domingo, 27 de fevereiro de 2022

Meu nome é Viviane, muito prazer.

Todo dia eu aprendo um pouco.
Converse comigo como gente, não me trate como cliente ou tente me convencer do seu sucesso.

Tenho interesse no seu fracasso.
Me sinto mais próxima nas fragilidades, mais presente na ingenuidade e muito mais de verdade nas vulnerabilidades expostas.

Estou aprendendo o tempo todo.
Peço desculpas a alguém, me perdoo e recalculo a rota.
Me examino com lupa para não ser subserviente e nem arrogante.
A intuição que não se torne soberba!
O fio que separa é de linha invisível, pode unir sem parecer a costura.

Não acho possível abandonar meus afetos em nome do sucesso profissional. 
Se eu sumir e for plantar cenouras, meu sucesso vai comigo.
A vida é muito curta para viver longe de quem a gente ama.
Não creio em aplausos por sacrifício.
A vida não é uma coleção de títulos e medalhas.
Tampouco uma vida acadêmica espremida num universo medíocre.
Sucesso é não precisar ter sucesso.
Nunca acreditei nesse absurdo de fazer prova para passar de ano.

Nos enganaram o tempo todo.

Fizeram a gente acreditar que dar certo na vida é ser o orgulho da família. 
Quase acreditei que os convites que eu recebia era só um convite.
Não. 
Convites são uma carta de interesses.
Hoje, me relaciono melhor com as pessoas.
Ainda não plantei cenouras.
Cultivo a possibilidade de plantar para colher.
Sempre.
Passou o tempo de ostentar acabamento.
O mundo não se resume ao alcance dos nossos esforços e dos nossos olhos.
Não se ilumina nada sem apagar o ego.

Viviane é o meu nome, um dia vou ser poeira.

Meu nome vai permanecer em algumas obras.
Se alguém sentir saudades, é porque me conheceu além da minha assinatura. 

Vivi Ame...Viviane Mendes

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Escutei um gato miar.Levantei de madrugada...Nada de mais.Tudo certo.Tudo muito certo.Percebi que eu tinha me religado.Ontem passei o dia inteirinho procurando uma tomada.Uma tomada para encaixar meu peso, meu desejo, meu medo, meu eu vazio.Na minha casa não encontro essa tomada.Ela não existe.Tem dias que o peso das mortes pesa sobre nós.O ar fica pesado.A lua, quase cheia, parece que pesa.Acho que ela vai despencar do céu feito banana madura.Ontem lavei todos tapetes da casa.Limpei como se a vida dependesse disso.Ao cuidar do chão, ouço o pulsar da terra.E ela pergunta:O que faz sentido para seu coração?Dormi no chá de lavanda.Cuidei dos pés.São eles que pisam descalsos nos meus tapetes.Fiquei com medo de meus pés sujos de realidade contaminar meus tapetes imaculados.Para mim, eles são sagrados.Talvez você não acredite.Mas...Meu chão é coberto por tapetes voadores.Vivi Ame...Viviane Mendes.

Escutei um gato miar.
Levantei de madrugada...
Nada de mais.
Tudo certo.
Tudo muito certo.
Percebi que eu tinha me religado.
Ontem passei o dia inteirinho procurando uma tomada.
Uma tomada para encaixar meu peso, meu desejo, meu medo, meu eu vazio.

Na minha casa não encontro essa tomada.
Ela não existe.
Tem dias que o peso das mortes pesa sobre nós.
O ar fica pesado.
A lua, quase cheia, parece que pesa.
Acho que ela vai despencar do céu feito banana madura.

Ontem lavei todos tapetes da casa.
Limpei como se a vida dependesse disso.
Ao cuidar do chão, ouço o pulsar da terra.
E ela pergunta:
O que faz sentido para seu coração?
Dormi no chá de lavanda.
Cuidei dos pés.

São eles que pisam descalsos nos meus tapetes.

Fiquei com medo de meus pés sujos de realidade contaminar meus tapetes imaculados.
Para mim, eles são sagrados.
Talvez você não acredite.
Mas...
Meu chão é coberto por tapetes voadores.

