sábado, 5 de outubro de 2019

A mulher entra com uma cachorra preta...eu estou sentada com minha gata esperando o soro. A cachorra faz movimento em minha direção. A mulher puxa a cachorra. Eu digo que num tem problema... A mulher diz que ela num tá bem, e que tem medo dela me morder. Eu vejo nos olhos da cachorra que não. A mulher me diz que ela estranhou a outra cachorra que mora junto, rosnou, mordeu, e até tirou sangue. Eu falo para a mulher que é isso que falta na minha vida. A mulher me olha assustada. Eu continuo....é isso, me faltou rancar sangue das coleguinhas. Por isso tou com a garganta inflamada, mas, a senhora sabe, sou gente, gente tonta...dessas que quer ir pro céu. A mulher: Adorei você. Quero ser sua amiga!!! E a cachorra preta se aproximou, me cheirou, na boa. A gata foi pro soro. E a vida com esses encontros leves, engraçados e inusitados. Vezinquando a garganta inflama. Coisa de gente que ama? Ou será culpa do Dalai Lama? A garganta junta pó. A garganta faz nó. A garganta judia sem dó. A garganta é profunda, lá dentro mora sapo engolido, gemidos escondidos e resquícios de espinho de peixe. Minha garganta é minha focinheira. Minha santa benzedeira. Que cuida de mim, machucando. Para eu não machucar as coleguinhas. Vivi Ame........Viviane Mendes

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