sexta-feira, 11 de outubro de 2019

A criança que eu fui, diria para mim: - ''Fia...até que cê se virou bem.'' Eu andei na contramão... Vivia desde cedo no mundo dos adultos. Escutava sobre os casamentos desfeitos. As crises existenciais... As perdas afetivas, bem, não vou nem comentar. Cresci implorando aprovação alheia. Fingia que não, mas sempre me senti a patinha feia e desajeitada. Das priminhas, eu era a pobrezinha. Das amiguinhas, a desajeitada. Na escola, eu vivia doente. Era feinha, burrinha e complexadinha. E o pior...eu era tristinha. Querem saber a verdade? Ainda bem que eu matei essa criança!!!!! Matei...matei mesmo...sem dó nem piedade. Sobrevivi. Hoje, eu comemoro diariamente o dia das crianças, faço o que quero. ...falo errado, falo certo, ponho peruca,saio de fantasia na rua se eu quiser... faço minhas bonecas de manequim, não preciso provar mais nada para ninguém. Tudo que eu tinha que provar, superar, foi provado e superado. A receita foi simples, eu matei para sobreviver. E foi na unha. Sem terapia, sem remédio. Com muita consciência do processo. Sem pressa... Hoje, eu sou do jeito que sou porque essa tontinha ai da foto, virou minha heroína. Eu penso em tudo que ela passou. E com 45 anos de idade, penso: Se ela conseguiu, você também consegue!!! Viviane Mendes

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