Vivi Ame...Viviane Mendes.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Temos o livre arbítrio. 
Faça bom uso.
A vida é dinâmica. 
Agir é coragem.
Esperar é igualmente corajoso.
O discernimento entre o que é prioridade na vida, hummm....isso depende de cada coração. 
O momento ideal, a roupa perfeita, são ilusões. 
Melhor acordar para realidade.
Ela bate na porta.
Os únicos que não nos decepcionam são os animais.
O resto, é tiro, porrada e bomba.
Parente num tem obrigação de gostar da gente.
Amigo se vai.
O que vale é sua presença no mundo.
Ela é leve?
...serve para algum propósito além de seus interesses?
Ou pesa nas sua próprias costas?
Livre arbítrio é um bom aferidor de pesos e medidas.
Ir ou ficar?
Acolher ou ignorar?
Ser ou apenas aparecer?
A força é se olhar sem filtro.
Só assim alcançamos a plenitude sem cair do salto.
A plenitude é voz do coração. 
Não se argumenta. 
Se obedece em silêncio. 
A consciência grita duas razões. 
Chega uma hora que se fazer de surdo, é falir na linguagem.
Não existe disputa.

Se obedecer o coração, tudo fica leve.
Mas...tem gente que só sabe lidar com peso.
Pesando para si e para os outros.

Vivi Ame...Viviane Mendes

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A Lisinha, minha gata cega de um olho toma comprimido que é uma beleza.
Vai castrar na semana que vem.

O quadro das chaves está quase pronto.
Mas essa noite os gatos deram um corre aqui no quintal e derrubaram um monte de chave no chão. 
...achei um ratinho morto.
Acho que foi a Lisinha.
A bicha é ligeira.

A casa tá mais ou menos em ordem.
Eu estou combinando com a casa.

Me faz mal deixar ponta solta.
Trabalho começado e parado.
Eu sou do começo, meio e fim.

Nisso eu incluo relações.
Gente que para uma conversa no meio, é ponta solta.
Conversa no ar, sem olhar nos olhos, é rato morto.
Não serve pra nada.
Nem adubo.
Mesmo sendo o rato, eu não mato.
Ele tem seu direito.

Acho que a beleza é a elegância de ser.
E ser é estar no mundo além de nossos interesses.

Até um rato é interessante para um gato.
Nós, na verdade, somos desinteressantes pra muita gente.
Principalmente quando elas percebem que não temos nada para oferecer.
Nada que seja do interesse delas.
Maturidade, meus amigos, é essa a chave para seguir abrindo e fechando portas.

Estou com umas 650 chaves aqui.
Todas juntas, elas pesam.
Pesam muito.
Tento não envelhecer no coração.
Maturidade não é juntar mágoa e ressentimento.

Maturidade é liberdade para jogar todas as chaves fora e escapar do cativeiro da razão.

Vivi Ame...Viviane Mendes

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Era uma vez...na cidade de Bauru, interior de São Paulo. 

Uma casinha que vivia perdida na Alameda Doutor Otávio Pinheiro.

Os prédios cresciam, se alimentavam do sol e ferozes disputavam a atenção feito macho querendo acasalar.
Seguem imponentes, aceleram o motor.
Vários prédios, parecem uns robôs.
São altos, mas tem janela pequena.
Muitas janelinhas.
Me parece gente de mente limitada.
Como pode sem varanda?

E a casinha lá, sentada feito senhora humilde no banco da praça.
O telhado de cerâmica antiga, segue protegendo feito chapéu de palha em dia de sol.

Ela tem charme.

A floresta particular cresceu e se derrama para todo lado.
Os vizinhos assistem o verde escorrer pelo muro do comércio deles feito dona de casa olhando o leite derramado no fogão. 
Tiram uma casquinha das flores da primavera, do sapatinho de judia, da árvore de flores amarela do corredor, até a jabuticabeira sempre com frutos convidam os passarinhos para compor o dia.
Os beija flores são feito um laço de cetim envolta da casa.

Quem passa na rua quase tropeça na trepadeira que gentilmente oferece florzinha minúsculas chamada
 "amor agarradinho"

E os pilotos?
Eles que lutem.
Que façam manobras para desviar do galho de primavera que segue feito flecha apontando para o céu. 
As plantas daqui de casa, tem garra.
Seguem firmes feito fêmea no cio.
Conhecem seu poder.

Domingo de manhã, poucos carros.
As pessoas passam feito insetos voando.
Uns de bicicleta na ciclovia, outros no passo apertado da caminhada.
Na disputa, a casinha de 1937 ainda dá um bom caldo.
Os olhares são de paquera.
Os prédios do outro lado da avenida, até tentam.
Mas, verdade seja dita:
Quem nasceu para rainha, não perde a majestade!

Como que vocês conseguem viver numa casa com muro branco, uma piscina sem nenhuma planta hidratando o árido dos dias?
Malemá um vaso de cimento apertado sufocando a raíz duma planta que você num sabe nem o nome.

O verde não é uma cor.
...é uma energia.
Nas plantas moram guardiões. 
Repare no antes e depois.
Era uma casa.
Eu transformei em floresta.

Vivi Ame...Viviane Mendes