SOMOS VAMPIROS. Por mais que nos doa admitir, desde sempre nossa raça compactua com a escravidão. Nunca seremos livres até que TODAS criaturas sejam livres. Somos seres terríveis, essa é a verdade. Em 500 anos não mudamos muito. Escravizamos os negros, achamos normal. A cor da pele diferente da nossa nos fez achar que podíamos. Uma mão de obra barata para enriquecer ainda mais nossos antepassados. Quanta prepotência!!! Ainda estamos neste caminho. Achamos que os animais estão aqui para nos servir. Ignoramos sua dor e sentimentos... Vamos ter que pagar essa conta. Massacramos os índios. Somos coniventes. Não questionamos nada. Consumimos sem pensar na mão de obra escrava, nos alimentamos sem refletir o que estamos ingerindo. Eu, sinceramente, não sou otimista. Em 2516, talvez a gente não ache normal algumas coisas... Mas...será que vai ter planeta pra gente? Somos destruidores. Mas...nos achamos bonzinhos. Ostentamos bichinhos na rede social...e os devoramos na mesa. Adoramos uma promoção de ''roupas de marca'', não nos importamos com as condições de trabalho escravo. Comemos Nutella , ninguém sabe o que acontece com os orangotangos da floresta na extração da palma, matéria prima do chocolate. Chato pensar nessas coisas, né? ...a gente não pensa. Somos uns vampiros que nos alimentamos do sangue alheio. ...e sem charme. Os vampiros do cinema pelo menos tem autonomia de sua condição, o que os torna charmosos. Mas nós, que pena... A gente só ''se acha''. Não temos consciência de nosso patamar evolutivo. Sim...tem alguns que sabem do que estou falando. São poucos. São chatos. Falam desses assuntos que a gente não quer ouvir. A vida já é difícil...pra que piorar? Ninguém quer pensar. Sabe porque? Se a dor do outro chegar no coração, automaticamente ela reflete nas nossas escolhas. E seremos obrigados a rever nossos padrões mentais. E...somos acomodados, preguiçosos e covardes. ...e teremos que pagar essa conta. Até que o último que sair apague a luz. A luz das trevas. Para que um dia todos nós possamos viver com nossa própria luz. Viviane Mendes