...na verdade eu num tinha pra quem dar o presente.
Nessas datas ditadas pelo comércio e que a gente cai feito pato, eu queria mandar um abraço pros filhos de pais ausentes que não são presentes na vida dos filhos por vários motivos.
Talvez por alienação parental , por alcoolismo, por morte, pela distância de sentimentos ou por canalhice mesmo.
Eu fico pensando como esses filhos se sentem excluídos e constrangidos nessas datas.
Eu me senti assim por muitos anos.
Na escola eu era a esquisitinha órfã de pai que nem os professores e nem os coleguinhas sabiam como lidar no dia que as crianças preparavam o presente do pai.
Eu reparava que as pessoas não sabiam como lidar comigo.
Essas datas fazem a gente pensar muita coisa...
Era constrangedor para mim na sala de aula.
Eu num fazia o presente porque num tinha para quem dar.
Todo mundo me olhava com um misto de pena e espanto.
Eu sempre penso em quem lida com esses sentimentos...
Só queria dizer que eu sei como é isso.
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