelas que mal conseguem balbuciar um bom dia no elevador do hotel.A voz não sai...eu olho e não vejo as coisa.Chego no salão...apenas o corpo físico, o espírito demora pra chegar.A mesa redonda com as cestas dos pão...tudo arrumadinho.As pessoas tão arrumadas também.Na minha frente uma dama de preto num salto agulha caminha com destreza pelo salão, daquelas que sabe o que quer comer.Eu, miro a máquina de café...vou meio cambaleando, como quem segue um piso podotátil para se guiar. Seguro aquela xicrona branca como quem garra num troféu.Tenho medo de não apertar o botão certo da máquina, então reparo nos procedimento do moço que tá na minha frente.Vitória! Vou pra mesa com meu elixir matutino.Meu marido pergunta qualquer coisa, eu respondo e ele não entende.Pela manhã a voz fica irreconhecível, desconheço o alfabeto, desaprendo o vocabulário.Eu fico bem próxima dos reinos mineral, vegetal e animal.Começo reparar nas pessoas...as roupas pretas sem um pelo de bicho grudado.O olho pintado de preto sem nem um borrado.E...as pessoas comem.Levanto e vou pros pão.De tudo quanto é jeito, cortado de comprido, cortado de esgueio...Tem redondinho, redontaco, tem com furo, tem sem buraco.Acho os integral.Penso:''Isso não é integral nem a pau Juvenal"Mas tudo bem...cato um.Uma mordida e um gole de café.Levanto pra abastecer a xícra.Olho pros mamão, melão...tudo cortadinho.Tava bonito de ver, mas de manhã não consigo comer.No nikiki eu Toino pra mesa, alguém ergue a tampa de inox.Fudeu!!!!!O cheiro de calabresa acebolada e sarsicha me embrulha o estômago.Perda total.Não consigo nem o café.Fico parada...meio paralisada...tipo parece que tinha dormonid no primeiro café.Me critico e me condeno pra carai.Tanta fome numundo e eu com frescurite?Daí reparo que desci com a roupa que dormi.Enfiei uma blusa de crochê pra disfarçar...Meu olho parece que tem areia, daí me lembro que mal ranquei as remela.Pensei:''kiki eu tô fazêno aqui?''Subi pro quinto andar.Fui pro chuveiro...pensa num chuveiro bom!!!Uma pressão de água que se fechar o zóio, cê pensa que tá na cachoera.Em tudo quanto é hotel...independente das estrela, e eu já pude estar nos 5 estrelas da vida, sempre é assim.Com exceção de uma vez em Minas Gerais, pousada simplinha...tava eu no café, e a muié tirou do forno uns pão de queijo e botou na minha frente.Perdi a compostura, comi..comi...comi!!!Isso foi em Tiradentes e acho que a muié se chamava Dirce.O chuveiro era quase uma bica, mais rapaiz, o pão de queijo dessa muié, eu nunca mais esqueci....e isso faz mais de 10 anos.Bem...se ocê for pra Tiradentes, procura a pousada da Dirce e pede os pão de quejo.Depois, cê me conta se valeu a pena ler esse puta textão até o fim.Viviane Mendes
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