...a gente não repara em quem está no chão, a gente repara em quem escorrega.
O discernimento entre o ser e o estar é primordial.
A gente julga as pessoas por estarem agressivas...
Por estarem repetitivas...
Por estarem carentes...
E somos julgados da mesma maneira...por demonstrarmos nosso estado
de ''estar''.
Engolimos nosso cotidiano alardeando ou não nossas dores.
Quem tem o hábito diário de escarrar, vomitar e cuspir suas ''mazelas'' é tão identificado com o estar que o drama vira um bichinho de estimação, a pessoa alimenta, faz carinho, afinal de contas se ganha muita simpatia na fantasia do coitado, do abandonado, do carente.
O drama sempre abastecendo o ego.
O estar é uma sala de estar ilusória.
O estar apaixonado, o estar com corpo belo,o estar com as contas em ordem, o estar isso ou o estar aquilo.
O estar é uma eternidade e uma verdade efêmera.
Se manter em cima do salto alto do Ser, dá trabalho...exige destreza, soberania e lucidez para não alimentar nenhum bichinho de estimação que não tenha focinho e patas.
Quem esta sempre focado no ser não atrai muito a simpatia alheia, e quando por um milésimo de segundo se desequilibra desse salto alto...tropica e cai na ''salinha do estar'', se espatifa no chão.
Todo mundo repara...pois escorregou.
A gente não repara em quem esta no chão, a gente repara em quem escorrega.
Penso que viver é isso...uma luta entre o ser e o estar.
São dois times adversários.
Eles não podem co-existir no mesmo espaço
Pois quem é não pode estar.
E quem está esquece que é.
O SER é real.
O sofrimento vem da identificação com o ESTAR.
A serenidade vem da identificação com o SER.
O estar é um barco a deriva.
O ser é um porto seguro.
Embora não percebamos...todos nós queremos um porto seguro.
Mas, às vezes é necessário ''pular desse barquinho medíocre'' criado pela nossa mente e ir a nado.
Enfrentar água gelada, tubarão, piranha, correnteza.
Duro né?
O barquinho parece mais seguro.............
Sem mais.
Viviane Mendes.
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