sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Confissão:Quando a chuva, chove sabendo chover, sinto meu corpo chovendo junto.Pingo grosso e pesado batendo no telhado.Respingo fino e ligeiro entrando pela janela.Assoalho molhado.Pele umedecida.Existe uma mágica na chuva.Os rios mares e oceanos, abrem os olhos e mostram os dentes.Os orifícios ficam permeáveis e as trocas se estabelecem.Cai do céu água fértil, que prepara a terra para a plantação....e o corpo para a emoção.Pelo olhar penetrante, nenhum argumento.Pela boca, a promessa silenciosa do beijo.O resto é inundação e transbordamento....não adianta guarda chuva para proteger quando a poesia já molhou o dia.A tinta escorre pela tela.A roupa não seca no varal.Já me rendi a esse estado doente e febril.Sofro de febre de aquarela.Fui cauterizada pelas dores.Batizada pelas cores, e imunizada pelas flores.Mas, os amores, ainda me pegam desprevenida em qualquer esquina.Coisa dessa minh'alma de menina.Que de adulta, só o cabelo comprido.A cerca de arame farpado carrego comigo....mas, meu muro é baixo.Vivi Ame

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