A mulher entra com uma cachorra preta...eu estou sentada com minha gata esperando o soro.
A cachorra faz movimento em minha direção.
A mulher puxa a cachorra.
Eu digo que num tem problema...
A mulher diz que ela num tá bem, e que tem medo dela me morder.
Eu vejo nos olhos da cachorra que não.
A mulher me diz que ela estranhou a outra cachorra que mora junto, rosnou, mordeu, e até tirou sangue.
Eu falo para a mulher que é isso que falta na minha vida.
A mulher me olha assustada.
Eu continuo....é isso, me faltou rancar sangue das coleguinhas.
Por isso tou com a garganta inflamada, mas, a senhora sabe, sou gente, gente tonta...dessas que quer ir pro céu.
A mulher:
Adorei você.
Quero ser sua amiga!!!
E a cachorra preta se aproximou, me cheirou, na boa.
A gata foi pro soro.
E a vida com esses encontros leves, engraçados e inusitados.
Vezinquando a garganta inflama.
Coisa de gente que ama?
Ou será culpa do Dalai Lama?
A garganta junta pó.
A garganta faz nó.
A garganta judia sem dó.
A garganta é profunda, lá dentro mora sapo engolido, gemidos escondidos e resquícios de espinho de peixe.
Minha garganta é minha focinheira.
Minha santa benzedeira.
Que cuida de mim, machucando.
Para eu não machucar as coleguinhas.
Vivi Ame........Viviane Mendes
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