sábado, 17 de setembro de 2022

Eu acho que o Brasil vai dar certo!
...entenda meus motivos:
Quanto mais o tempo passa, mais interessante eu acho a vida.
Quando eu era criança, eu era tristinha.
Passei da triste pra complexada.
Quando eu era adolescente, eu era desengonçada.
Passei da desengonçada pra gostosa.
Fui muito insegura e rejeitada!!!
Foi duro marcar território.
Achava que eu num prestava pra nada.
Tantas e tantas vezes me passava pela cabeça que eu num tinha dado certo na vida.
Tanta necessidade de aprovação...
Tanta necessidade de me sentir aceita num grupo.
Sabe...foi phoda.
Eu num era convidada pra nada.
Minhas ''coleguinhas'' me viam como uma ameaça.
Em qualquer lugar os olhos dos homens eram para mim e eu era uma presença ''non grata''
Eu num entendia...
Achava que eu não era digna.
Cêis nem calcula cada coisa que eu fazia pra que gostassem de mim.
Quando, pela graça divina me convidavam pra alguma coisa, eu era aquela que invadia a madrugada lavando TODA a louça.
Eu queria agradar...e judiavam de mim.
Um dia num passeio numa ilha me mandaram ir lavar um tacho preto no rio.
Eu fui.
Eu não entendi que ''aquele'' tacho num ia limpar NUNCA.
Fiquei o dia inteiro esfregando.
Sai do rio com insolação.
Se eu for entrar em detalhes...vai ser uma comoção nacional.
Foi uma desgraceira.
Nunca imaginei que depois dos 45 eu ia sentir tanto prazer em ficar sozinha.
Em paz...porque estou comigo.
Se eu tou aqui firme e forte, o Brasil também vai conseguir escapar dessa.
Vamu pença + 
Tou otimista...
Viviane Mendes

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

EU NÃO SOU PARA TODO MUNDO.
Cada um consome o alimento que lhe nutre.

Arte para mim, é néctar. 
Meu trabalho é fazer um pão. 
Não esse pão sem nutrientes que estufa a pança.
Eu dou valor a fermentação natural, ao centeio e ao trigo ancestral.

Minha arte anda de mãos dadas com meu verbo.
Faço para nutrir.

Existe disponível todo tipo de alimento.
Há quem se alimente de decomposição. 
Há quem compartilhe seu mundo em forma de vomito. 

E existem aqueles que copiam um estilo, uma técnica e estacionam na vaga que encontraram.
Ali ficam.

Tem mercado para todo mundo.

Arte cada um faz com os ingredientes que tem, ou com a frequência que alcança. 
A arte não é boa só porque é arte.
Da mesma maneira que um alimento pode ser veneno e adoecer o corpo.
Tem arte doente.
Arte insossa. 

Eu não sou para todo mundo.
Quem consome minha arte tem fome de néctar. 

Eu mastigo a realidade.
Várias mordidas nas camadas da sociedade, no respeito ao mundo do outro, cada um orbita numa constelação. 

O que ofereço é o melhor que consigo fazer com minhas técnicas, meu talento e meu espírito. 

Raramente eu vomito.
Sou muito seletiva no que consumo.
Mas quando isso acontece, vou para privada e não para tela.

Saber o lugar certo das coisas é o começo do respeito pelo outro.
Vivi Ame...Viviane Mendes