Eu presenciei uma briga de vizinhos na favela, onde um mandou o outro ''tomanocú'' no mínimo umas 45 vezes.
Isso me instigou a seguinte reflexão:
Das veiz...isso pode arrezorvê muita coisa.
A gente muitas vezes num dá uma dessa pelo verniz social que nos mantém refém dos bons costumes e boas maneiras.
Se alguém presenciar uma cena dessa vai denunciar que me ''falta Deus no coração'' ou que tô com o Demo no corpo.
Ou que pessoas inteligentes conversam, argumentam e debatem suas diferenças.
Sei não...
Acho que muitas vezes o preço por não armar um barraco é caro demais.
Engolimos os desaforos e o revés disso é doença manifestada no corpo físico.
Mantemos a ''linha'' á custa de lexotan e rivotril.
A cena que presenciei aconteceu a poucos metros de distância, me abstraí do ''assunto'', não julguei nem me assustei.
Apenas ouvi:
''VAITOMANOCÚ"
''VAITOMANOCÚ"
''VAITOMANOCÚ"
Ad infinitum.......
fiquei pensando:
Será que aliviou o cara?
Independente dos meios utilizados, o papo foi direto e reto.
Não falou pelas costas.
Não deu indireta no facebook.
Foi olho no olho.
Não botou Deus no meio da parada.
Pra falar a verdade, achei digno.
Libertador....
Não estou incentivando a todomundo mandar todomundo ''tomanocú'', mas...a repensar como a gente lida com o alinhamento de nossas diferenças.
A autenticidade me causa mais encantamento que a educação.
A trilogia '' bonzinho-educadinho-religiozosinho'' sempre me surpreende pela capacidade de mandar ''tomarnocú'' de maneira vil, covarde e egoísta.
Papo direto e reto, independente de ter o ''cú'' no meio é coisa pra gente grande.
Gente que não se esconde na falsa moral e nem descansa na sombra de uma religião.
Viviane Mendes
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